6 lições para aprender com a queda da Bolsa no pior mês desde 2014

Thiago Salomão conta as razões para não desistir do mercado acionário - mesmo depois de ter tomado prejuízo - e as lições que devem ser aprendidas por quem ficou no vermelho.

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O mercado acionário é extremamente sensível a eventos inesperados e a greve dos caminhoneiros veio adicionar ainda mais volatilidade ao Ibovespa. No pregão de segunda-feira (28) o mergulho foi de 4,5% e, apesar da recuperação na terça-feira (29), acumula perdas de 10,87% em maio.

Com o resultado, o Ibovespa fechou em seu pior mês desde setembro de 2014, quando a queda foi de 11,70%, e muitos acionistas perderam dinheiro.

Se você foi um dos investidores que está com a carteira no negativo neste mês, não precisa sair vendendo tudo no desespero sem nunca mais olhar para a Bolsa. Thiago Salomão, analista da Carteira Recomendada InfoMoney, conta (no player abaixo) as razões para não desistir do mercado acionário – mesmo depois de ter tomado prejuízo – e as lições que devem ser aprendidas por quem ficou no vermelho.

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Confira as seis lições:

1 – Quedas fazem parte da renda variável

“Renda variável é isso, não adianta achar que renda variável só é bom quando sobe”. Se sua carteira subiu 10%, ela também pode cair 10% em outro momento. Por isso, Salomão recomenda que o investidor não coloque prazos para aportes em ações. Por exemplo, quero lucrar 20% em um ano. “Você não pode travar uma janela de retorno, muito menos um objetivo numérico de retorno porque não sabemos o que pode acontecer”, explica o analista. 

2 – Compre ao som de canhões, venda ao som de violinos
Salomão cita a frase atribuída a Warren Buffet. “Agora que está todo mundo falando que está na pindaíba, não é a hora de sair vendendo”, diz. Ele acrescenta que quem precisa do dinheiro com urgência, ou seja, vai realizar o prejuízo está investindo errado, porque aplicações para eventuais urgências não deve estar em ações, mas investimentos menos voláteis e com possibilidade de resgate rápido, como Tesouro Selic ou CDBs de liquidez diária.

“Se o seu dinheiro é para longo prazo, não é a hora de vender. É a hora de procurar oportunidades de investimentos, já que muita coisa caiu”, conta Salomão, acrescentando que o momento para venda é na alta e não na baixa.

3 – Lucro virtual é diferente de lucro no bolso – para prejuízo vale a mesma regra
O lucro virtual é quando o investidor vê a valorização no homebroker. “Embora você não tenha vendido a ação, já coloca o lucro na sua cabeça”, destaca. O prejuízo é a mesma coisa, o investidor até pode ficar triste, mas enquanto não embolsar o resultado, não há perda de dinheiro.

Isso significa que o investidor deve carregar o prejuízo no longo prazo? Não necessariamente, mas há a possibilidade de encontrar momentos melhores para a realização.

4 – Tenha sempre um benchmark

Salomão traz como exemplo a Carteira InfoMoney, pela qual é responsável, que acumula 10% de perdas no mês. O resultado é “péssimo”, em suas próprias palavras, mas ainda é um prejuízo menor que o mostrado pelo Ibovespa. “Nunca é bom perder dinheiro, mas é importante ter um benchmark para ter uma noção do seu desempenho”, diz. O mesmo vale para quando o desempenho for positivo.

5 – Se a queda te incomodou tanto assim, é hora de rever seu perfil de risco e da sua carteira 
Salomão conta que já está atrás de oportunidades para o mês de junho após o desempenho negativo da Carteira InfoMoney, em busca de uma performance positiva ou, ao menos, acima da média do mercado. Do outro lado, o investidor que não consegue ter essa percepção sobre os próprios investimentos e ficou demasiadamente incomodado com as perdas de maio, Salomão aponta que a carteira provavelmente está assumindo um risco acima daquele que o investidor é capaz de lidar.

“Talvez seja preciso ter uma carteira muito mais defensiva, com empresas mais defensivas, ou até mesmo ativos mais defensivos, como fundos. Sua carteira talvez não devesse estar tão arriscada assim”, diz Salomão, acrescentando que, se o emocional do investidor ficou muito abalado, talvez seja melhor focar em renda fixa e voltar à renda variável em um cenário menos turbulento.

6 – Bolsa é para longo prazo 
Esse é o ponto mais óbvio, mas um dos mais necessários. O investidor que está montando uma carteira e não precisa prestar contas mensais do desempenho para ninguém, Salomão recomenda não se preocupar com o resultado de maio e olhar o desempenho no longo prazo. 

“Essa queda de agora mostra que a Bolsa é cada vez mais para longo prazo. Se olhar uma janela mais longa, vai ter investimentos mais rentáveis”, diz Salomão.  

Assista o programa Bê-a-Bá da Bolsa completo, com todas as dicas, no vídeo abaixo:

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