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Mercado de carros de luxo – inacreditavelmente – está sofrendo mais!

O mercado de carros de luxo, que sempre possuíam uma "aversão a crises econômicas", está apresentando queda nas vendas superior a 20% neste bimestre. A mudança no perfil de compra do cliente foi um dos grandes motivos para isso! 
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Existe uma tônica do mercado automotivo que, em geral, funciona assim: as vendas de veículos de luxo são menos afetadas durante um processo recessivo do que as chamadas marcas “normais”.

Neste cenário, marcas como Land Rover, Jaguar, Audi, Volvo e BMW sempre foram marcas “à prova de crises”.

Quando falamos “à prova de crises”, o que queremos dizer é: Enquanto o mercado cai 30% elas só caem uns 10%.

O motivo para esse desempenho – fora da média – é que, em geral, os consumidores destes veículos, habitantes do maravilhoso mundo de “Caras”, não sofrem tanto impacto financeiro, como nós, meros mortais…

Mas não é que isso vem mudando desde o ano passado, e se acentuou mais neste ano? Como nós já falamos aqui, o único mercado que está em franca expansão é o de SUV.

 E, aí, amiguinho, como é mar aberto, todo mundo corre atrás do seu pedacinho! Neste primeiro bimestre, as vendas de veículos tiveram queda de 5,5%. Os veículos “normais” registraram queda de 5% e os veículos de luxo viram suas vendas despencaram em 22%.

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 Marcas e carros como: Renault/Captur – R$ 80 mil; Honda/HR-V – R$ R$ 90 mil; Hyundai/Creta – R$ 92 mil; Nissan/Kciks – R$ 92 mil; Jeep /Compass – R$ 120 mil, (preços aproximados para mostrar apenas o valor de grandeza), passaram a ir atrás desse cliente!

 Elas decidiram dar uma de “imigrantes cubanos ao avesso”! Decidiram sair do continente em direção a “ilha de Caras”.

O cliente “TOP”, vendo que o “negócio não está assim tão bom”, decidiu dar uma baixada no seu padrão de consumo!

O que eles pensam? Sabe aquela X3? Então… acho esse “carrinho” da Jeep (Compass) um excelente custo-benefício. Além de ser menor (???) e melhor para andar na cidade…

O pessoal aqui está comprando ótimos carros, mas economizando algumas centenas de milhares de Reais em carros mais “populares”.

 O grande mérito foi que quase todas as montadoras perceberam esse excelente nicho de mercado e correram atrás de apresentar produtos para esses consumidores. Trabalhar com esse cliente é uma maravilha! Tanto para a montadora como para o concessionário. Ele consegue ver e materializar toda tecnologia, opcionais e conforto que esses carros darão. Não será como o meu AMG dos sonhos… mas, por esse preço, está ótimo!

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 Além do mais, eles (o cliente) não vão ficar barganhando por: “um tapete”; “isulfim”; “borrachão”… tudo isso já está no carro. É um veículo em que todos ganham: Montadora e Concessionário, que conseguem uma margem melhor e consumidor, que comprou um bom veículo por um bom “custo-benefício”, na sua visão!

  Menos as marcas cativas da “ilha de Caras”, que estão vendo o “povo invadir a sua praia”

 

P.S – No cume da “ilha de caras” (mas lá em cima do cume, onde o ar é rarefeito), continua tudo igual! Porsche +10%; Maserati +60%; Lamborghini +100%; Ferrari +150%.

 

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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