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Quem é o inimigo?

Os piores ingredientes da atual crise econômica e política são, a meu ver, o comportamento e as atitudes que nós brasileiros estamos tendo diante dela.
Por  Rubens Menin
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Os piores ingredientes da atual crise econômica e política são, a meu ver, o comportamento e as atitudes que nós brasileiros estamos tendo diante dela. De tudo o que já vivi, do que li e estudei e do que me relataram os meus pais, firmei a convicção de que o país jamais passou por uma situação tão grave e complicada quanto esta, que ainda não se expôs por completo e que, tampouco, atingiu o seu ponto de maior profundidade. Apesar disso tudo, nunca estivemos tão mal preparados e mal dispostos para enfrentar esse inimigo perigosíssimo.

Junto com a crise propriamente dita caímos em uma armadilha mortal, que nunca havia se manifestado antes no Brasil: deixamo-nos contaminar por uma insidiosa, inconveniente e perigosa divisão radical de natureza ideológica. O discurso que dividiu os brasileiros entre “nós” e “eles” acabou por polarizar os espíritos e por separar a nação, contrariamente à nossa tradição de povo tolerante e cordial. Nada de pior poderia ter acontecido neste momento, quando precisamos, justamente, de união, objetividade e coordenação para enfrentar a adversidade monumental que se nos apresenta e que põe em risco, pela primeira vez desde a fundação da nossa Pátria, a própria integridade futura da nação. Não podemos perseverar nesse comportamento deletério. Temos que pôr a cabeça no lugar, se não quisermos perdê-la! Porque, potencial para isso, a crise tem.

Se quisermos ter sucesso nessa importantíssima empreitada temos que, em primeiro lugar, refletir sobre o nosso próprio comportamento social e mudar as nossas atitudes impróprias e ineficientes. O Brasil está dividido entre “coxinhas” e “petralhas”, dois apelidos tão ridículos quanto as pessoas que os criaram e os disseminaram. Precisamos desideologizar as posições e comportamentos baseados em conceitos atrasados e tão fora do tempo quanto os apelos da, igualmente anacrônica, “luta de classes”. Isso divide e não aglutina todos os sócios que precisariam batalhar coordenadamente contra a crise, enfrentando irmamente os sacrifícios e aplicando coordenadamente os esforços. Ao invés da troca cruzada de chumbo entre dois batalhões de vítimas da mesma crise, simbolicamente materializada na absurda cusparada que vem coroando os episódios de hostilidade em locais públicos, temos que mirar no inimigo comum. E, em lugar de cusparadas, atingi-lo com petardos inteligentes e capazes de mitigar as consequências desta crise.

Falei da necessidade de reflexão porque entendo ser esse o primeiro passo para que toda a nação se vacine contra as tentativas divisionistas e contra o alinhamento automático às diferentes vertentes ideológicas que não cabem no presente momento, quando o foco deve ser o combate à crise e aos seus efeitos. Por maior que seja a ojeriza de alguns contra as bandeiras vermelhas, em vez de hostilizá-las belicamente, melhor seria convencer os seus portadores de que, no momento, todos eles deveriam estar abrigados sob o manto verde e amarelo que materializa a vontade superior da nação. Precisamos nos vacinar contra a inoculação insidiosa dos conceitos divisionistas como a abominável disseminação do termo “elite branca”. Além de racista, essa legenda predispõe um grande número de brasileiros contra aqueles estratos que se convencionou chamar de “elite”. Ao contrário do que a expressão parece pregar, a nação de nada lucraria caso fossem dizimadas as suas elites econômicas, científicas, empresariais e culturais. A elas cabe um papel importantíssimo na emulação do progresso, no desenvolvimento econômico e na própria correção das desigualdades sociais remanescentes.

Para concluir a breve exposição do meu pensamento nessa questão, gostaria de mencionar que a história da humanidade está cheia de exemplos em que nações unidas, organizadas e adequadamente lideradas conseguiram enfrentar vitoriosamente crises tão graves quanto a brasileira atual. Todavia, a mesma história mostra a existência de numerosos casos em que nações, países ou povos sucumbiram às suas crises ou aos seus inimigos, por se deixarem contaminar pela cizânia, pela divisão interna ou pela dispersão dos esforços em rusgas intestinas estimuladas por lideranças antagônicas. Melhor do que lançar “pautas bomba” uns contra os outros, seria que todos se dessem as mãos e lutassem na mesma trincheira contra o poderoso inimigo que aqui se instalou. A meu ver, isso é o que faria uma nação ajuizada. Tomara que esse venha a ser o nosso caso.

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