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Dilma, que moral você tem para falar de conta de luz, querida?

No governo da ex-presidente Dilma, a conta de luz aumentou em média 51% (chegando a 70% em algumas regiões do pais), segundo reportagem do InfoMoney. A razão para os aumentos estratosféricos em 2015 decorreu da política populista da ex-presidente de segurar os preços da energia no seu primeiro mandato com fins eleitoreiros. Dilma se reelegeu dizendo que não faria nenhum aumento de energia, quando, na verdade, aumentou as contas em 51%, resultando num grande estelionato eleitoral.
Por  Alan Ghani
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Ao se referir à possível privatização da Eletrobras, a ex-presidente Dilma chegou ao cúmulo da hipocrisia em seu Twitter ao dizer que “o consumidor vai pagar uma conta de luz estratosférica por uma energia que não terá fornecimento garantido”. Pergunta-se: que moral esta senhora tem para falar sobre aumento de conta de energia elétrica?

No governo da ex-presidente Dilma, a conta de luz aumentou em média 51% (chegando a 70% em algumas regiões do pais), segundo reportagem do InfoMoney (aqui). A razão para os aumentos estratosféricos em 2015 decorreu da política populista da ex-presidente de segurar os preços da energia no seu primeiro mandato com fins eleitoreiros. Dilma se reelegeu dizendo que não faria nenhum aumento de energia, quando, na verdade, aumentou as contas em 51%, resultando num grande estelionato eleitoral.

O problema não foi apenas o estelionato eleitoral, com aumentos elevados para a população mais pobre. A ex-presidente Dilma arruinou também com o setor de energia elétrica do Brasil.  Em ótima matéria (aqui), a jornalista e economista, Lara Rizério mostra que a MP 579 foi o 11 de setembro para o setor elétrico. Acreditando que economia se resolve na base da “canetada”, no processo de renovação das concessões elétricas, a ex-presidente Dilma anunciou um corte de 16,2% nas contas de energia residencial e 28% para o setor produtivo, por meio da MP 579. O problema não foi a redução em si, mas a maneira pela qual se deu o processo de renovação das concessões que trouxe quebra de contratos, risco regulatório e indenizações arbitrárias para as empresas que não quisessem renovar os contratos.  Em suma, a maneira pela qual se deu o corte no preço da energia e o aumento  do risco regulatório levaram os investidores a fugirem desse mercado. Resultado: perda de eficiência, falta de investimentos, redução da oferta de energia e aumento de preço inevitável para o consumidor em 2015  .

O que a ex-presidente Dilma e as esquerdas em geral não entendem é que as privatizações são boas para o país, principalmente para a população mais pobre. As esquerdas são contra as privatizações por razões ideológicas. Apegam-se a expressões abstratas e vazias, mas de forte impacto como, por exemplo, “ não podemos privatizar a energia porque é estratégico”. Mas afinal, o que é estratégico?

De acordo com o estudo do economista André Montoro (FEA-USP), as privatizações elevaram a receita do governo e aumentaram o emprego nas empresas privatizadas. A Vale, por exemplo, gera mais emprego e traz mais receita para o governo hoje do que na época em que a empresa era estatal. De outro modo, mesmo que você seja esquerdista e seu objetivo é trazer mais dinheiro para o governo, você deveria ser a favor da privatização porque a empresa privada gera mais receita por impostos do que os lucros das estatais. Quanto à geração de mais empregos, isso sim é estratégico para o país: pessoas comuns terem renda para poderem consumir saúde, alimentos, transporte, educação, etc.

Além disso, as empresas privadas trazem melhores preços e maior qualidade do que as estatais. Uma linha telefônica da famigerada Telesp chegava a custar R$10.000 a valores de hoje. Atualmente, boa parte da população pobre do Brasil tem smartphones. A possibilidade de acesso à alta tecnologia a preços acessíveis para o consumidor final não adveio das estatais, mas das inovações da Apple, Motorola, Sony, Samsung, etc.? É evidente que o mundo não é perfeito e que ainda tem muita pobreza. Mas a melhora de vida das pessoas mais pobres decorreu de países nos quais mais se aproximaram do capitalismo, do livre mercado e da iniciativa privada. Para citar o economista, prêmio Nobel, Milton Friedman, ou o automóvel, os remédios para doenças (câncer diabetes, etc.) e o iphone foram inventados por grandes burocratas estatais (veja vídeo aqui)?

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Mas para Dilma os resultados práticos das privatizações pouco importam. O que importa é a frase de efeito, a expressão gatilho, que gerará emoções na sua militância adestrada psicológica e intelectualmente. Basta falar “privatização” que logo associam ao “neoliberalismo”, “capitalismo”, “exploração”, etc., despertando reações histéricas e de ódio em sua militância. Nesse caso, o brilhante economista Ludwing Von Mises tinha razão ao dizer no seu livro (“A mentalidade anticapitalista”) que qualquer pessoa pública, formadora de opinião, deveria ter conhecimentos básicos de economia.   

Aliás, Dilma só pode emitir essa opinião sobre a Eletrobras acessando o seu Twitter, uma empresa privada que ela usa gratuitamente. Da mesma forma que a ex-presidente se beneficia do Twitter, ela se beneficiará da redução das contas de energia e da melhora de qualidade que a privatização  da Eletrobras vai trazer. A ex-presidente Dilma, como cidadã, deveria agradecer a equipe econômica do presidente Temer por isso. Dilma, sua conta também ficará mais barata, querida!

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Alan Ghani É economista, mestre e doutor em Finanças pela FEA-USP, com especialização na UTSA (University of Texas at San Antonio). Trabalhou como economista na MCM Consultores e hoje atua como consultor em finanças e economia e também como professor de pós-graduação, MBAs e treinamentos in company.

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