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Recebemos diversas perguntas de clientes e leitores sobre como proteger os investimentos nesse momento. Enxergamos o caos à distância e vimos fazendo o possível para alertar a todos, por meio de aparições na TV, artigos em jornais, palestras e blog, sobre o frágil momento no mercado financeiro internacional, e olhamos para o cenário atual como uma excelente oportunidade de se ganhar dinheiro.
Por  Marcelo López
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Recebemos diversas perguntas de clientes e leitores sobre como proteger os investimentos nesse momento. Enxergamos o caos à distância e vimos fazendo o possível para alertar a todos, por meio de aparições na TV, artigos em jornais, palestras e blog, sobre o frágil momento no mercado financeiro internacional, e olhamos para o cenário atual como uma excelente oportunidade de se ganhar dinheiro.

Como já dissemos várias vezes, a economia americana está bem frágil. Não vamos voltar a enumerar os pontos, porque já o fizemos em diversos artigos no blog da L2 (http://l2capital.com.br/pt/blog/).

Em 2008, após o crash e a crise que o acompanhou, dissemos que a reação do FED foi a mais previsível possível. Por isso mesmo, ela traria as consequências mais previsíveis também. A impressão de dinheiro nunca funcionou e nem nunca funcionará. Imagina se um país pudesse sanar seus problemas somente imprimindo dinheiro – não haveria necessidade de plano financeiro algum, era só imprimir o dinheiro e distribuir. Infelizmente, a realidade não é bem assim e o resultado nós conhecemos.

Muitos analistas e participantes do mercado não entenderam porque o mercado vem subindo esses anos todos e claramente não estão entendendo porque os mercados estão caindo agora. Para encurtar uma longa história, assim que os estímulos foram retirados, o mercado ficou extremamente suscetível a uma queda.

Há alguns anos, o déficit anual americano era de cerca de US$1 trilhão. Como tínhamos o FED comprando US$85 bilhões/mês entre hipotecas e títulos do governo, parte desse efeito foi anulado. Chegamos a mencionar diversas vezes que o FED seria obrigado a voltar seu programa de QE e lançar o QE4, o que ele ainda não fez. Agora, além de não termos mais o FED comprando títulos do governo, temos o oposto, o FED está se desfazendo deles. Além de o mercado de bonds ter perdido seu maior comprador, ele agora virou vendedor – imagina o tamanho da encrenca. Sem falar no corte de impostos do governo Trump, que exacerbará ainda mais esse déficit. É sempre bom lembrar: cuidado com o que você deseja.

Como a taxa de juros está subindo e o preço dos ativos é calculado a partir dela, quanto maior for a taxa, menores serão os preços dos ativos calculados usando essa taxa. Assustamo-nos semana passada quando vimos o título de 10 anos do governo americano atingir um yield de 2,84%, o maior em anos, mas o mercado acionário nem ligou. Mencionamos isso no post da semana passada “Os avisos não param de chegar, mas tem alguém prestando atenção?”.
Muita gente vem falando que o mercado tem liquidez e que é fácil vender, caso a situação exija. Ontem tivemos uma pequena amostra do que pode acontecer: a liquidez existe quando o mercado está em alta e todos querem participar. Nas quedas, a liquidez diminui bastante e exacerba os movimentos.

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Ainda não estamos vendo pânico nos mercados, a não ser para os risk-parity funds e alguns players alavancados, e achamos que há tempo hábil para montar posições lucrativas. Na nossa opinião, o mercado ainda está muito alto.

Podemos esperar em breve, novamente dentro do movimento de previsibilidade, o FED entrar em ação e dizer que não vê necessidade de subir a taxa de juros tão rapidamente, etc. Esse papo funcionou das últimas vezes e, embora o banco central americano tenha se especializado em gerenciar expectativas, será que isso funcionará agora?

Encontramos valor em algumas empresas na Austrália, Hong Kong e Canadá. Como dissemos na nossa última publicação, agora é hora de ter cautela e investir moderadamente em bônus de primeira linha com vencimentos curtos, ações de empresas sólidas com recursos em caixa para aguentar o turbilhão e, principalmente, manter uma posição em caixa alta, para aproveitar as barganhas que começarão a aparecer.

Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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