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Quando vender: segundo Warren Buffett, nunca… é mesmo?

Um dos maiores investidores de todos os tempos, certamente o mais famoso da atualidade, é Warren Buffett, um multibilionário dono de marcas famosas, como Coca-Cola, Wells Fargo e See´s Candies. E Buffett não compra nada há anos e, ainda por cima, está vendendo. O caixa da Berkshire está acima dos US$100 bilhões (recorde) e Buffett não consegue comprar nenhuma empresa porque, segundo ele, não conseguiu identificar uma empresa que esteja barata.
Por  Marcelo López
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Um dos maiores investidores de todos os tempos, certamente o mais famoso da atualidade, é Warren Buffett, um multibilionário dono de marcas famosas, como Coca-Cola, Wells Fargo e See´s Candies.

Buffett popularizou o chamado value investing, uma modalidade de investimento onde o comprador de ações tenta comprar participações em empresas bem geridas, com marca sólida e com excelente potencial de crescimento em algum momento quando o preço da ação se mostra barato.

A estratégia de Buffett, criada pelo seu mentor, Benjamin Graham, foca no valor que ele está comprando o negócio comparado ao preço que ele está pagando para adquirir tal negócio. Ou seja, ele criou uma distinção entre preço e valor, dizendo que preço é o que você paga e valor é o que você leva. Sem dúvida, uma estratégia bem simples, mas genial!

Buffett vem instruindo seus seguidores a comprar bons negócios a preços módicos há décadas. E, quem o seguiu, se deu muito bem. Um investimento de apenas US$1 mil em ações da Berkshire Hathaway, empresa de Buffett, em 1964 valem cerca de US$16 milhões hoje, um retorno anual de dar inveja – sem dúvida, um dos melhores investimentos já feitos.

Segundo Buffett, a ideia é comprar um negócio promissor que esteja passando por alguma dificuldade no momento e que, por isso, o preço de tal negócio esteja barato. Ele sempre fala de sua estratégia, que consiste em simplesmente comprar barato e não vender nunca. De acordo com Buffett, seu prazo de investimento preferido é para sempre! E esse é justamente o ponto aonde quero chegar.

É raro ver Warren Buffett vendendo ações, ele é quase sempre um comprador. Uma vez adquirido, o preço das ações da empresa não preocupa Buffett.

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Há cerca de 10 anos, no meio dos efeitos da crise financeira que abalou o mundo, Buffett aproveitou o momento e comprou ações da USG (USG, na New York Stock Exchange), uma empresa americana centenária focada na fabricação de dry wall, por US$1 bilhão. Esse valor investido deu a Buffett nada menos que 31% da empresa.

Na semana passada, USG aceitou a proposta de compra da Knauf, uma concorrente alemã. Se imaginarmos que o negócio seguirá adiante, Buffett terá dobrado seu capital, ou seja, receberá US$2 bilhões pelos 31% da USG que ele detém. Sem dúvida, um bom investimento.

Essa é a segunda vez que Buffett vende ações esse ano. Há alguns meses, ele vendeu sua participação na IBM, uma gigante do setor tecnológico. E o caixa da Berkshire Hathaway, só aumenta. Já escrevi aqui nesse blog (Buffett não está comprando – Por que deveríamos?) que devemos prestar atenção no que as pessoas estão fazendo, não no que elas estão falando.

E Buffett não compra nada há anos e, ainda por cima, está vendendo. O caixa da Berkshire está acima dos US$100 bilhões (recorde) e Buffett não consegue comprar nenhuma empresa porque, segundo ele, não conseguiu identificar uma empresa que esteja barata.

Como venho falando nesse blog há bastante tempo, agora não é hora de correr riscos desnecessários. Já fui bem criticado por isso em janeiro, quando tudo parecia ir bem. Mas quem seguiu meus conselhos se deu muito bem esse ano. Meu pensamento é bastante simples. Se Warren Buffett, o maior investidor da atualidade, está vendendo, definitivamente agora não é hora de comprar. Agora é hora de reduzir riscos e diminuir o duration do portfolio de bonds. Quando a crise chegar novamente, vamos ter várias oportunidades de comprar bons negócios a preços módicos.

Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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