Tensões comerciais ou o início do fim?
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A suposta guerra comercial entre China e EUA está pesando nos mercados. Desde o início das sanções impostas pelos EUA à China, as bolsas no mundo inteiro vêm sofrendo, assim como o dólar americano.
Como já disse antes, estamos vivendo em uma bolha de ativos generalizada à procura de um alfinete. Não acredito que o problema seja essa suposta guerra comercial. Trata-se de algo mais amplo que isso.
Há vários anos, estamos vivendo um período de baixas (e até negativas) taxas de juros e de impressão desenfreada de dinheiro, o que levou os investidores a correrem mais e mais riscos, “investindo” em empresas e projetos que nunca sairiam do papel, não fosse o absurdo de liquidez que estamos vivendo.
Agora, que as taxas de juros começam a subir nos EUA, assim como a LIBOR, ajustes são necessários, preços devem cair, pessoas perderão dinheiro e essas correções são apenas o começo do que vivenciaremos a partir de agora.
Quando estão todos ganhando dinheiro, curtindo os bons tempos e com otimismo ao extremo, é sinal de que os riscos estão aumentando. Assim, essas épocas têm sido, sempre, as melhores para se diminuir o risco nos portfolios.
O FED já anunciou que deve subir a taxa de juros pelo menos três vezes em 2018 (se isso realmente vai acontecer, somente esperando para saber). Mas um ciclo de alta de juros aconteceu em 2000, em 2007 e está acontecendo novamente e sabemos bem como isso acaba, não importa o quão gradual e previsível eles afirmem que serão na condução das altas. O impacto de juros maiores em economias e empresas não preparadas pode ser desastroso.
Agora não é hora de correr risco no mercado para tentar ganhar um pouco mais. Agora é hora de ter cautela e ser mais disciplinado nos investimentos. Como disse Warren Buffett, quando todos forem gananciosos, devemos ser cautelosos e quando todos forem medrosos, devemos ser gananciosos. Simples assim!
O ouro continua sendo um excelente hedge contra a insanidade dos Bancos Centrais (BCs), que só sabem fazer uma coisa: abaixar a taxa de juros e imprimir mais dinheiro. Dizem que, para quem tem um martelo, todo problema é um prego – e o martelo dos BCs não desaponta: sempre que há um problema, lá vem o típico receituário: juros menores e impressão de dinheiro para alimentar a próxima bolha.
Como o ouro não pode ser “impresso” ao bel prazer de nenhuma autoridade, ele tem valor. Aliás, o ouro é dinheiro há mais de 5 mil anos e vai continuar sendo. Lembrando que o dólar americano já perdeu mais de 90% do seu poder de compra desde a fundação do FED, o terceiro Banco Central americano, em 1913.