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Ação recomendada pelo InfoMoney sobe 30% em 3 dias; confira análise atualizada

Magazine Luiza foi recomendada na tarde de terça-feira (12/set), após ação desabar com o anúncio de um aumento de capital; neste post, trago uma análise feita por um dos investidores que mais conhecem a empresa mostrando que há espaço para mais altas
Por  Thiago Salomão
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

*Atualizada às 13h30 (horário de Brasília) desta sexta-feira (15) com a alta de até 6% que MGLU3 teve na máxima do dia

SÃO PAULO – Embora a recomendação feita na terça-feira (14) no meu último texto/análise sobre Magazine Luiza (MGLU3) (link aqui) esteja dando um resultado de mais de 20% em dois dias, recebi muitas mensagens e comentários de leitores argumentando que, pela análise fundamentalista, MGLU3 está ridiculamente cara. Discordo completamente disso – até mesmo por isso sigo com a recomendação de compra para a ação – e para esquentar esse debate compartilharei neste post um estudo feito por um dos gestores que mais conhecem o case do Magazine no Brasil e me cedeu uma análise bem interessante sobre a companhia que já subiu mais de 7.000% desde dezembro de 2015.

Para deixar todos a par da história envolvendo a empresa: na última terça-feira (12), o Magazine Luiza chegou a cair 18% na bolsa. O motivo? Uma oferta de quase R$ 2 bilhões em ações aprovada pelo seu Conselho de Administração. Naquele dia, publiquei um texto neste blog explicando por que não considerava o anúncio uma notícia ruim e, por isso, aumentei a participação da ação MGLU3 na Carteira Recomendada InfoMoney por acreditar que aquela forte queda era uma ótima oportunidade para comprar (link da análise completa aqui). 

A recomendação vem dando um ótimo resultado: encarteirei 100 ações MGLU3 a R$ 66,50 cada na tarde do dia 12 (total: R$ 6.650,00). Nesta sexta-feira (15), os papéis chegaram a valer R$ 87,00 na máxima do dia (alta de 6%), o que representa 30% de alta em relação ao preço pago na terça. Essa recomendação foi compartilhada às 15h02 do dia 12 de setembro no meu blog aqui no InfoMoney e logo no começo do pregão na comunidade dos alunos do meu curso (quer fazer parte do nosso grupo e receber esses insights antes? Clique aqui!).

Mas qual é o dilema do Magazine Luiza?
Pois bem, aos olhos de alguns leitores que enviaram mensagens ou comentaram no meu blog, os múltiplos da análise fundamentalista indicam que MGLU3 está mais cara do que o novo iPhone X lançado esta semana. Em uma destas mensagens, o investidor mostrava um P/L (Preço sobre Lucro) para a empresa de 60 vezes. Não sabe o que isso significa? Tudo bem, me acompanhe: este número significa que, com base nos lucros do Magazine Luiza, quem comprar a ação hoje só receberia de volta este investimento via lucros gerados em 60 anos. Isso mesmo: você investe num negócio cujo lucro gerado devolverá seu investimento apenas daqui 6 décadas! Quem investiria em algo desses em sã consciência, ainda mais sabendo que há outras opções no setor de varejo com múltiplos mais atrativos?

Pois bem, o analista responsável pelo estudo mostra que, talvez, o mercado não só esteja olhando para os múltiplos errados como também pode estar comparando com as empresas erradas. Normalmente, quando vamos atrás de concorrentes do Magazine Luiza na bolsa, nos deparamos com empresas do setor varejista. Mas diante de toda transformação tecnológica que a empresa passou, mudando seu foco de lojas físicas com produtos próprios para o moderno e-commerce e marketplace (venda de terceiros dentro de sua plataforma digital) e que puxou seus resultados para níveis extraordinários, devemos mesmo comparar MGLU3 com vendedoras de chinelo, sapatos e roupas em geral? O que aconteceria se comparássemos ela com o gigante do e-commerce Mercado Livre, que possui ações listadas nos EUA?

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Os 3 gráficos abaixo trarão uma ideia interessante de como seria isso. Nos 3 gráficos, temos 5 empresas identificadas: Mercado Livre (linha branca), Magazine Luiza (laranja), Lojas Renner (verde), Arezzo (rosa) e Grendene (vermelho).

Gráfico 1: temos o crescimento do Ebitda (Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) anualizado das 5 empresas entre 2013 e 2017. Repare a “explosão” do Magazine Luiza ao longo de 2017, reflexo das melhorias implementadas desde 2016 no seu modelo de negócios.

Gráfico 2: temos o ROIC (Retorno sobre o Capital Investido), métrica que não é distorcida em caso de oferta de ações. Mais uma vez, a MGLU3 tem o melhor retorno, seguida pelo Mercado Livre, outra empresa de tecnologia.

Gráfico 3: temos o múltiplo EV/Ebit (onde: EV = Enterprise Value, ou Valor de Mercado + Dívida Líquida; Ebit = Lucro Antes dos Juros e Impostos). Normalmente, o mercado olha para o EV/Ebitda, mas o analista responsável pelo estudo explica que é importante considerar a depreciação como despesa para estas empresas. Diferente dos dois indicadores anteriores, com o EV/Ebit quanto menor, melhor (pois é sinal de que a ação está “barata”). Neste quesito, MGLU3 é empatada com Grendene como a mais barata. Arezzo e Lojas Renner aparecem mais a frente e lá no topo aparece isolada a ação do Mercado Livre.

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Conclusão: em métricas de retorno sobre o capital ou crescimento operacional, MGLU3 é a melhor dentre as empresas selecionadas. Contudo, ao olhar para o seu valuation, a empresa ainda é tratada como uma “varejista de roupas e calçados”, quando na verdade deveria estar mais perto do Mercado Livre.

Se você quer saber mais sobre a alta do Magazine Luiza na bolsa, veja a análise mais detalhada que publiquei na terça-feira. O link está aqui.


 

RECADO IMPORTANTE DO AUTOR: A análise sobre MGLU3 acabou aqui. Daqui para baixo, falarei sobre uma lição que considero muito importante quando decido o que que fazer (e o que NÃO fazer) com os investimentos da Carteira InfoMoney e que pode ser muito útil para você que investe em ações por conta própria. 

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Como vocês viram, a recomendação de MGLU3 está dando resultados, embora tenha sido contestada por um bom número de investidores. Opiniões divergentes são o que move a bolsa: afinal, compramos ações acreditando que elas vão subir, e pra isso precisamos encontrar alguém que acredita que essa mesma ação não vai subir ou cair – e por isso quer vendê-la. Mesmo assim, tem muito investidor que se incomoda em ouvir opiniões opostas e, pior ainda, tem medo de errar e mostrar para os outros que errou. Eu sei que existem muitos investidores assim pois não foram poucas as mensagens que recebi elogiando a análise de MGLU3 mas com um comentário do tipo: “mas e se você estiver errado? Não tem medo do que as pessoas vão dizer sobre você?”

É para pessoas que têm esse medo de errar que eu compartilho esta lição: eu criei a Carteira InfoMoney no finalzinho de 2015 para atender uma necessidade simples: entregar ao meu leitor/espectador um portfólio que ele pudesse seguir “na íntegra”, como se fosse a própria carteira. Por isso faço uma abordagem diferente das Carteiras Recomendadas tradicionais: digo quantas ações estou comprando (e não apenas a quantidade percentual que sugiro exposição), considero a variação do preço no período para alterar o peso desta ação na carteira e utilizo um capital financeiro hipotético para evitar aquelas distorções bizarras como “estou trocando 10% de PETR4 (que custa R$ 14 cada ação na bolsa) pelos mesmos 10% de MGLU3 (que custa 5x mais por papel)”. Nada contra essas metodologias, mas minha ideia sempre foi essa: passar para o seguidor da minha carteira exatamente o que eu estaria fazendo se esse capital fosse meu. Não ganhei um aumento salarial por ter me tornado analista, não ganho nada por recomendar a ação A ou B e não sou pago por ninguém para montar estas carteiras, e é exatamente isso que eu queria, pois assim eu posso recomendar somente aquilo que eu quiser, aquilo que eu acredito. 

Eu não vou estar certo 100% das vezes (quem se lembra da queda de 23% de Sanepar em março? Eu nunca esquecerei). 100% de certeza não existe no mercado de ações. Por isso, a única coisa que me importa quando tomo uma decisão de investimento é que eu esteja confortável com ela . Assim, se eu acertar, saberei por que ganhei; se eu perder, tudo bem, faz parte do jogo e certamente tirarei uma lição disso. E quanto mais eu estudar sobre uma empresa, um setor ou a economia como um todo, mais segurança terei para explicar pra mim mesmo por que estou comprando esta ação a este preço.

Então, não é porque uma, dez ou cem pessoas comentaram “vish, esse aí é muito burro, vai perder muito dinheiro com essa” que eu vou me convencer que estou errado. Tudo que eu quero e preciso é convencer uma única pessoa: eu mesmo.

Moral da história: preocupe-se com a tua carteira de ações e esqueça a dos outros. Não venha para a Bolsa pra “ser melhor do que os outros”, venha para ganhar dinheiro. Perdeu dinheiro? Faz parte do jogo, mas não é porque alguém disse “eu sabia que você ia se ‘lascar’ com esta ação” que você é um investidor ruim. Confie em si mesmo e “lasque-se” os outros. No final das contas, eu posso estar errado sobre MGLU3 e levar um prejuízo, nunca se sabe o que pode vir pela frente. Mas eu nunca vou deixar de recomendar uma empresa por medo do que os outros vão pensar ou achar.

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Se você ainda não se sente seguro para investir por conta própria, deixo aqui o link do meu curso. Se você gostar do conteúdo, será muito bem vindo ao nosso grupo de alunos.

Thiago Salomão Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers

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