BTG quer comprar Votorantim para virar sócio do BB, diz Relatório Reservado

O Banco do Brasil, sócio no Votorantim, aprovaria essa troca societária por estar cansado das decisões equivocadas que o banco de Antônio Ermírio de Moraes tem tomado ultimamente

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O BTG Pactual (BBTG11) pode estar interessado na compra do Banco Votorantim, noticiou o Relatório Reservado na última sexta-feira (29). Conforme apurou o InfoMoney com uma fonte próxima ao Banco Votorantim, essa aquisição pode ser feita após o banco ter que arcar com uma carta-garantia de cerca de R$ 500 milhões, referente à um empréstimo do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) à OSX Brasil (OSXB3). 

O Banco do Brasil, sócio no Votorantim, aprovaria essa troca societária por estar cansado das decisões equivocadas que o banco de Antônio Ermírio de Moraes tem tomado ultimamente. A instituição não vem dando lucros e tem sido um “estorvo” para o balanço da estatal, que considerava tomar as rédeas da empresa justamente para “parar” com as decisões equivocadas. 

André Esteves, CEO (Chief Executive Officer) do BTG, estaria interessado no negócio justamente para se tornar sócio do banco estatal. O BTG já é sócio da Caixa Econômica Federal, através do Banco Pan (BPNM4). Procurado pelo portal InfoMoney, o banco de André Esteves decidiu não se pronunciar a respeito do tema. 

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A carta-fiança do Votorantim deverá jogar o banco em mais um ano negativo – a instituição tem tido perdas de cerca de R$ 1 bilhão por ano. O BB tentou comprar a parte dos Ermírio de Moraes no Votorantim anteriormente, mas o valor pedido foi alto demais para que a estatal bancasse. Em agosto, o banco desistiu de elevar sua fatia no Votorantim. 

Insatisfeito com o sócio atual, a estatal encorajaria a mudança – que tornaria Esteves em sócio das duas instituições financeiras oficiais do Brasil. O Relatório Reservado especula que André Esteves poderia pendurar suas participações em uma só holding e abrir o capital desta empresa. 

A nova companhia contaria com grandes sinergias: caso tenha acesso ao canal de distribuição do varejo bancário das estatais, a nova instituição de Esteves terá acesso à oito mil agências. Isso fortaleceria o Banco Pan, que o BTG vem reorganizando há algum tempo, com mais dificuldade do que esperava no início.