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Por que Wagner Moura e muitos artistas ainda são petistas?

Além da Lei Rouanet , muitos artistas continuam petistas por motivações ideológicas. Por serem subprodutos de uma lavagem cerebral marxista, não enxergam que os roubos e a farra fiscal do governo do PT serviram apenas para sustentar parasitas estatais e a tal das “conquistas sociais” trazidas pelo lulopetismo não passaram de ilusões de curto prazo, destruídas pela inflação, pelo desemprego e pela queda renda, prejudicando principalmente os mais pobres. No entanto, dentro da lógica do pensamento revolucionário, do qual o PT compactua, todas as atrocidades e contradições são justificadas em nome da “justiça social” de acordo com os interesses do momento.
Por  Alan Ghani
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

A resposta mais comum para a pergunta do título acima – “ Por que Wagner Moura e muitos artistas ainda são petistas?”  – é: porque são favorecidos pela Lei Rouanet. Concordo que ganhar do governo uma grana ajuda muito a definir a escolha dos descolados artistas pelo petismo. Mas será que é só isso?

Além da Lei Rouanet, minha hipótese é que muitos artistas continuam petistas por motivações ideológicas. Não percebem, mas são subprodutos de uma lavagem cerebral marxista que começou desde o jardim da infância.

No colégio e na faculdade, fomos bombardeados com a ideia de que “ser de esquerda é ser do bem”, é buscar um mundo melhor contra a exploração capitalista dos mais ricos. E, claro, aprendemos que o PT, sendo de esquerda, era o partido da ética, do defensor dos mais pobres e que quando chegasse ao poder, transformaria o Brasil num país “mais justo”.  É evidente que um discurso do bem, que promete o paraíso na terra, seduz principalmente os mais jovens.

É fácil entender porque os mais jovens caem no conto do vigário. São pessoas com pouca experiência de vida, cheia de sonhos e que nunca tiveram contato com outras formas de pensar (liberais ou conservadoras). Agora, aparentemente é difícil entender como artistas continuam petistas dado que i) com os roubos bilionários dos governos Lula e Dilma, o PT está longe de ser o partido da ética;  ii) diante da grave crise econômica que pune principalmente os mais pobres, o PT está longe de ser aliado dos mais miseráveis;  iii) ao favorecer Odebrecht e Andrade Gutierrez, o PT está longe de ser inimigo do grande capital.

Com tamanha contradição entre discurso e realidade dos fatos, como Wagner Moura, Gregório Duvivier, Chico Buarque, Tico Santa Cruz e tantos outros continuam petistas, se a lógica e a razão nos diz que não faz sentido? A resposta da permanência deles no petismo está na essência do pensamento revolucionário socialista, o qual também foi nos passado silenciosamente pelos professores militantes. O roubo, o corrompimento das instituições, o cerceamento das liberdades individuais (hoje travestida de politicamente correto), as alianças com inimigos e corruptos do passado (ex Collor, Maluf) a contradição, o cinismo e até os assassinatos (ex: Venezuela) são permitidos em nome da construção de uma nova sociedade, “mais justa” e “mais igualitária”. Em resumo, este é o DNA de todo pensamento revolucionário do qual o PT compactua: todas as atrocidades e contradições são justificadas em nome da “justiça social” de acordo com os interesses do momento.

A corrupção, por exemplo, pode se transformar numa aliada ou numa inimiga. Para petistas, temos que tolerar a corrupção na Petrobras em nome da “governabilidade” e das “conquistas sociais”, e ao mesmo tempo condenar Eduardo Cunha pelos roubos na estatal. Renan Calheiros pode ser um aliado ou se transformar num novo Eduardo Cunha, tudo dependerá do termômetro do impeachment.      

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Mas uma coisa, temos que concordar: os países que fizeram concessões ao roubo, aos cerceamento das liberdades individuais e adotaram o discurso contraditório (cinismo), como modo de pensar oficial, produziram, de fato, sociedades mais iguais: todos ficaram pobres e uma minoria de burocratas estatais e seus bajuladores continuaram ricos (Venezuela é o exemplo mais recente).

Infelizmente, muitos artistas, com suas vidas em Paris e no Leblon, têm dificuldade de entender isso, seja por conveniência, por convicção ou desinformação. Não enxergam que os roubos e a farra fiscal do governo do  PT serviram apenas para sustentar parasitas estatais e a tal das “conquistas sociais” trazidas pelo lulopetismo não passaram de ilusões de curto prazo, destruídas pela inflação, pelo desemprego e pela queda renda, prejudicando principalmente os mais pobres.

E cá entre nós, para esses artistas enxergarem a realidade, teria que haver um esforço financeiro, psicológico e intelectual monumental. Financeiro porque teriam que abandonar a Lei Rouanet. Psicológico, porque teriam que acabar com suas crenças adolescentes, de que o PT (socialismo) salvaria o Brasil, e admitirem que foram enganados por muito tempo – um exercício de humildade   enorme. Intelectual, porque teriam que ler outras obras (Roger Scruton, Ayn Rand, Olavo de Carvalho, etc..). Quer saber, deve dar muito trabalho! É mais fácil ser contra o impeachment, repetir o clichê “justiça social”, ter o ego inflado por “defender os pobres” (confundido com ser de esquerda) e ainda poder tomar um vinho francês no Leblon, sem nenhum sentimento de culpa!

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Alan Ghani É economista, mestre e doutor em Finanças pela FEA-USP, com especialização na UTSA (University of Texas at San Antonio). Trabalhou como economista na MCM Consultores e hoje atua como consultor em finanças e economia e também como professor de pós-graduação, MBAs e treinamentos in company.

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