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Lucro da BRF cresce 7 vezes no 3° tri mas ação afunda 4%; se for por esses 3 fatores, banco diz: “compra”

Para o mercado, o resultado marcou um novo momento para a BRF, no caminho da recuperação, mas ainda assim a ação afunda; entenda por quê
Por  Paula Barra
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – Depois de 3 trimestres seguidos de prejuízos, a BRF (BRFS3) finalmente voltou a reportar lucro líquido em seu balanço, divulgado na noite da última quinta-feira (10). A empresa, dona das marcas Sadia e Perdigão, teve resultado líquido positivo de R$ 138 milhões no 3° trimestre, quase sete vezes maior do que os R$ 18 milhões registrados no mesmo período do ano passado; e acima das projeções de R$ 121,7 milhões dos analistas consultados pela Bloomberg. 

Os números, embora marquem um novo momento para a BRF, no caminho da recuperação da rentabilidade, não foram suficientes para sustentar o ânimo do mercado visto nos primeiros minutos de pregão. Depois de atingirem alta de 1,74%, a R$ 43,75, nesta manhã, as ações da companhia mergulharam, enquanto ocorria a teleconferência sobre os resultados (que começou às 9h30), para a mínima do dia, marcando queda de 5,58%, a R$ 40,60. Às 15h34 (horário de Brasília), os papéis registravam desvalorização de 3,67%, a R$ 41,42. 

Para analistas do Bradesco BBI, 3 pontos na teleconferência podem ter desencadeado essa reação do mercado: 

1) A empresa deu muita atenção à perspectiva de aumento de preços dos grãos em 2018

“Acreditamos que o aumento do preço do milho ano que vem não será significativo para os custos da BRF. As primeiras previsões apontam para uma redução da produção no último ano, mas não há motivo para o pânico. A safra de milho provavelmente será menor em 2018 em relação a 2017, mas será a segunda maior da história e o Brasil tem muitos estoques. Ano que vem provavelmente ainda ficará acima da linha de tendência histórica”.

Teleconferência: Pedro Faria, CEO da empresa, comentou que já vê, dado a menor produção, um aumento no nível de preços de grãos em 2018.

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Vale menção que o 3° trimestre foi beneficiado pela queda dos preços dos grãos ao longo deste ano. 

2) Ganhos focados em menores despesas gerais e administrativas e não em margem bruta

“Uma das preocupações do mercado era que os ganhos poderiam ter vindo da redução de despesas discricionárias (como equipe de marketing e vendas). A mensagem da teleconferência não foi essa. A empresa justificou a margem bruta mais lenta do que os ganhos esperados com os efeitos do excesso de estoques no Brasil compensando os ganhos operacionais que resultaram dos maiores volumes vendidos. Se isso ocorreu ou não, a resposta não foi diferente do que esperávamos e o que foi escrito no balanço”.

Teleconferência: Menores despesas gerais e administrativas demonstra a capacidade de execução da empresa e disciplina ferrenha no controle das despesas. Embora tenhámos investido bastante no 2° e 3° trimestre em campanhas bastante agressivas da Sadia e Perdigão, conseguimos ter uma eficiência operacional bem grande. Não estamos economizando em times de vendas, mas temos controle em áreas de suporte e administração no Brasil, disse Faria. Segundo ele, a empresa espera em melhorias de margens nos próximos trimestres. A empresa ainda não está em parâmetro de margens de equilíbrio.  

3) Falta de definição sobre o novo CEO

“O mercado podia esperar que a empresa anunciasse um novo CEO hoje. Isso não aconteceu. Mas isso não faz diferença para nós se o anúncio chegasse hoje ou chegue até o final do ano. O mandato de Pedro Faria vai até 31 de dezembro e isso não mudou”.

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Teleconferência: Abilio Diniz, presidente do conselho de administração da empresa, disse que o processo de troca de comando da BRF “corre bem”. Segundo ele, o processo ocorre de forma organizada e em breve será concluído. “Desde que me aproximei mais da empresa, em outubro do ano passado, muita coisa foi feita em termos de construção de base para que a empresa tenha um presente e futuro muito mais forte. Os resultados começam a aparecer. Estamos apresentando números consistentes. Uma das coisas mais importantes foi ajustar nosso time de gestão. Temos profissionais espetaculares, que conhecem o negócio profundamente e temos orgulho disso”, complementou. 

O mercado exagerou?
Para os analistas do Bradesco BBI, essa reação do mercado foi exagerada e a queda é oportunidade de compra. Vale menção que o banco era um dos mais otimistas com o case antes da divulgação do balanço, apontando um potencial adicional de R$ 1 bilhão no Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa, que ainda não estava incorporado no seu resultado (veja aqui).  

Ainda assim, a leitura geral do mercado é que o balanço veio forte, mostrando sinais de recuperação…

A equipe de análise da XP Investimentos apontou, em relatório, que se a tendência de recuperação da geração de caixa veio para ficar, o otimismo pode ser retomado para os investimentos nas ações da BRF. “Sendo negociadas abaixo do múltiplo dívida líquida/Ebitda de 10 vezes para 2018 (cerca de 15% abaixo da média histórica), começamos a encontrar boa relação risco e retorno (potencial de valorização) para investidores com perfil de longo prazo”, comentam.

O Credit Suisse aponta que a empresa reportou um trimestre com uma melhora operacional fundamentada por menores custos de grãos, ligeiro ganho de market share no Brasil e melhora da dinâmica competitiva na África, Ásia e Europa. “Acreditamos que o resultado já era razoavelmente esperado mas que marcam um novo momento para a empresa, que voltou a ganhar momentum de ganhos. Os investidores devem voltar a focar na melhora da peformance operacional, potencial de desalavancagem e consequentemente um valuation mais atrativo”, afirmam. 

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Já o BTG Pactual diz que o resultado trouxe grandes melhorias, mas ainda há ressalvas, como a receita líquida e o Ebitda um pouco abaixo das estimativas, assim como o lucro líquido, que foi impulsionado por ganhos associados ao programa de regularização tributária (efeito não-recorrente). Do lado positivo, eles apontam uma melhoria na alavancagem, com a dívida líquida/Ebitda indo para 4,6 vezes, com contribuição o Ebitda mais forte. Além disso, eles apontam que a empresa mostrou ganhos de margem gerados por ótimo controle de despesas gerais e administrativas e forte melhora na OneFoods. O banco segue com a ação como sua “top pick”. 

A ação da BRF está na Carteira InfoMoney do mês de novembro (clique aqui para conferir o portfólio completo).

O resultado

A BRF reportou lucro líquido de R$ 138 milhões no terceiro trimestre de 2017, crescimento de mais de sete vezes (alta de 666,67%) ante o mesmo período de 2016. O resultado também superou a expectativa dos analistas consultados pela Bloomberg, que projetavam um lucro de R$ 121,7 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), por sua vez, atingiu R$ 1,074 bilhão entre julho e setembro, alta de 21,3% em um ano e praticamente em linha com a projeção do mercado, que era de R$ 1,01 bilhão.

Já a receita líquida da BRF no terceiro trimestre chegou a R$ 8,732 bilhões, montante 2,6% mais alto que o dos mesmos meses do ano anterior. Os analistas consultados pela Bloomberg esperavam receita de R$ 8,65 bilhões.

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