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Dória: candidato a presidente ou a governador em 2018?

O prefeito de São Paulo, João Dória, no último programa Roda Viva deu sinais de que pode largar a prefeitura para vôos maiores. Resta saber se disputará o governo do estado (SP) ou a presidência da república.
Por  Alan Ghani
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O prefeito de São Paulo, João Dória, participou do último programa Roda Viva pela TV Cultura. Sua entrevista chamou a atenção por alguns aspectos. Primeiro, a pergunta recorrente – feita de formas diferentes –, se João Dória largará a prefeitura para disputar a presidência ou o governo do estado? É evidente que o prefeito não iria responder categoricamente que “sim”, mas a ideia de que ele saia como candidato a governador ou a presidente vai ganhando força na mídia e na população de São Paulo. Conta ao seu favor, a enorme popularidade do seu governo, a imagem do bom gestor não político e a lisura do seu passado – em terra de corruptos, quem não está na Lava a Jato é Rei.

Por outro lado, pesa contra Dória a oposição de caciques do seu próprio partido, como Aécio, Serra e FHC; além do próprio Gerado Alckmin, que apesar de ser seu aliado, também almeja disputar a presidência da república. Talvez, Dória como governador, seja uma solução com menos ônus político para os tucanos.

Outro ponto que chamou a atenção em sua entrevista foi a presença do vice-prefeito, Bruno Covas, e os elogios de Dória para ele. Dória fez questão de mencionar que Bruno Covas é o responsável pelo “Cidade Linda”, programa com apoio da maior parte da população, e pela administração de 29 subprefeituras da cidade de São Paulo (“ é como ser prefeito de 29 cidades”). A citação de Bruno Covas pode ser apenas elegância do prefeito em reconhecer o trabalho do seu vice, como também um indicador de que João Dória já esteja preparando e divulgando Bruno Covas como o futuro prefeito de São Paulo para 2018.

Além das citações do vice-prefeito, Bruno Covas, João Dória não poupou críticas ao PT e ao ex-presidente Lula, colocando-se como uma oposição ao petismo. Sua postura mais dura e direta nas críticas aos petistas foge da moderação costumeira de outros tucanos ao falar do PT.

Apesar de estar no PSDB, João Dória não age como um tucano clássico; enfrenta, sem esquivas, as capciosas perguntas de jornalistas, invertendo o jogo e deixando muitas vezes os entrevistadores numa saia justa (aqui e aqui), o que lhe rende muitos memes favoráveis nas redes socais.

Além disso, João Dória captaria parte dos votos de um eleitorado órfão de um representante verdadeiramente de direita (liberal ou conservador), que vota no PSDB (um partido de centro esquerda) mais por falta de opção do que identificação genuína com suas ideias e propostas.

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Apesar de João Dória evitar os rótulos “esquerda” e “direita” em suas entrevistas, dá para notar que o atual prefeito de São Paulo tem uma simpatia pelo liberalismo econômico, ao defender o enxugamento da máquina pública e as privatizações, por exemplo.

É cedo para avaliar se João Dória sairá como presidente ou governador. Mas uma coisa é certa: Bruno Covas será o prefeito de São Paulo em 2018.

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Alan Ghani É economista, mestre e doutor em Finanças pela FEA-USP, com especialização na UTSA (University of Texas at San Antonio). Trabalhou como economista na MCM Consultores e hoje atua como consultor em finanças e economia e também como professor de pós-graduação, MBAs e treinamentos in company.

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