De repente a vida adulta.

Pesquisa recente realizada pela Manpower Group e pela Reputation Leaders, aponta que 12% de cerca de 20.000 millennials (geração que nasceu após 1980 até meados de 1990) acreditam que terão que trabalhar até morrer, pois são descrentes da possibilidade de conseguirem se aposentar. Por que? Por falta de uma educação financeira que os levaria ao planejamento de longo prazo e da segurança financeira futura. Conectar os pontos entre os mais jovens e as habilidades de gestão financeira irá prepará-los para um encontro com o cenário financeiro que eles terão que encarar ao longo da vida adulta.

Segundo a pesquisa no Brasil, 10% dos millennials acreditam que irão trabalhar até a morte e cerca de 60% a 69% estão ou confiantes ou otimistas com a perspectiva de suas carreiras e esse será o grande desafio do mercado de trabalho que deverá pensar como será capaz de absorver essa mão de obra, além dos mais jovens que deverão chegar.

O Brasil alcançou a marca de 33 milhões de aposentados, sendo que nesse grupo, 22,3% dos idosos continuam trabalhando, pois necessitam de renda adicional. A projeção para 2055 é que o número de pessoas acima de 60 anos no Brasil ultrapasse o de jovens até 29 anos (dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)). O que poderá a Previdência Social oferecer a quem depender dela no futuro, se hoje já tem um rombo de cerca de R$146 bilhões e o modelo atual não se mostra autossustentável?

Nossa dívida pública (dívida interna + dívida externa) chegou a R$2,878 trilhões no mês de maio e quase certamente resultará em uma maior carga fiscal para os cidadãos.

Formação superior e mestrado, ser fluente em dois ou três idiomas – não estamos falando nem em mais um único idioma – experiência no exterior, parecem não mais satisfazer os requisitos à empregabilidade, pois cada vez mais os jovens se preparam para a concorrência feroz às boas vagas no mercado. Por conta de todos esses desafios é que se torna tão criticamente importante ensinarmos sobre administração financeira.

Ainda que esses grandes desafios pareçam assustadores, eles podem apresentar-se como oportunidades às pessoas que são financeiramente educadas. Desenvolver nas crianças e jovens as habilidades financeiras que necessitam e oferecer as ferramentas para que possam gerir suas finanças poderá levá-los a melhores oportunidades no futuro, a partir das quais elas se beneficiarão independentemente do momento econômico em que estiverem vivendo. Durante tempos econômicos instáveis é fácil observar quem continua a ser bem sucedido: aqueles que receberam e recebem o conhecimento sobre possibilidades com o próprio dinheiro e, portanto, o utiliza para continuar prosperando.

Promover a educação financeira dos jovens é muito mais do que ensiná-los a equilibrar as próprias contas. Na verdade, com tantos aplicativos disponíveis é possível organizar as contas sem que seja preciso esforço algum, mas não é isso apenas o que promove a educação financeira.

Educar financeiramente é preparar os jovens para a realidade financeira que enfrentarão ao virarem a esquina, oferecendo a eles as habilidades práticas do mundo real que os ajudará a garantirem a segurança financeira para o futuro. Essas habilidades incluem a superação de desafios, a construção de inovação e o reconhecimento das oportunidades , dando a eles a confiança para agir.

Permitir que nossos jovens se conectem com a oportunidade de desenvolver suas habilidades práticas de finanças pessoais é o primeiro passo.

O tempo, infelizmente, passa muito rápido e as crianças, de repente, alcançam a vida adulta.