Samsung enxerga além da Apple para desafiar Qualcomm com Galaxy

A empresa está usando seus próprios chips para o processamento de aplicativos nos telefones, substituindo os da Qualcomm, e uma tela própria com vários lados

Bloomberg

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A Samsung Electronics Co. revelará seus próximos smartphones neste final de semana e ficará atenta para descobrir se os aparelhos são capazes de tirar clientes da Apple Inc. A pergunta, na verdade, poderia ser se os telefones poderão atrair clientes da Qualcomm Inc. e da Sharp Corp.

Os aparelhos Galaxy S visam a demonstrar que a Samsung pode fabricar chips e telas de melhor nível, assim como smartphones. A empresa está usando seus próprios chips para o processamento de aplicativos nos telefones, substituindo os da Qualcomm, e uma tela própria com vários lados, algo que nenhuma rival pode produzir. A meta é criar clientes para esses produtos, mesmo se para isso tiver que perder terreno no segmento de telefonia.

A Samsung corre o risco de perder a liderança no setor de smartphones após quatro anos no topo. A empresa ficou empatada com a Apple no quarto trimestre e seus lucros caíram três trimestres seguidos. A Samsung está somando mais de US$ 21 bilhões em despesas de capital neste ano para conseguir uma fatia maior de receita com o total de 1 bilhão de aparelhos vendidos pelas empresas concorrentes.

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“Trata-se de uma grande chance de atrair mais clientes”, disse Tom Kang, diretor de pesquisa da Counterpoint Technology Market Research Ltd. “Se o S6 vender bem, muitos aparelhos rivais adotarão a estratégia do ‘também vou entrar nessa’ com os novos chips e telas curvas da Samsung”.

A maior empresa de eletrônicos da Ásia quer uma parcela maior da receita combinada de US$ 51 bilhões gerada pelas vendas de processadores de aplicativos e telas para telefones celulares. No ano passado, a Qualcomm capturou mais de metade do mercado de processadores, de US$ 21 bilhões, segundo a Strategy Analytics.

Qualcomm, Apple
A Samsung planeja lançar duas versões de seu novo smartphone top de linha no domingo, durante o Congresso Mundial de Telefonia Celular, em Barcelona, com um modelo que apresenta uma tela de três lados, disseram fontes com conhecimento do assunto.

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Ambos os telefones terão corpos totalmente metalizados e usarão processadores da Samsung para rodar os aplicativos em vez do Snapdragon, da Qualcomm, disseram as fontes. Os analistas do setor acreditam que os aparelhos usarão o nome S6.

A empresa também deu pistas a respeito de novas formas de carregar o telefone sem o uso de fios. Seho Park, principal engenheiro da unidade de telefonia celular da Samsung, previu que “os usuários serão capazes de entrar em um novo mundo wireless nunca antes visto” com os modelos Galaxy do futuro.

Os novos recursos são fundamentais para ajudar a Samsung a se destacar no mercado de telefonia celular, no qual a Apple obtém o maior lucro e dezenas de empresas, incluindo a Xiaomi Corp., utilizam o sistema Android, do Google Inc., para produzir telefones aparentemente similares.

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Outro Android
A receita obtida com o iPhone e o iPad totalizou US$ 60,2 bilhões no trimestre que terminou em 27 de dezembro, enquanto a receita oriunda da divisão de telefonia celular da Samsung, incluindo tablets, foi de US$ 22,9 bilhões no trimestre que terminou em 30 de setembro, segundo dados compilados pela Bloomberg.

“A Samsung entrou na categoria ‘uma das marcas que usam o Android’ e está ficando mais difícil convencer as pessoas a abrirem a carteira”, disse Yoo Eui Hyung, analista da Dongbu Securities Co. em Seul. “O desempenho do S6 será um diferencial de venda fundamental dos componentes da Samsung para telefones celulares”.

O lucro operacional da divisão de chips da Samsung subiu 36 por cento no quarto trimestre, para 2,7 trilhões de wons, e os lucros da unidade de telefonia celular caíram 64 por cento, para 1,96 trilhão de wons.

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Processadores mais rápidos
A estratégia da Samsung é oferecer a melhor experiência de uso aos clientes, com componentes de primeira linha, independentemente de sua origem, disse a empresa por e-mail, preferindo não comentar sobre seus novos telefones.

Emily Kilpatrick, porta-voz da Qualcomm, que tem sede em San Diego, EUA, preferiu não comentar o assunto.

“A mensagem que a Samsung tentará passar com o novo Galaxy não é exatamente direta à Apple, e sim apontada à Qualcomm e à Xiaomi”, disse Ko Jung Woo, analista da BS Securities Co. em Seul. “O S6 pode, sim, ser a nova escala que estabelecerá a próxima tendência em tecnologia de componentes”.