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Encontro: o que a Fátima Bernardes não te contou sobre policiais, drogas e violência

O programa da semana passada de Fátima Bernardes trouxe a seguinte enquete: “quem salvar primeiro: traficante em estado grave ou policial levemente ferido?”. A falta de igualdade nas condições em que foi feita a enquete demonstra que não se trata de um descuido ou de um erro aleatório, mas algo propositalmente pensado. Provavelmente, a intenção era justamente passar a ideia de que a população prefere o traficante ao policial.
Por  Alan Ghani
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O programa da semana passada de Fátima Bernardes trouxe a seguinte enquete: “quem salvar primeiro: traficante em estado grave ou policial levemente ferido?”

Em poucos minutos após a pergunta, a população estava revoltada nas redes sociais pela forma que foi feita a enquete (veja comentários no link aqui). O especialista em segurança pública, Bene Barbosa, captou o motivo de revolta da população:

“Oras, se o policial está levemente ferido não precisa ser salvo, apenas atendido. A intenção é clara e evidente: tentam de todas as formas possíveis dizer que a polícia não conta com o apoio daqueles que eles protegem. Honestidade seria perguntar: se um policial e um criminoso igualmente feridos com gravidade dessem entrada no hospital qual deveria ser salvo em primeiro lugar?”

Em outras palavras, se a pergunta fosse feita de maneira equivalente – traficante ferido versus policial ferido – evidentemente que a população preferiria salvar o policial. Mas daí, como observou o próprio Bene Barbosa, o resultado da enquete não atenderia as intenções deste pessoal.

A falta de igualdade nas condições em que foi feita a enquete demonstra que não se trata de um descuido ou de um erro aleatório, mas algo propositalmente pensado. Provavelmente, a intenção era justamente passar a ideia de que a população prefere o traficante ao policial.

Não é de hoje, e não apenas no Brasil, que boa parte da grande mídia ataca e demoniza os policiais. Nos EUA, por exemplo, se um policial mata um bandido negro, em legítima defesa, a imprensa e os artistas de Hollywood acusam toda a Polícia de racista, incendiando irresponsavelmente movimentos como o Black Lives Matter. Já na versão tupiniquim, parte de nossa imprensa trata Black Blocs, que depredam patrimônio público, atacam policiais e até matam jornalistas, como “manifestantes”, e os PMs como seres “covardes” e “truculentos”, numa completa inversão de valores.   

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A questão é que a demonização dos policiais já se tornou parte do cardápio da grande mídia progressista. Caso tenha alguma dúvida, pergunte para aqueles que demonizam a polícia, qual a opinião deles sobre a imigração ilegal, a legalização da posse de armas, a ideologia de gênero e o aborto? Certamente o efeito manada nas respostas será mais evidente do que os movimentos na bolsa de valores (veja o artigo aqui –Por que George Soros financia movimentos de esquerda?  – para entender por que existe um efeito manada sobre todos esses temas)

Mas por que será que a polícia é tão demonizada pela mídia mainstream? Possivelmente porque já está no inconsciente coletivo desta turma que o bandido é uma pobre vítima da desigualdade social e o policial não deveria puni-lo. O que o programa de Fátima Bernardes e boa parte da imprensa talvez não saibam é que a correlação entre desigualdade social e criminalidade não chega a 40% (índice Gini do Banco Mundial x homicídios medidos pela ONU). É claro que correlação não é causalidade, mas é um bom indício para mostrar que a criminalidade está muito mais ligada à impunidade, desestruturação familiar, deterioração de valores e tráfico de drogas do que o clichê ”desigualdade social”. O relatório da própria ONU, conhecida por ter uma agenda bem progressista, mostra uma forte relação entre drogas e criminalidade (aqui). Sem contar que o aumento de policiais reduz a violência, conforme demonstrado pelo estudo publicado na American Economic Review, principal revista cientifica de Economia do mundo (aqui).

Não se trata de negar que existam policiais corruptos e criminosos, mas já se tornou rotina na imprensa e nos filmes tratar a exceção como regra, demonizando com rótulos e insinuações toda uma classe que é essencial para manter a segurança e evitar que a sociedade não caia numa barbárie. Queriam o que: uma sociedade sem policiais? Quem vai garantir a segurança da população, o Fernandinho Beira-Mar? Será que não sabem que existem 70 mil homicídios no Brasil por ano e a violência é maior justamente nas áreas mais pobres, dominadas pelo tráfico de drogas, onde a polícia não é presente?

Está na hora de parte da mídia entender que a sociedade em geral apoia a Polícia (nas mega manifestações pelo impeachment, a população aplaudia diversas vezes os PMs). Também está na hora de entendermos que o policial, que ganha perto de R$3000mil reais, é uma das principais vítimas da violência. Em São Paulo, por exemplo, a cada 6 dias é morto um policial (aqui), e no Rio de Janeiro; 3,2 mil policiais foram assassinados de 1994 a 2016 (aqui).

Diga-se de passagem, as matérias que trouxeram estes números são da própria do Globo. Seria interessante os produtores do programa de Fátima Bernardes lerem as matérias da própria empresa para entenderem melhor a realidade dos policiais, antes de fazerem uma pergunta tão tendenciosa contra os PMs, para dizer o mínimo. 

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Alan Ghani É economista, mestre e doutor em Finanças pela FEA-USP, com especialização na UTSA (University of Texas at San Antonio). Trabalhou como economista na MCM Consultores e hoje atua como consultor em finanças e economia e também como professor de pós-graduação, MBAs e treinamentos in company.

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