Adeus à forma tradicional de fazer carreira – parte 2

Tive a oportunidade de falar, no artigo anterior, sobre a queda na oferta de empregos celetizados versus a crescente oferta de cursos presenciais no Brasil e um leitor questionou: O que as pessoas estão fazendo para enfrentar esta nova realidade? Quais os possíveis caminhos a seguir? Caro Daniel, suas questões são muito pertinentes e vou buscar respondê-las brevemente, a partir de algumas referências.

Uma pesquisa realizada em janeiro de 2017 pela Vagas Online (Fonte: Elancers, fevereiro de 2017) revela que 47% dos profissionais estão insatisfeitos com seu emprego, seja pelas atividades que realizam, seja pela remuneração. E mais 33% estão insatisfeitos quando se fala diretamente sobre remuneração. Em geral, mulheres estão mais insatisfeitas tanto com a carreira com a remuneração (49%). No entanto, há aqueles que estão satisfeitos com a carreira, mas insatisfeitos com a remuneração: cerca de 35% dos homens (35%), ante os 30% das mulheres. Ou seja, uma alta insatisfação até mesmo para aqueles que estão alocados como CLT. O que fazer então?

Perdoem-me os puristas, mas “pensar fora da caixinha” é fundamental. Primeiramente, comece a conectar-se com pessoas que estão em segmento ou na área para a qual você planeja migrar. Mas isto precisa “extrapolar” o mundo virtual. Feitas as conexões e atualizações em uma das redes sociais mais conhecidas pelo enfoque profissional, o próximo passo é provocar contatos pessoais para falar sobre trabalho, o mercado, o segmento e prospectar novas ideias e soluções para este momento.

Em um segundo momento, amplie seus horizontes e conheça novos caminhos e segmentos de atuação. Busque continuar os estudos, com algo que amplie seus conhecimentos e abra oportunidades para uma carreira futura. Pode ser um curso rápido de extensão para você se atualizar ou aquela pós-graduação que vem sendo adiada há tempos. Foi quando optei pelo Doutorado no exterior, que me permitiria tanto ter uma experiência com outras realidades, quando ampliar os meus contatos e me preparar para um futuro numa carreira como docente.

Não por acaso, decidi investir um coaching profissional, para me ajudar a traçar este novo momento. Obviamente, tive que novamente “pensar fora da caixinha” a que estava acostumada. “Por que não pensar em um trabalho de Consultoria?”, ela me perguntou.  E logo as novas oportunidades começaram a acontecer, com propostas aceitas em duas escolas renomadas, um trabalho que me permitiria gerenciar o tempo em função das minhas atividades acadêmicas e profissionais.

Confesso que este caminho não foi completamente planejado: tive algumas “decepções” com antigos contatos, dos quais eu esperava mais, mas como aquele que costuma olhar para a “metade cheia do copo”, logo me tornei consultora na área que mais amo trabalhar. Outras pessoas podem complementar este depoimento com suas experiências, que certamente são diferentes da minha. Se você ainda tem seu emprego CLT, mas deseja migrar de carreira ou transitar por uma nova forma de vida, meu conselho é “comece já”. Se não há mais tantos empregos formais, certamente ainda há muito trabalho por fazer!