Dormindo nas nuvens com neve!

Courchevel – Alpes franceses – Quem, quando era criança, nunca sonhou em dormir nas nuvens? Quem, depois que cresceu, nunca sonhou em dormir quentinho com neve caindo lá fora? Pois em Courchevel, nos Alpes franceses, realizei esses dois sonhos ao mesmo tempo. Fevereiro de 2017. Enquanto a van segue subindo , a neve segue caindo. Courchevel na verdade, é constituída por quatro, digamos assim, vilas: Courchevel 1300, ou Le praz, Courchevel 1550, Courchevel  1650, ou Moriond e Courchevel 1850. Aqui, vou me referir à 1850, a mais alta, cara e badalada das quatro. Chego à noite. Neve que Deus manda! Não dá para ter uma noção clara do que é este mundo que em tudo remete ao Natal, ao Papai Noel.

Courchevel durante a noite: sem noção da grandiosidade da estação de esqui
O fato é que trata-se de uma das mais chiques e exclusivas  estações de esqui do planeta. Realeza, nobres, ricos e famosos, russos e mais russos, são comuns por aqui.Até por conta disto, me surpreendo com o nível, a sofisticação e o serviço. Chego ao hotel Annapurna.

Índia nos Alpes Franceses?
Annapurna, originalmente, é um gigantesco maciço no Himalaia, mais precisamente ao norte do Nepal. Mas é também o nome do meu hotel.

Vista espetacular: do hotel direto para a pista!
Uma acomodação cinco estrelas, um dos mais tradicionais de Courchevel 1850.

Dois andares e muito conforto
Fico em uma das melhores suítes, com vista para uma das principais pistas de esqui do lugar. Melhor! Com saída direta do hotel para a pista, algo muito comum por aqui, chamado Ski in, Ski out! Chique prá dedéu né?

Piscina do Annapurna: vai encarar? 
O Annapurna, me diz a simpática recepcionista, é o mais antigo hotel de Courchevel 1850. Jantar e cama. Somente no dia seguinte me dou conta de onde estou. Acordo com um leve barulho. Abro as cortinas. Ainda é noite. Máquinas gigantescas e motos de neve, projetam faróis amarelos na neve branca.

Ilusão de ótica?
Estão “alisando” a neve. Mais: estão prevenindo eventuais avalanches raras por aqui. Bum, bum, bum! Meu deus, será avalanche? Nada! São bombas estrategicamente detonadas para “deslocar” neve fofa e evitar o que? Avalanche.  Que “fofo”, penso eu. Já havia adorado o restaurante na noite anterior.Me encanto pelo café da manhã. Salmão defumado, suco de grapefruit e muitos, muitos pães fresquinhos! O zun zun zun de uma língua estranha está por toda a parte. Spaciba! Bingo: são russos!Mas há também europeus de toda a parte, norte americanos, chineses, japoneses e, claro, brasileiros.

Neve branca e céu azul combinação perfeita
Hora de esquiar. Ou ao menos tentar. Me saio satisfatoriamente, tanto que estou aqui inteiro, agora, escrevendo este texto, não estou?

A maior área esquiável do planeta
Descubro que são mais de 47 hotéis de alto luxo pelas redondezas.Dezoito deles 5 estrelas! Três deles considerados palácios!

Aula de esqui para principiantes: diversão garantida!
Os instrutores de esqui, verdadeiros modelos para os padrões brasileiros, falam 12 línguas diferentes. 50 deles desenrolam em português!

Suíte do Aman Le Melézin: sofisticada
Aman Le Mélézin é o mais novo cinco estrelas do lugar. Clássico e classudo, está quase no centro da Vila 1850. Localização privilegiadíssima.

Ski in Ski out, pistas que saem diretamente dos hoteis
Suítes e instalações novinhas em folha. Chiquérrimo. Daqueles lugares onde encontrar com George Clooney não é mais que obrigação.

Suite do Hotel Saint Roch: um dos mais novos de Courchevel
No On the Roch, de dia, tudo branco, a noite, tudo preto. Não, não é força de expressão! Eles mudam tudo mesmo neste outro cinco estrelas badaladérrimo e discretíssimo. Como gostam os ricos e famosos, ne c’est-pas?

Suite do Barriere Les Neiges, super aconchegante.
No hotel Barrière Les Neiges, um clássico em toda a França, encontro dois dos melhores restaurantes da vila e um serviço impecável. Como faz parte da badalada rede The Leading Hotels of the World, ou você é habitué, ou tem que sambar, digo, esquiar, para conseguir um quartinho na alta estação.

Le Chabichou, um dos mais queridos de Courchevel
E o que dizer do emblemático complexo Le Chabichoux? Prestes a se tornar o único restaurante com direito a três estrelas Michelin em toda a região, a simpatia do dono, o lendário Michel Rochedy, faz toda a diferença. Ele começou, há décadas, com um pequeno restaurante e uma hospedaria simples.

Suite no mais puro estilo chale das montanhas do Le Chabichou
Naquela época, Courchevel era uma isolada e desconhecida vila alpina francesa. Em 70 anos Rochedy ajudou a transformar uma simples vilinha gelada e inexpressiva, no maior complexo esquiável do mundo e no mais chique do planeta. Para Rochedy, que comemorou 81 anos de vida em 2017, o segredo é um só: dedicação, simplicidade e excelência. Tanto nos produtos quantos nos serviços.

A lenda Michel Rochedy toca pessoalmente todo o complexo
Levo de  Courchevel a sensação de ter vencido uma avalanche de sensações novas e a convicção de que, mesmo sem ser um “áz” no esqui, voltarei com certeza. Inesquecíveis as noites dormindo quentinho na montanha e, lá fora, a neve caindo… Bum, bum, bum… É mais um dia começando em Courchevel.

Jornalista Paulo Panayotis
Paulo Panayotis, jornalista profissional e escritor, viajou a convite do Turismo de Courchevel representado no Brasil pela eComunica.