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De cautelosa a “altamente otimista”: as 5 mudanças de recomendação que estão agitando o mercado

Entre os destaques, o BTG avaliou a Usiminas após o vazamento dos números do primeiro bimestre, enquanto a Marfrig foi elevada para outperform pelo Bradesco BBI após seis anos
Por  Rodrigo Tolotti
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SÃO PAULO – Passada a temporada de resultados de 2016 e já com a proximidade do próximo ciclo de balanços, bancos e corretoras estão fazendo suas reavaliações das ações que acompanham e uma série de mudanças de recomendação foi divulgada nesta terça-feira (18), com algumas fazendo grande preço no mercado nesta sessão.

É o caso da Qualicorp e do Santander, que tiveram suas recomendações elevadas pelo Credit Suisse e lideram os ganhos do Ibovespa com altas de mais de 4%. Outro caso que chama atenção é o da Usiminas, que teve números de seu balanço vazados na véspera e chegou a disparar mais de 7%, o que, porém, não justifica uma euforia com o papel, segundo o BTG Pactual.

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A Marfrig, por sua vez, viu o Bradesco BBI elevar sua recomendação para outperform pela primeira vez após seis anos diante de um cenário bastante positivo de desalavancagem e o IPO de sua subsidiária. Por outro lado, a Embraer foi rebaixada pelo banco com uma indicação de que o ambiente será de dificuldades por até 3 anos.

Confira as 5 alterações de recomendações apresentadas nesta terça:

Usiminas (USIM5)

A Usiminas registrou um forte dia de alta na última segunda-feira, fechando com ganhos de 7,84%, após o vazamento dos números do resultado do primeiro bimestre da companhia. Mesmo com o otimismo do mercado, o BTG Pactual segue bastante cauteloso e mantém recomendação neutra para os ativos.

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Os dados foram confirmados pela própria Usiminas, que disse que irá apurar o vazamento. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) dos primeiros dois meses do ano ficou em R$ 366 milhões, o que é maior que a expectativa para o trimestre cheio, o que indica uma balanço bem forte, segundo os analistas do banco.

Já o lucro líquido da siderúrgica ficou em R$ 110 milhões, o que é “sem dúvida uma notícia positiva, pois é o primeiro em dez trimestres que eles conseguiram reverter o prejuízo”, de acordo com a equipe do BTG. A Usiminas também informou que o volume de vendas de aço ficou praticamente estável no período em relação ao quarto trimestre. “Enfim, resultado vem forte, mas será o pico do ano. Os prêmios estão insustentáveis (acima de 20%) – e mantemos uma visão mais cautelosa”, afirmam os analistas.

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig foi elevada pelo Bradesco BBI para outperform (desempenho acima da média do mercado) após seis anos com recomendação entre neutra e underperform. A desalavancagem, o IPO da Keystone e sua transformação em uma “fábrica de dólares” e um possível ciclo de gado positivo nos próximos três anos motivaram a elevação da recomendação da companhia, de acordo com relatório.

A Marfrig teve desalavancagem significativa para 3,2 vezes da dívida líquida/Ebitda, em comparação com 6 vezes há três anos. Além disso, anima dos especialistas o fato de que o IPO da Keystone deve ocorrer antes do esperado, permitindo um upside entre 34% e 64%, segundo os analistas.

O banco reforça ainda que as melhorias alcançadas com Keystone e seu balanço patrimonial ainda não foram precificadas. Desde que Keystone foi adquirida, em 2010, os volumes aumentaram organicamente em 4% ao ano, e sua margem Ebitda subiu de 5% para 9%, de acordo com o Bradesco BBI, que está “altamente otimista” com setor de proteínas dado os preços atualmente vigentes.

Embraer (EMBR3)

O Bradesco BBI também divulgou relatório sobre a Embraer, com o rebaixamento de sua recomendação para underperform diante da avaliação de riscos, com o preço-alvo do ADR sendo reduzido de US$ 22 para US$ 18. “Pensamos que o consenso está claramente ignorando o risco de atraso que pode se materializar como cenário base se a Embraer não anunciar novas encomendas no evento Le Bourget – Paris Airshow”, afirmam os analistas.

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A entrega de cerca de 100 aviões em 2017 encolherá o backlog do E1 para 51 aeronaves em 2018 e 2019, afirmam. O banco vê um período entre 2 e 3 anos de turbulência durante a transição dos jatos regionais E1 para E2. Apesar disso, este novo modelo será um produto bastante competitivo, segundo eles.

A Embraer deve entregar 9 E2s em 2018 e 35 em 2019, o que será insuficiente para evitar a contração de lucros líquidos da companhia, com a margem sendo reduzida este ano devido ao fim de isenção fiscal, afirmam os analistas. Por fim, o Bradesco BBI reduziu as estimativas de entrega de aeronaves de 99 para 88 em 2018 e de 100 para 83 em 2019.

Santander (SANB11)
Depois de cair 22% nos últimos 30 dias, o Credit Suisse elevou a recomendação do Santander Brasil para outperform e revisou o preço-alvo da ação de R$ 32 para R$ 30, uma vez que as estimativas foram praticamente mantidas. O novo preço-alvo implica em um potencial de upside de 23%.

Os analistas acreditam que o banco deve se aproximar dos bancos privados, em termos de rentabilidade, em função de crescimento de margem e receita e da reformulação da política de crédito. A expectativa é de uma melhora de ROE (Retorno Sobre o Patrimônio Líquido) de 11,6% em 2016 para 17,3%. Eles também estão otimistas com a qualidade da carteira de crédito e apostam na continuidade da melhora da inadimplência.

O Credit também destaca a posição de capital robusta, que dá suporte a um atraente dividend yield. “Nós antecipamos dividend yield de 9,4% nos próximos dois anos, ante 4,6% para o Itaú Unibanco, 3,6% para o Bradesco e 3,3% para o Banco do Brasil”, diz o relatório.

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“Reiteramos nossas praticamente inalteradas previsões de ganhos acima do consenso para o banco (28,1% para 2017 e 27,6% para 2018) e acreditamos que o mercado está subestimando o impacto positivo da estratégia renovada sob a nova liderança, que já ficará clara este ano”, afirmam os analistas.

Qualicorp (QUAL3)

Os analistas do Credit Suisse também elevaram a recomendação da Qualicorp para outperform, com preço-alvo de R$ 26 por ação. Segundo eles, este novo preço reflete três fatores: (1) novas estimativas macroeconômicas; (2) resultado de 2016; e (3) a mudança na dinâmica do negócio da empresa.

“Estruturalmente preferimos ver um crescimento sólido de top line com a combinação de crescimento orgânico e aumento de preços mais modestos, mas enquanto a economia não recupera, esperamos que o aumento de preço de dois dígitos seja o principal fator do crescimento de receita”, explicam os analistas em relatório.

Além disso, eles esperam uma compressão de margem da companhia de 30 pontos-base no curto prazo, refletindo um aumento de provisões. “Acreditamos que a Qualicorp é um veículo atraente para se expor ao chamativo setor de saúde brasileiro”, aponta a equipe do Credit.

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Rodrigo Tolotti Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.

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