Fechar Ads

Planejamento para uma aposentadoria sustentável

Por  Reinaldo Domingos
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Como o brasileiro deve se preparar, financeiramente, para a aposentadoria? Esse tema é muito mais relevante do que imaginamos, principalmente, perante a situação de dificuldade que milhões de brasileiros se encontram, depois de trabalhar anos e descobrirem que os valores da aposentadoria não são suficientes nem mesmo para a sobrevivência.

Isso ocorre porque a maioria dos brasileiros se aposenta apenas pela previdência oficial, ou seja, a do INSS, contudo, quando isso ocorre, se tem uma grande queda nos rendimentos. Isso se deve a existência do Fator Previdenciário, estabelecido por lei em 1999, com o objetivo de equalizar o déficit previdenciário, mas como consequência, reduzido o valor dos benefícios durante a sua concessão, sendo inversamente proporcional à idade do segurado em relação ao valor da aposentadoria. Assim, se estabelece um gatilho, a partir do qual quanto menor for a idade de aposentadoria maior será o redutor e, logo, o valor será menor.

É importante ter em mente que a aposentadoria pelo INSS possui grande importância, principalmente, para os trabalhadores menos abastados, pois estes, em sua grande maioria, não trabalharam preventivamente para o período de aposentadoria, o que faz com que, mesmo com a redução dos valores, esses ganhos sejam a única fonte de sobrevivência. Lembrando que, com esses valores, não só conseguem sobreviver como, na maioria das vezes, também auxiliam familiares.

Contudo, para quem não quer depender apenas do governo para garantir sua segurança futura, é fundamental que se projete com outros dois pilares: o primeiro é a previdência complementar coletiva – que possibilita o atingimento de um padrão de vida similar ao da fase laborativa – e o segundo é a poupança individual – que permite a realização dos sonhos.

A previdência complementar coletiva funciona de maneira muito simples: nela, se acumula uma quantidade de dinheiro até o momento de começar a retirar o montante poupado. Assim, quanto mais você acumular e quanto mais tempo você o fizer, maior será o valor no período final. É uma forma de poupança para longo prazo, que tem como principal objetivo proporcionar estabilidade na aposentadoria.

Existem dois planos vigentes, o aberto e o fechado. Enquanto o primeiro pode ser contratado por qualquer pessoa, o segundo é voltado para um grupo de pessoas geralmente da mesma empresa ou sindicato, sendo muito mais seguro e interessante. O plano aberto da previdência privada é vendido por bancos e empresas de seguro. Já no plano fechado, cada pessoa do grupo contribui com uma parte e a empresa ou o sindicato contribui com o restante. Existe a opção de os profissionais que não contam com planos de previdência complementar em suas empresas buscarem planos de instituidores (formados por entidades de classe, profissionais liberais, entre outros).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por fim existe a poupança individual, que também é fundamental para quem planeja aproveitar de forma plena a aposentadoria, pois essa é que garantirá, além do padrão de vida, a realização de sonhos de curto, médio e longo prazos. Mas é neste pilar que, geralmente, ocorre um grande erro, pois muitas pessoas poupam por poupar. O dinheiro poupado sem finalidade, na maior parte das vezes, é dinheiro fácil de ser gasto com supérfluos. Assim, uma reflexão sobre o papel do investimento é imprescindível. Posterior a essa resposta, chegamos, finalmente, à outra questão: onde investir?

No mercado financeiro, existem diversas opções de aplicação em ativos financeiros com riscos diferentes, variando de aplicações de baixo risco até investimentos de alto risco. Procure sempre um especialista ou um educador financeiro para orientá-lo nas decisões de aplicação da poupança, visando mantê-la de forma segura e rentável.

É preciso definir como e quando o capital poupado será utilizado. Esta decisão será importante na escolha do tipo de aplicação em ativos financeiros para proteger a poupança. Para tanto, faça um plano de investimentos, definindo o momento do resgate de cada ativo financeiro escolhido, em conformidade com o cronograma de aplicação dos recursos poupados, para serem investidos no alcance dos objetivos desejados para o negócio.

Lembro que, de forma geral, o risco de uma aplicação financeira é diretamente proporcional à rentabilidade desejada, ou seja, quanto maior o retorno estimado pelo tipo de aplicação escolhida, maior será o risco. Todavia, o risco significa que poderá não conseguir o retorno prometido ou mesmo perder uma parcela do montante aplicado. É bom lembrar sempre que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

Por fim, lembro que a garantia de uma aposentadoria plena parte invariavelmente pela adequação do orçamento financeiro aos sonhos, utilizando-se dos dois primeiros pilares (previdência oficial e a previdência complementar coletiva), para que possa direcionar com inteligência o dinheiro para o terceiro pilar que é a poupança individual.

Reinaldo Domingos Reinaldo Domingos é presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), autor de vários livros e criador da Metodologia DSOP de Educação Financeira.

Compartilhe

Mais de Finanças em casa

Finanças em casa

Apenas 9% dos brasileiros conseguem pagar as despesas de início de ano

O ano já começou e para não comprometer as finanças logo em janeiro é preciso se planejar, mas diante da situação financeira atual do brasileiro, sabemos que não é simples. Prova disso é uma recente pesquisa divulgada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apenas 9% dos brasileiros conseguem pagar as despesas de início de ano com o que recebem.
Finanças em casa

Mega-Sena da Virada ou investimento: o que é melhor?

Todo fim de ano a cena se repete: filas enormes para fazer aquela "fezinha" na Mega-Sena da Virada em todas as lotéricas do país. Neste ano, o prêmio é o maior da história, sendo R$ 280 milhões, e por isso muitos apostam também a esperança de resolver, de uma vez por todas, a vida financeira.
Finanças em casa

Saúde Física x Saúde Jurídica: a importância do equilíbrio

Sempre gosto de ponderar que é preciso haver um equilíbrio em tudo o que fazemos e com a nossa saúde não poderia ser diferente. Aprofundo mais essa questão em meu livro Empreender Vitorioso com Sonhos e Lucro em Primeiro Lugar, lançado no fim de Novembro. É imprescindível dar a mesma atenção à saúde física e jurídica. 
Finanças em casa

Planejamento é a chave para as contas de início de ano

Mesmo que a taxa de desemprego tenha diminuído para 11,9% no mês de setembro, ainda são 12,5 milhões de brasileiros sem trabalho de acordo com os últimos números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A falta de renda também se reflete no grande número de inadimplentes – cerca de 63 milhões, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgados neste mês de novembro. Diante deste cenário preocupante, as contas típicas de início de ano das famílias, se não forem analisadas com cautela, podem causar um grande desequilíbrio no orçamento.
Finanças em casa

Conheça os caminhos para empreender de forma vitoriosa

Sabemos que a palavra “empreendedorismo“ sempre esteve muito ligada ao campo empresarial, mas ao longo do tempo percebi que o ato de empreender não se restringe apenas a isso, mas permeia todo o nosso cotidiano. É partindo deste entendimento que o meu novo livro Empreender Vitorioso com Sonhos e Lucro em Primeiro Lugar se desenvolve.
Finanças em casa

Pesquisa comprova: brasileiros ainda dependem do INSS

Quase metade dos brasileiros esperam depender apenas com os recursos da Previdência Social (INSS) para se manter na aposentadoria. É o que atesta uma pesquisa recente do Datafolha, encomendada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)
Finanças em casa

13º dos aposentados: caminhos para a melhor utilização

Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começam a receber a partir do dia 27 deste mês a primeira parcela do 13º salário, que corresponde a 50% do valor. Com esse dinheiro extra em mãos, muitos beneficiários podem se perguntar qual o melhor destino: quitar dívidas, consumir ou investir?
Finanças em casa

Maioria dos colaboradores brasileiros enfrentam dificuldades financeiras

Em pesquisa divulgada recentemente pela Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), em parceria com a Unicamp e o Instituto Axxus, revelou-se que apenas 16% dos colaboradores brasileiros são capacitados financeiramente. Já 84% dos entrevistados enfrentam dificuldades para lidar com o dinheiro, sofrem prejuízos ou não entendem de finanças.
Finanças em casa

Não deixe os juros dominarem a sua vida financeira

Nesta semana, uma pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), constatou que no ano passado as famílias brasileiras gastaram R$ 354,6 bilhões apenas com o pagamento de juros. Esse número corresponde a 10% da renda anual, superando os gastos com energia elétrica, planos de saúde e educação, por exemplo.