NO AR: Por Dentro do Resultado da Suzano (SUZB4): saiba os detalhes dos resultados da empresa em entrevista com CFO

Por Dentro do Resultado da Suzano (SUZB4): saiba os detalhes dos resultados da empresa em entrevista com CFO

Fechar Ads

O Sofrido mercado de motocicletas

Na história do setor automotivo, a motocicleta era o "simbolo" do Plano Real. Devido ao seu crescimento astronômico desde 1994 que pendurou por mais de uma década. Mas, agora, o sofrimento do pessoal se arrasta por seis longos anos sem previsão de melhoras.
Por  Raphael Galante
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Há seis anos (de 2011 até 2017 – sim, já encerramos este ano) o mercado de motocicletas vem penando! Do recorde histórico de quase 2 milhões de motos em 2011, vamos fechar o ano com quase 900 mil motos vendidas.

A queda será de mais de 55%. Cairemos para menos da metade!

Mas, afinal de contas, o que aconteceu com o setor?

Um dos símbolos máximos do início do plano Real, era o mercado de motos. No período de 1994 até 2007 o mercado crescia à taxa de dois dígitos! Mas não eram aqueles dois dígitos tipo 10%. Estamos falando de crescimento entre 20% a 25% ao ano.

A velocidade de crescimento do mercado de motos era tanto, que ela dobrava de tamanho a cada 4 anos (no começo do plano Real, ela dobrava de tamanho a cada dois anos!).

E, agora, estamos registrando SEIS anos de quedas consecutivas nas vendas de motos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A pergunta de 1 milhão de dólares é: Onde erraram? ou O que aconteceu com o setor?

Bem… o setor, praticamente “não errou muito”. Eles até que fizeram a lição de casa e se esforçaram pra caramba! Mas não adiantou muito.

Então, o que foi que aconteceu?

Aconteceu o óbvio ululante! Nunca antes na história deste país, ficamos tão pobre!

O apogeu do mercado de motocicletas durante 1994 até quase 2011, era alicerçado em dois fatores mais que primordiais em qualquer setor (renda e crédito). E isso (renda e crédito), foi o que mais cresceu durante o início do plano Real.

Analisando a questão “crédito” nas vendas de motocicletas nos últimos 10 anos, este participava em mais de 82% nas vendas de motos em 2008. Já no ano passado, ele fechou com uma representatividade inferior a 62%. A participação do crédito nas vendas de motos caiu em mais de 20 pontos percentuais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O grau de correlação entre vendas de motocicletas e crédito é altíssimo! Estamos falando de algo próximo a R² de 0,95.

 

 

O crédito está melhorando neste ano, mas ainda muito longe do que já foi. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se o crédito despencou, logo o aumento de renda “supriu” essa queda, certo? Na teoria, sim. Mas na prática não foi o que aconteceu. Em 2011 (melhor ano de vendas), o nosso PIB per capita era de US$ 13,2 mil. Neste ano, estaremos próximo a US$ 8,8 mil.

A importância da renda também é alta (R² 0,47).

Se fôssemos fazer uma separação por classe social (as classes que consomem motos, em sua maioria, são  a D e a C), essa correlação seria ainda mais alta quando tratamos do crédito e renda.

Mas, afinal de contas, o que queremos mostrar?: como o setor de motocicletas chegou nesta penúria! A queda na renda e a falta de crédito foi o que impulsionaram a sua derrocada!

No tópico crédito, ele não voltará tão rápido!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além disso, o que evitou o “caos” no setor foi a jabuticaba brasileira (o consórcio de motocicletas).

 

 

A queda de outras linhas de financiamento foi tão grande, que ele não voltará tão rápido! E como mostramos no gráfico acima, o produto consórcio supriu essa “sumida” do crédito. O crédito para financiar a motocicletas (ex.: CDC)  ficou tão raro como o mico-leão-dourado. Além disso, a velocidade de crescimento do produto consórcio é mais lenta. Dentro do fator renda, com os nossos mais de 14 milhões de desempregados, ela deverá levar  um booooommmmmmm tempo até se recuperar!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para as montadoras; autopeças; concessionárias e o povo lá de Manaus, a retomada do setor vai demorar! Se para autos a gente fala em um mercado “melhor” lá para 2025, para motos estamos falando um pouco mais para frente…

 

E ai, o que achou? Dúvidas? Me manda um e-mail, aqui.

Ou segue a gente lá no Facebool, aqui.

Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

Compartilhe

Mais de O mundo sobre muitas rodas