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Não se assuste com a queda: ela pode ser uma boa oportunidade para investir em uma das “queridinhas” da Bolsa

Fleury, que caiu cerca de 10% em setembro, passará por um "block trade" na próxima quarta - e muitos investidores já veem uma oportunidade de comprar uma ação com bons fundamentos a preços (ainda) mais baixos
Por  Lara Rizério
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – Quando uma “campeã” da bolsa despenca de uma hora pra outra, é sinal de que algo não vai bem ou de que temos uma nova oportunidade de compra? No caso da Fleury (FLRY3), essa questão vem ganhando cada vez mais destaque entre os investidores nesta terça-feira (19).

Uma das ações que mais subiram nos últimos anos – de 2016 pra cá, alta de 280%, tendo atingido a máxima histórica em R$ 32,27 dia 1 de setembro -, os papéis FLRY3 caíram cerca de 10% em setembro, tendo recuando em 11 dos últimos 13 pregões. Nesta sessão, o provável motivo para essa derrocada parece finalmente ter sido revelado: o anúncio de um “block trade” feito pela B3 (antiga BM&FBovespa). Mas o que é um “block trade” e por que isso pode ser uma ótima oportunidade para entrar nesta campeã do mercado a um preço mais interessante?

“Block trade” é um leilão agendado por um grande acionista que quer se desfazer de uma quantidade significativa de ações. Por ter uma fatia muito grande, ele convoca esse leilão para que a venda ocorra de uma vez e, como o mercado é avisado com antecedência sobre o evento, pode-se dessa forma concentrar compradores interessados e impedir que essa maciça ordem de vendas derrube o papel.

No caso da Fleury, a operação é gigantesca: 18,5 milhões de ações, o equivalente 5,87% do capital total da companhia. O preço oferecido pelo acionista é de R$ 27,25 – ou 5,09% abaixo do fechamento de segunda-feira (18). Pelo preço estipulado, o leilão pode movimentar R$ 504 milhões, o que é 14 vezes maior do que o volume médio diário que estas ações movimentam na bolsa (cálculo feito com base nos últimos 21 pregões). As vendas serão intermediadas pela corretora do Credit Suisse.

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Como de praxe, o comunicado da bolsa não diz quem será o vendedor, mas informa via Credit Suisse que esse investidor “desconhece qualquer informação relevante sobre a empresa que não seja de domínio público”, dizendo também que o cliente não é “acionista controlador, integrante do bloco de controle, membro do conselho deliberativo, fiscal, de administração ou de qualquer outro órgão que exerça direta ou indiretamente qualquer tipo de ato de gestão, fiscalização ou controle da companhia emissora”. 

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Alguns gestores disseram ao InfoMoney que quem está assinando esta boleta milionária de venda pode ser o private equity Advent, que faz aporte em empresas já consolidadas, como é o caso da Fleury. Alguns anos depois (e muitas vezes após registrarem um bom lucro com a sua operação), esses fundos se desfazem da operação. Ou seja, sair dos papéis não significa que a empresa esteja ruim – neste caso, muito pelo contrário. Procurada pelo InfoMoney, a Advent disse que não vai comentar o assunto, mas a Fleury informou no fim da noite que a Advent é realmente a vendedora das ações.

Pergunta: vale a pena comprar FLRY3?
Com isso, muitos estão de olho no block trade de amanhã, principalmente pelo baixo preço oferecido pelo vendedor. Por outro lado, é bom ressaltar que esse pode não ser o único block trade que a companhia passará: caso seja a Advent a vendedora, ela pode querer se desfazer de toda sua fatia – ele atualmente 45 milhões de papéis da empresa, ou seja, ainda haveria 26,5 milhões de ativos. Porém, para um gestor ouvido pelo InfoMoney, a forte queda da ação no mês já precifica essa possível saída por inteiro do Advent.

Vale ressaltar que, mesmo antes do anúncio, alguns analistas do “sell side” já estavam olhando de perto para a companhia. Na segunda-feira, o Bank of America Merrill Lynch foi enfático: “compre FLRY3 depois da recente fraqueza”. Os analistas Roberto Otero e Gustavo Holzheim, que assinaram o relatório do banco, reiteraram a recomendação de compra para os papéis, com novo preço-alvo de R$ 37,00 (frente R$ 31,00 anteriormente) para metade de 2018, o que representa um potencial de valorização de 29% frente a cotação da última segunda-feira. A dupla elevou ainda a projeção de LPA (Lucro Por Ação) da companhia em 10% para 2018, que é agora 12% acima do consenso do mercado, revisando para cima as estimativas de receita líquida e de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

“Vemos o Fleury como um ativo de alta qualidade para se expor à recuperação econômica do Brasil, beneficiando-se do plano de expansão em curso e oferecendo taxas de crescimento atrativas”, comentaram os analistas, apontando que as novas unidades vão começar a contribuir em maior escala para os números da empresa a partir do próximo ano. Atenção ainda para outro fator: a probabilidade de que a Fleury seja adicionada à nova carteira teórica do Ibovespa que entrará em vigor a partir de janeiro. 

Reforçando o coro, na semana passada, o BTG Pactual reiterou em relatório que a Fleury como top pick do setor de saúde, com preço-alvo de R$ 36,00 (upside de 25%). O analista Rodrigo Gastim aponta que, embora os riscos de execução no plano de expansão estejam no radar, as melhorias consistentes trazem mais confiança para que a “empresa de medicina diagnóstica surpreenda do lado positivo”. 

Essa avaliação de que uma oportunidade foi em parte “precificada” pelo mercado nesta sessão: após os papéis FLRY3 chegarem a R$ 28,10 instantes após o comunicado da B3 (fato que provocou a interrupção das negociações), eles chegaram a se recuperar e valer até R$ 29,15, sinalizando leve alta ante o fechamento anterior. Contudo, ao final do dia, as ações voltaram a mergulhar e terminaram com queda de 1,60%, a R$ 28,25.

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O que a Carteira InfoMoney fará?
A oportunidade de compra de Fleury foi tema de debate na comunidade dos alunos do curso “Como Montar uma Carteira de Ações Vencedora“, ministrado pelo Thiago Salomão, analista responsável pela Carteira InfoMoney e editor deste blog. o Thiago disse que decidirá na manhã de quarta-feira (20) se tentará encarteirar Fleury ou não. Se optar pela compra, tentará de duas formas: 1) comprar FLRY3 logo após o fim do “block trade” com uma oferta acima do preço fixado no leilão; ou 2) comprar a ação antes do block trade a qualquer momento que ela se aproximar de R$ 27,25.

Caso faça esse movimento, ele recomenda ao investidor que segue fielmente a Carteira InfoMoney que venda as seguintes ações do portfólio para inserir FLRY3: 100 ações GUAR3 (50% da posição total), 200 ações MGLU3 (67% da posição) e 1.100 ações USIM5 (50% da posição), totalizando cerca de R$ 35 mil a serem aplicados totalmente em Fleury.

Se quiser acompanhar em tempo real os debates e insights publicados no grupo do Facebook, adquira o curso Como Montar uma Carteira de Ações Vencedora clicando aqui.

Lara Rizério Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.

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