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Um relato da doutrinação ideológica nas escolas brasileiras

ALAN FEFFER, Associado do IFL-SP
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

ALAN FEFFER, Associado do IFL-SP

Agradecimentos especiais a Caroline Sanflorian, Cesare Rollo Iacovone e Marcelo Barbosa

Tendo em vista a greve geral dos professores desta sexta feira (28/04/2017) e da “surpreendente” adesão de profissionais da rede privada de ensino, faço questão de trazer à tona um ponto que já discuti antes. Inclusive é importante explicar que para mim não houve surpresa alguma na adesão dos professores e menos ainda das escolas em que esses professores trabalham. A realidade fica clara quando se vivencia esse universo por dentro.

Doutrinar com o preceito de ensinar é atitude predominante em um país que tem, segundo o Instituto Sensus, 78% dos professores comprometidos com a formação de cidadãos sob sua própria perspectiva ideológica. Mesmo com o acesso a diferentes ideologias e a debates aumentando, os jovens brasileiros se encontram condicionados a visões parciais sobre contextos históricos. Para demonstrar minha perspectiva, vou relatar uma experiência que tive no ano passado, em uma escola particular em São Paulo.

“Hoje (10/06/2016), tivemos em nossa escola  os usuais 75 minutos de doutrinação também conhecidos como aula de geografia.

Dessa vez, nosso caro professor decidiu apresentar à sala o artigo do FMI, cujo título é “Neoliberalism: oversold”, com o qual muitos provavelmente já tiveram algum contato. A consequência foi uma discussão bastante previsível. Assim que alguns contra-argumentos passaram a incomodar o professor, o mesmo  interrompeu o aluno que falava (uma ação pouco adequada, comparada aos outros participantes da discussão) e terminou o debate, sem que ninguém se manifestasse contra. Usou de sua superioridade para, na minha opinião, evitar o contato com as ideias liberais que eram divulgadas.

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Porém, o que mais me preocupou durante o debate não foi a doutrinação nem o doutrinador, mas os doutrinados. Pessoas rindo enquanto o professor apresentava o artigo. Rindo de nós. Rindo de nossos valores e nossas opiniões [algo bastante irônico, vindo de pessoas que geralmente prezam tanto a tolerância]. Uma pena. Essa cena (e muitas outras que tenho o desprazer de presenciar diariamente) explicitou o que defino como desperdício de mentes que a doutrinação causa”.

Malcolm Gladwell explica em seu livro “Outliers” que é possível atingir um alto nível em qualquer atividade através de um único discriminante: o esforço. Aquele que tem talento, logo, não se encontra adiante da linha de chegada, mas apenas tem mais facilidade de ultrapassar obstáculos que os seus adversários. O esforço pode assim se sobrepor ao talento, o que torna a dedicação fator indispensável para a vitória. Assim, a subutilização de um dom provém do indivíduo, mais especificamente, da sua falta de motivação própria.

No caso relatado acima, o desperdício de talento é causado pelo outro, pela intervenção na liberdade do aluno doutrinado. A hegemônica exposição de um ponto de vista, o de esquerda somado à ausência, ou supressão, de qualquer contraponto, cria indivíduos com mentalidade limitada, incapazes de questionar tudo que recebe de uma pessoa que se diz superior. Indivíduos incapazes de se auto motivarem e portanto de se esforçarem, impossibilitando ativar o talento nato que é o intelecto.

A principal consequência da doutrinação não é a criação de uma sociedade homogênea, mas a criação de uma sociedade que desperdiça intelecto. Será mesmo essa a educação que queremos em nossas escolas?

E você, já passou por alguma experiência como essa? Compartilhe conosco nos comentários abaixo!

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