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As duas commodities que devem dar alegria aos investidores em breve

A natureza das commodities é caracteristicamente cíclica. Altos e baixos são esperados no setor e é isso mesmo que me faz contar com um bull market (tendência de alta) ao final de um bear market (tendência de baixa)
Por  Marcelo López
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A natureza das commodities é caracteristicamente cíclica. Altos e baixos são esperados no setor e é isso mesmo que me faz contar com um bull market (tendência de alta) ao final de um bear market (tendência de baixa).

Posso estar antecipando o movimento em 2 ou 3 anos, como é costumeiro, no entanto, como acredito em uma alta substancial nos preços, essa antecipação não é prejudicial ao desempenho das carteiras de investimentos. Aliás, no setor de commodities, ou você entra cedo demais ou é uma vítima.

Hoje vou falar de duas commodities pelas quais tenho predileção: o ouro e o urânio. Na verdade, a prata também está entre minhas favoritas, mas é uma espécie de “ouro turbinado” e merece um post à parte.

Começando pelo ouro, os analistas têm as mais baixas expectativas para setor. E, como o investimento em mineradoras funcionam como uma aposta alavancada no metal, vamos rapidamente olhar para elas, com o objetivo de maximizar os ganhos no bull market que se desenha à frente. As mineradoras terão muita dificuldade esse ano em não bater as expectativas dos analistas. Já vimos isso com a Agnico Eagle e Goldcorp semana passada. Abaixo estão os gráficos das ações e do movimento que se seguiu após a divulgação dos resultados.

goldcorp

agnico

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As empresas desse setor, que é negligenciado por investidores e pouco acompanhado de perto, têm passado por melhorias administrativas significativas, após terem sido conduzidos cortes de custos, melhoras do fluxo de caixa e alongamento das dívidas. Com o preço médio do ouro bem acima das projeções dos analistas, que ainda não atualizaram seus modelos, não será difícil superar as expectativas. Esses elementos mostram o ponto no ciclo em que estamos e a retomada do bull market nos metais preciosos.

O bull market sempre começa desacreditado, com os preços das ações subindo sem que se dê muito atenção, até que se chegue a um ponto em que o dinheiro fácil já foi ganho e as notícias de riqueza iminente passam a figurar nos jornais. Daqui a pouco, quando mais analistas e portfolio managers estiverem prestando atenção, os preços serão outros.

Recomendo aos interessados que, após sua própria due diligence nas empresas, foquem nas maiores e melhores do setor. Elas sempre movem primeiro (não são as que mais sobem, mas sobem primeiro), pagam dividendos e são mais seguras, pelo menos nessa fase inicial da retomada do bull market. Essa é, a propósito, uma recomendação geral de investimentos. À medida que avançamos no ciclo, nossas ideias de empresas para alvo de investimento vão mudando também, ainda que dentro do mesmo setor.

Com relação ao urânio, publiquei um relatório um pouco mais detalhado, mas ainda resumido, no blog da L2 Capital: http://l2capital.com.br/pt/uranium/, mas gostaria de mencionar aqui o potencial de alta que enxergo para algumas ações nesse setor.

A indústria de commodities está ficando mais esperta e parando de perder dinheiro. O preço no mercado spot de urânio está na faixa de US$22/onça. Mas as empresas só conseguem produzir o metal com alguma margem se o preço estiver acima de US$60/onça, segundo estimativas da Cameco, maior produtora de urânio com capital aberto. Assim, TODAS as mineradoras de urânio no mundo estão trabalhando com prejuízo! Todas, sem exceção. Realmente, não dá para lucrar com uma mina cujo custo de produção corresponde a quase 3 vezes o preço do produto.

uranio

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E qual foi a solução encontrada? Muito simples, cortar a produção. Há algumas décadas, acredito que as empresas optariam por produzir mais, seguindo a lógica de “já que não ganhamos dinheiro com esse preço, vamos produzir mais para receber mais…”. Essa lógica, claramente errada, parece ter sido abandona. O balanceamento da equação oferta x demanda, cortando a oferta para ajuste da curva, é um movimento especialmente importante no ramo de mineração. Isso, porque uma vez interrompida a operação de uma mina, levam-se anos para que ela volte a produzir. Se a administração deixar, por exemplo, uma mina inundar, estamos falando em pelo menos entre 6 e 7 anos para retomada da produção.

Além do mais, pelo fato de o urânio ser um material radioativo, sua exploração passa por um processo mais longo de aprovação e licenciamento. Assim, um novo projeto pode levar algo entre 10 a 15 anos desde a sua descoberta até o início da produção em países desenvolvidos. Na África, obviamente, o prazo é menor, mas aí estamos falando de outro tipo de risco.

Como em 2018 a oferta já será menor do que a crescente demanda, sendo a diferença coberta por estoques e projetos de desarmamento, que explicamos no blog da L2 Capital, já é possível ver a luz no fim do túnel para os produtores de urânio. E quando a equação ficar ainda pior, por volta de 2020-21, o preço do metal poderá disparar.

A Cameco, já mencionada, e a Kazatomprom, maior produtora de urânio no mundo e que busca seu IPO esse ano, anunciaram cortes substanciais na produção.

Quanto o urânio vai subir, não dá para prever, mas no último bull market, ele chegou a ser cotado a cerca de US$140/onça, ou seja, 7 vezes o preço atual. Também não sei quando ele começará a subir, mas acho que o piso foi atingido ano passado. Só tenho certeza de que o preço subirá. Ou o preço sobe ou os reatores, responsáveis por 20% da eletricidade norte-americana, vão fechar – algo altamente improvável.

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Para os investidores com estômago para aguentar as peculiaridades desse tipo de investimento e visão de longo prazo, vale a pena olhar para algumas mineradoras com cuidado. Como mencionei no início, essa é uma indústria cíclica e estamos saindo de um longo bear market agora. Não vamos perder o bull market que se inicia.

Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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