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Queda no preço da soja afeta fretes e compras de fertilizantes

Escoamento abaixo do normal reduziu demanda por caminhões e derrubou preços do frete no Centro-Oeste

Alexandre Inacio

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O ritmo de escoamento da safra de grãos este ano está mais lento do que o normal. A queda dos preços da soja está fazendo com que os produtores prefiram estocar suas colheitas a enviá-las aos portos, como tradicionalmente ocorre nesta época do ano.

As vendas mais lentas estão se refletindo nos preços dos fretes. Levantamento da Argus mostra que transportar uma tonelada de soja pela tradicional rota Sorriso-Rondonópolis, em Mato Grosso, custou, em março, R$ 150. O valor é 9% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado.

Na saída pelo Norte a situação não é diferente. O preço para mandar a soja de Sorriso para o porto de transbordo em Miritituba (PA) pela BR-163 ficou 12% mais barato. Para transportar uma tonelada de soja foi preciso desembolsar R$ 250, ante R$ 285 em março de 2023.

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Com menos soja sendo enviada para os portos, a demanda por caminhões para trazer adubos do litoral para o interior também caiu. O frete de fertilizante de Paranaguá (PR) para Rondonópolis recuou quase 15%, para R$ 213 por tonelada.

Com uma perspectiva de melhora na relação de troca entre grãos e fertilizantes e aumento da demanda por adubos em 2024, há quem diga que o Brasil voltará a enfrentar gargalos logísticos. A soja vai precisar ser escoada e o insumo precisará vir para o campo, mas tudo indica que a janela para que isso ocorra será menor este ano.

Assim, a concorrência por caminhões tende a ficar mais concentrada. A consequência no cenário que se desenha será um provável aumento nos custos de frete nos próximos meses.