Abilio Diniz diz que busca por novo CEO “corre bem” e não há dúvida de que a BRF reverteu um período ruim

Sem apontar possíveis nomes, o executivo disse, durante teleconferência sobre o balanço do 3° trimestre da empresa, que o processo ocorre de forma organizada e em breve será concluído

Paula Barra

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SÃO PAULO – O processo de troca de comando da BRF (BRFS3), dona das marcas Sadia e Perdigão, “corre bem”, disse o presidente do conselho de administração da empresa, Abilio Diniz, durante teleconferência sobre o balanço do 3° trimestre. 

Sem apontar possíveis nomes, o executivo disse que o processo corre de forma organizada e em breve será concluído. O atual presidente da empresa, Pedro Faria, fica no comando até 31 de dezembro, conforme a companhia informou em setembro, quando comunicou a troca de comando. 

Abilio destacou ainda, na teleconferência, que esse momento é extremamente importante para a empresa. “Não há dúvidas que revertemos um período ruim. Mudamos a situação do início deste ano, impactada pela Operação Carne Fraca”, disse. 

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Segundo ele, desde que se aproximou mais da empresa, em outubro do ano passado, muita coisa foi feita em termos de construção de base para que a empresa tenha um presente e futuro muito mais forte. “Os resultados começam a aparecer. Estamos apresentando números consistentes. Uma das coisas mais importantes foi ajustar nosso time de gestão. Temos profissionais espetaculares, que conhecem o negócio profundamente e temos orgulho disso”, afirmou. 

Ele frisou ainda que a BRF é uma corporação, não existe um dono individual que dita o futuro da empresa e que nenhum acionista individual dará ordens lá dentro. “Os donos são todos os acionistas e são representados no conselho. Também é importante entender que nenhum conselheiro individualmente tem poder sozinho aqui dentro. É assim que a companhia está organizada. Sou o elemento de ligação entre o conselho e a diretoria”, comentou. 

Retomada da rentabilidade
Também presente na teleconferência, Pedro Faria destacou que esse trimestre marca a retomada da rentabilidade da empresa, no maior Ebitda desde o fim de 2015. “Estamos contentes com os resultados, que refletem melhoras operacionais consistentes em praticamente todos os indicadores. 

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Segundo ele, a empresa ainda não está em parâmetro de margens de equilíbrio e que a companhia continua se beneficiando de forte queda nos preços domésticos de grãos. Ele, contudo, apontou que já vê, dado a menor produção, um aumento no nível de preços de grãos em 2018 frente a 2017. 

O executivo ressaltou ainda uma disciplina ferrenha de controle de capital da empresa, que resultou em uma queda significativa de despesas gerais e administrativas. “Esse desempenho reflete um esforço que temos feito nos últimos meses. Começamos esse ano conscientes de que precisávamos fazer esse esforço e nosso time teve êxito nisso. Mesmo com um período bastante forte no 2° e 3° trimestre com campanhas agressivas da Sadia e Perdigão, conseguimos ganhar uma eficiência operacional bem grande”, comentou. 

Na bolsa, as ações da BRF registravam queda de 3,81%, a R$ 41,36, segundo cotação das 12h16 (horário de Brasília). Na mínima do dia, os papéis caíram 4,65%, a R$ 41,00; enquanto na máxima