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A ação mais “anti-caos” da bolsa brilha em 2018 mesmo com tudo dando certo no País

Temores de excesso de oferta de celulose foram dissipados, enquanto perspectiva de volatilidade com eleição mostra mais um motivo para entrar no papel
Por  Lara Rizério -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – Após um final de 2017 com muitas dúvidas sobre como seria o futuro para o setor de papel e celulose (o que se refletiu nas ações na bolsa) neste ano, principalmente pelas expectativas de queda de preços das commodities, esta semana mostrou que as ações do setor podem trazer muitas notícias positivas para os investidores.

Na semana, os ativos da Suzano (SUZB3) já saltaram 10%, enquanto a Fibria (FIBR3) registra ganhos de 7,5%, com os temores mais afastados de um impacto imediato da queda de preços em meio ao excesso de oferta com várias plantas entrando em operação.

Porém, aconteceu o contrário nesta semana: na manhã da última quinta-feira, a Fibria anunciou um aumento será de US$ 30 a tonelada para a Europa e América do Norte e de U$ 20 a tonelada para a Ásia, segundo comunicado da Fibria enviado por e-mail. Os novos preços de referência por região serão: Europa: US$ 1.030 a tonelada, a América do Norte em US$ 1.210 a tonelada e a Ásia: US$ 830 a tonelada.

Corroborando as estimativas mais positivas, o Bradesco BBI revisou as estimativas para o setor, inclusive estimando um preço médio da celulose de US$ 720 a tonelada em 2018, 12% superior a de 2017 e 11% das previsões anteriores do banco.

Três são os principais catalisadores para o mercado: i) o aumento de produção de papel da China (mais de 1,5 milhão de toneladas de novas capacidades de papel em 2018); ii) substituição de fibras na China, com fibra virgem ganhando participação de mercado de reciclagem, com um impacto de demanda de 500 mil toneladas em 2018 e iii) um forte ciclo de crescimento na Europa, que representa mais de 30% da demanda de celulose no mercado mundial. Enquanto isso, a perspectiva de que haveria uma “inundação” de oferta de celulose com várias plantas entrando em operação não se concretizou.

Fibria: colhendo os frutos

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Mas, além da perspectiva mais otimista para o setor, uma análise mais detida sobre cada empresa também leva a conclusões bastante positivas. A Carteira InfoMoney tem a Fibria como sua ação preferida no setor, com uma participação de 7,9% no portfólio de janeiro (para conferir o portfólio completo, clique aqui). Além da espera por bons resultados no quarto trimestre de 2017 (que será revelado no próximo dia 29), a companhia deve mostrar que colheu mais frutos do projeto Horizonte II, que foi inaugurado no segundo semestre do ano passado com orçamento abaixo do esperado e já dá bons resultados.

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A expectativa dos analistas do Bradesco BBI, aliás, é de que os volumes de celulose da companhia cresçam 1,3 milhão de toneladas, impulsionado pelo Horizonte II, o que é um dos catalisadores para os papéis da companhia (que é top pick do banco). Por sinal, os volumes adicionais provenientes do projeto e os cortes de produção da Aracruz devem levar a uma diminuição da distância média entre as florestas e a fábrica da companhia, reduzindo os custos da caixa de celulose em 4% neste ano. Por fim, há a expectativa de um novo projeto de crescimento: uma nova linha de celulose em Três Lagoas poderia ser anunciada ainda em 2018.

A Suzano é vista como uma boa opção dentro do setor mas, dado o potencial de valorização, a perspectiva é mais positiva para a Fibria – analistas do Bradesco BBI têm um preço-alvo de R$ 71 para FIBR3, com upside de 34,3% em relação ao fechamento de quinta-feira, e target de R$ 28 para Suzano, um potencial de alta ligeiramente menor, de 33% em relação ao fechamento da véspera.

“Esperamos que 2018 seja outro ano estelar para o setor, com preços mais altos da commodity e câmbio favorável, que implicam em geração significativa de caixa e redução da alavancagem financeira”, apontaram os analistas do banco.

Mas, além dos fatores destacados acima, há uma outra questão que os investidores devem ficar bastante de olho:a volatilidade com as eleições de 2018, consideradas as mais imprevisíveis da democracia brasileira, deve atrair ainda mais investidores para os papéis do setor. “no caso de volatilidade no câmbio ela ganha muito não só pela alta do dólar – uma vez que ela exporta quase tudo que produz – como pela ‘migração’ de investidores, que vão em busca de um ativo mais seguro e menos exposto ao ‘risco Brasil'”, destaca o analista da Carteira InfoMoney, Thiago Salomão.

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Desta forma, à medida que as eleições chegando e potencialmente maior volatilidade – o setor também ganha “valor” da cobertura nas carteiras dos investidores, por uma combinação de bons fundamentos e resiliência com relação ao caminho sinuoso que o Brasil deve percorrer em 2018. Após um final de 2017 conturbado, 2018 promete trazer bons ventos para o setor.

Lara Rizério Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.

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