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Afinal, fez sentido a Petrobras ter perdido R$ 18 bilhões na Bolsa após o resultado?

Analistas do UBS apontaram reação do mercado como exagerada em meio à queda do preço do petróleo - e destacam possíveis boas novas para a companhia
Por  Lara Rizério
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – Atordoada e confusa. Foi assim que os analistas do banco suíço UBS, Julia Ozenda e Luiz Carvalho avaliaram a queda de 8% das ações da Petrobras (PETR3;PETR4) na última terça-feira, que levou a uma perda de R$ 17,87 bilhões do valor de mercado naquela sessão pós-resultado. 

Mas o que levou a essa forte baixa, acentuada após a teleconferência do terceiro trimestre? Os números não apresentaram grandes surpresas (como destacado no Insight do Dia do último dia 14), com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 21,15 bilhões vindo um pouco melhor do que os analistas do UBS esperavam e um pouco acima do consenso. Durante a teleconferência, também não houve sinalizações que pudessem justificar tal movimento, apontam os analistas. 

O UBS apontou duas razões principais: i) a forte queda dos preços do petróleo naquela sessão, de cerca de 2%, principalmente devido à redução da demanda global de petróleo para 2018 pela Agência Internacional de Energia e ii) também pela forte queda do Ibovespa na sessão, de mais de 2%. Cabe lembrar que os preços do petróleo caíram mais 1% na véspera, dia em que a bolsa brasileira ficou fechada por conta do feriado de Proclamação da República, o que levou a companhia a fazer um reajuste com queda de 3,8% dos preços da gasolina na próxima sexta-feira. 

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Assim, o movimento daquela terça-feira foi exagerado, ao lembrar que uma única notícia negativa seria o impacto de R$ 7 bilhões na Petrobras em relação às perdas de investidores com a Sete Brasil. Desta forma, mesmo com a nova baixa do petróleo, a volta do feriado é de ganhos para a ação, com a estatal registrando ganhos de cerca de 2%, recuperando parte das perdas. 

Dividendos no caminho?

Além da queda exagerada, outro assunto que está na pauta da companhia é a política de dividendos, mesmo após o lucro de R$ 266 milhões frustar a perspectiva dos analistas de mercado, que esperavam lucro de R$ 3,5 bilhões.

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Durante coletiva logo após a divulgação do balanço, na segunda-feira, o CEO da empresa Pedro Parente afirmou que a empresa voltará a pagar se o resultado anual for positivo. Até agora, o lucro acumulado no ano é de R$ 5,031 bilhões. Além disso, o CFO da companhia, Ivan Monteiro, afirmou não esperar nenhuma baixa contábil relevante que possa afetar os ganhos do quarto trimestre, o que aumenta a expectativa pelo pagamento de dividendos. 

Para o UBS, há boas chances para tanto, mas provavelmente somente para as ações preferenciais, o que reforça a preferência pela ação PETR4 ante a PETR3.

A recomendação do UBS é de compra para os ativos PETR4, com preço-alvo de R$ 20,20, correspondendo a um potencial de valorização de 31,60% em relação ao fechamento da última terça-feira (14). Os analistas do banco suíço apontam que as perspectivas são positivas no curto prazo, mas os desinvestimentos são fundamentais.

“Acreditamos que o alinhamento de fatores macroeconômicos e microeconômicos deve ajudar a ação da Petrobras”, destacando 4 pontos, alguns deles já sinalizados no Insight do Dia de terça-feira sobre a estatal. São eles: i) a sustentabilidade do preço do petróleo a curto prazo, ii) desinvestimentos (IPO da BR Distribuidora, plano de alienação de refinarias a ser anunciado nos próximos meses, venda potencial de Braskem e TAG, iii) lançamento do plano de negócios 2018-2022 em dezembro e iv) avanço nas negociações sobre transferência de direitos, podendo ajudar no processo de desalavancagem. Assim, os rumos para a companhia são positivos, o que reforça a recomendação da Carteira InfoMoney para a Petrobras (confira o portfólio completo clicando aqui). 

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Lara Rizério Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.

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