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Enfim, o fundo do poço chegou!

E, finalmente, a luz no fim do túnel se aproxima...
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Um dos maiores tormentos do pessoal do setor automotivo era saber quando o fundo do poço chegaria. Além disso, existia o receio de que, quando isso acontecesse, encontrariam um porão!

O lado bom é que parece que o porão está selado. Ou seja, estamos tecnicamente no fundo do poço!

E isso é um ponto a se comemorar!

Nos últimos cinco meses (abril-agosto) as vendas entraram em uma trajetória crescente, e existe uma grande expectativa para o final deste ano e, consequentemente, para 2017. Lógico que o volume médio atual, na casa de 170 mil veículos/ano, está anos-luz do que foi o  de 2012 – 303 mil carros/mês. 2016 deverá encerrar-se com um volume 18% menor do que 2015, e com retração acumulada de 44% sobre a média de vendas do glorioso ano de 2012.

E, lembrando que esse deverá ser o quarto ano consecutivo de quedas nas vendas, mas, pelo menos em 2017 não viveremos o quinto ano consecutivo de quedas, o que seria, “L-I-T-E-R-A-L-M-E-N-T-E” o “QUINTO dos infernos” para toda a cadeia…

Se vocês notarem no gráfico abaixo, podem ver que as nossas vendas estão seguindo uma trajetória  em forma de “U” (linha laranja). Aqui, estamos na “barriga do U”. Além disso, notem que as vendas passaram a crescer já a partir de abril.

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Em resumo, tecnicamente, estamos no fundo do poço, e o ano de 2017 deverá dar um passo de caranguejo (devemos crescer entre 2% a 4%).

Mas a sangria estancou-se!

 

 

O que tivemos ao longo dos últimos quatro anos, foi uma grande depuração do setor. Em linhas gerais, essa derrocada nas vendas (nos últimos quatros anos), serviu para fazermos separação do “joio e do trigo”. O setor teve que chegar neste estágio para que isso ocorresse. E isso incluiu todos os pontos do setor:

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         I. Nas montadoras, vimos  mudanças de muitos CEO, CFO, diretores, e gerentes que mudaram de empresa, “se aposentaram” ou foram tentar “novos ares”;

       II.  Do lado das concessionárias, se pegarmos as últimas declarações do presidente da FENABRAVE, nos últimos dois anos, mais de 2.000 CNPJ encerraram as suas atividades;

Além disso, tivemos inúmeros processos de “downsizing”,  “reengenharia de processos”,além de outros nomes bonitos para explicar o velho e temido “facão”.

O setor começa um novo ciclo de crescimento (hecatombes nucleares e políticas, não foram consideradas) – lógico que ainda tem algum “joio” a ser separado, mas o setor mostra a sua grandeza. Aqueles que sobreviveram até agora, e fizeram a lição de casa, possuem um bom cenário para o novo ciclo que se inicia. O ponto interessante aqui, é que estamos vendo nascer o surgimento de novas demandas por veículos; a quebra de paradigmas,  a ascensão de novas marcas e a derrocada de outras, além do surgimento de novos grupos de concessionários.

No final, como certa vez disse W. Churchill: “…entre mortos e feridos, salvaram-se todos…”.

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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