‘Casulo’ sem motorista abre caminho para transporte chamado por smartphone

Primeiro carro elétrico Lutz Pathfinder, que é menor do que um Smart, foi lançado hoje na cidade inglesa de Milton Keynes

Bloomberg

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(SÃO PAULO) – Ele parece mais com um carrinho de golfe do que o VW Golf, mas esse “casulo” sem motorista de dois assentos representa a vanguarda da emergente indústria britânica de veículos autônomos.

O primeiro carro elétrico Lutz Pathfinder, que é menor do que um Smart, foi lançado hoje na cidade inglesa de Milton Keynes antes da realização de testes em áreas com pedestres a uma velocidade máxima de 24 quilômetros por hora. A prova tem o objetivo de abrir caminho para um novo modo de transporte público que pode ser chamado por meio de smartphones.

Um modelo do carro foi exibido em fevereiro, mas essa é a primeira demonstração do funcionamento de um veículo de pesquisa. Mais duas versões de teste virão nos próximos meses.

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O carro ainda depende de um “cérebro” — um sistema de controle autônomo chamado Mercury, desenvolvido pelo Mobile Robotics Group da Universidade de Oxford –. Ele utiliza lasers, radar e câmeras para escanear as ruas em busca de pessoas e objetos. Quando isso for instalado, o veículo será dirigido inicialmente de modo manual para mapear e “entender” seu ambiente antes de ser solto no modo autônomo — com um humano sempre à disposição para assumir o controle na eventualidade de uma avaria técnica.

O projeto — que foi anunciado há 18 meses — faz parte de uma iniciativa de cinco anos e 120 milhões de libras (US$ 185 milhões) do Reino Unido para se tornar líder em veículos autônomos. As descobertas feitas por meio do projeto serão usadas para apoiar o programa U.K. Autodrive, de maior escala, que testará uma frota de 40 casulos autônomos.

“O Reino Unido está fazendo um trabalho muito bom com os veículos autônomos”, diz Kamalesh Mohanarangam, analista sênior de pesquisa da Frost Sullivan, ressaltando que o Lutz Pathfinder é um “carro muito limpo”, sem emissões de carbono.

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“Apesar disso, ele não pode trafegar nas velocidades urbanas normais — diferentemente dos carros que estão sendo desenvolvidos por empresas como a Google –”, acrescenta ele.

Enquanto o Reino Unido está iniciando os testes, a Google vem testando a tecnologia há anos e já computou mais de 1,6 milhão de quilômetros em vias públicas com veículos autônomos.

Quando a frota de 40 unidades estiver em funcionamento, ela dará a oportunidade de estudar como os carros autônomos poderiam operar juntos em escala. “Nós poderemos fazer testes de usuário com pessoas que vão diariamente ao trabalho”, diz ele.

Código de conduta

A falta de legislação para permissão desse tipo de veículo no Reino Unido continua sendo um grande obstáculo. “No momento, se você fosse tentar, até mesmo colocar um Segway no chão é ilegal, então imagine um veículo autônomo de quatro rodas”, diz Neil Fulton, diretor do programa do casulo na Transport Systems Catapult.

O Departamento de Transporte do Reino Unido colocou em vigor um código de conduta para permitir que a tecnologia seja testada, mas não existe uma legislação para permitir a operação dos veículos além da finalidade de pesquisa.

Além do Lutz Pathfinder, o governo também apoiou outros dois programas, um em Bristol e outro em Greenwich, Londres. Todos os projetos foram financiados em igual parte pelo setor privado. O objetivo é reduzir acidentes, melhorar a qualidade do ar e aprimorar novas tecnologias.

Por Olivia Solon