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Indo a pique…

O naufrágio do segmento de caminhões pesados
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Nós sempre abordamos com frequência o segmento de automóveis. Hoje vamos abordar o segmento de veículos pesados (no tocante, caminhões) – segmento hoje que está indo a pique.

Mais qual o motivo de falarmos sobre caminhões? Bem, são vários! O primeiro é que, desde a época de guaraná com rolha (governo JK), o Brasil fez como opção modal de transporte de cargas e passageiros o meio rodoviário. Hoje, mais de 80% do que é produzido é transportado por rodovias – aqui, caminhões.

E, se nós temos uma economia que está naufragando… bem, caros amiguinhos, neste caso as vendas de caminhões estão indo a pique!

A demanda de caminhões está atrelada diretamente à atividade econômica. Quanto maior a atividade econômica, maior a demanda por caminhões (e seus produtos correlatos, como: Implementos Rodoviários; Ônibus e etc.).

O cenário para 2017 não é “muito convidativo”: o FOCUS  fala em um crescimento de 0,5% neste ano. O FMI trabalha com 0,2%. O resumo da ópera é que 2017 será igual ao de 2016, mas com possível viés de alta. Quando verificamos como andam as empresas, notamos que uma grande maioria delas possui alto endividamento. Existe uma dificuldade absurda para os empresários (todos os setores) obterem recursos financeiros e, quando conseguem, os agentes financeiros praticam taxas que “quase beiram a agiotagem”.

Para fechar o ciclo do setor, que está indo a pique, com um baixo índice de confiança do consumidor e a atividade negativa, o volume de carga caiu, e o empresário não está renovando a frota existente.

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O volume de vendas de caminhões neste ano, deverá ser muito próximo ao do ano de 1999. Gente!!! O VOLUME DE VENDAS DE CAMINHÕES VAI REGREDIR 18 ANOS!!

A curva de vendas está em queda consecutiva há 25 meses! Não teve um “mísero” mês se quer que a venda apresentasse um crescimento…. nem que fosse algo do tipo 0,01%.

O quão critico está o setor? Bom, se eu falar que tem caminhão fabricado em 2011 (novo; zero KM) sendo vendido hoje, você acreditaria? Então… TEM!

Tem caminhões “novos/antigos” com ano de fabricação 2011 sendo vendido em 2017. Caminhões que ficaram no pátio da montadora/importadora/concessionária. Se a situação se manter, daqui a pouco elas estarão fazendo festa de “debutantes” para esses veículos…

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No lado do transportador (médio/grande), vários deles possuem uma “singela” frota de uns 100/200 caminhões (“novos/antigos”) parados em seus pátios esperando um aumento na demanda por frete. E isso é ainda mais perverso! Vamos imaginar que, por um passe de mágica, a economia crescesse os nossos medianos 2,5%. As vendas de caminhões iam se manter lá no chão! O frotista ia colocar o caminhão “novo/antigo” para rodar, para depois (de se capitalizar, ver a perspectiva futura do mercado) pensar em uma “renovação”.

O que presenciamos? Do lado das concessionárias, é uma quebradeira; do lado das montadoras, é não ter mais onde cortar – e tentar sobreviver para que essa “inhaca” acabe logo. Além disso, existiam aquelas “marcas” de caminhões que entraram e saíram, e aquelas que não aprendem: entraram de novo e saíram mais uma vez…

Ponto positivo? Sempre tem! Grupos de concessionários médios/grandes que são capitalizados e estruturados e ampliando o seu grupo (afinal de contas, comprar seus concorrentes na “bacia das almas”, sempre é um bom negócio). Outro ponto é que nós vamos presenciar (daqui a alguns meses) fusões/aquisições/incorporações de marcas/montadoras. Ou seja, tem montadora que não quer mais brincar (de vender caminhão) e vai cair fora. E, no segmento de caminhões, onde tem uma meia dúzia de marcas, qualquer mudança vai gerar reboliço no mercado. 

Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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