Ainda é possível surpreender? Confira o que esperar para o balanço do 1º trimestre da Vale
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SÃO PAULO – A temporada de balanços do primeiro trimestre de 2017 se intensifica – e uma das grandes estrelas da B3 divulgará os seus números na próxima quinta-feira (27), antes da abertura dos mercados: a mineradora Vale (VALE3;VALE5). Em meio a toda a turbulência recente em meio à queda da cotação do minério de ferro, o mercado ficará bem de olho nos números da companhia.
Nos primeiros três meses deste ano, a companhia ainda deve mostrar o impacto positivo da alta observada da commodity, um dos fatores que devem impulsionar os números da companhia no período.
Por outro lado, conforme aponta o Santander, a queda de dois dígitos no volume de minério vendido pode pesar negativamente sobre o resultado. “Nós não esperamos que a produção (recorde) registrada no período se traduza em volumes vendidos e prevemos uma diluição dos custos menor, o que deve levar à queda do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) na comparação trimestral”, a primeira queda sequencial em cinco trimestres. Os analistas do banco esperam um Ebitda de US$ 4,62 bilhões no período, queda de 3% na comparação com o quarto trimestre. Porém, o indicador deve registrar uma alta expressiva em relação ao primeiro trimestre de 2016, mais do que dobrando frente os cerca de US$ 2 bilhões registrados nos primeiros três meses do ano anterior.
O Santander espera um lucro líquido de US$ 2,741 bilhões para a companhia, alta de 54% na comparação anual, além de uma receita líquida de R$ 8,64 bilhões, queda de de 11% ante os últimos três meses do ano passado, mas com alta de 51% na base anual.
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Outra casa de análise que espera uma queda do Ebitda na comparação trimestral é o Bank of America Merrill Lynch, prevendo um número de US$ 4,2 bilhões, também destacando a queda dos volumes. “Nós estimamos um preço de minério de ferro realizado de US$ 75 a tonelada (alta de 8% na comparação trimestral) e queda nos volumes de 21%, para 75,5 mt, em meio à sazonalidade e aumento dos estoques”, apontam os analistas.
Abaixo, você pode ver um quadro com as estimativas de analistas para o resultado da Vale, de acordo com relatórios compilados pelo InfoMoney:
em US$ milhões | 1T17E | 4T16 | 1T17E/4T16 | 1T16 | 1T17E/1T16 |
Lucro Líquido ajustado | 2.635 | 525 | +401,90% | 1.776 | +48,37% |
Receita líquida | 8.552 | 9.694 | -11,78% | 5.719 | +49,5% |
Ebitda | 4.293 | 4.770 | -10% | 2.005 | +114% |
Margem Ebitda | 51% | 49,2% | +1,8 p.p. | 35,1% | +15,9 p.p. |
Além do fator “queda dos volumes vendidos”, o resultado pode ser impactado pela alta de custos com fretes marítimos e com acordo trabalhistas, além da valorização do real no período. O Bradesco BBI apontou, contudo que, mesmo com a alta dos custos, a companhia terá um bom trimestre. Entre os fatores de pressão, os analistas Thiago Lofiego e Arthur Suelotto estimaram que o custo do minério da Vale posto no porto ficou em US$ 15,40 por tonelada no primeiro trimestre ante US$ 14,40 no quarto trimestre de 2016. Os analistas do Bradesco BBI ainda apontam que os custos operacionais mais altos, o preço do níquel 5% menor devem ofuscar o preço médio do cobre 11% mais alto. Enquanto isso, a unidade de carvão deve registrar números ruins. Por outro lado, um dos pontos de destaque positivo fica para a queda da alavancagem, com a expectativa de que a relação entre a dívida líquida e o Ebitda caia de 2,1 vezes no quarto trimestre de 2016 para 1,5 vez no primeiro trimestre. em meio à geração positiva de fluxo de caixa, além dos US$ 733 milhões recebidos pela venda da fatia de Moatize à Mitsui em março passado. Durante o programa XP Connection, os analistas da XP Investimentos Marco Saravalle e Gustavo Cruz também analisaram o cenário para o minério de ferro e também traçaram suas perspectivas para o balanço da Vale. De acordo com Saravalle, por mais uma vez, a companhia deve registrar um balanço sólido. Confira abaixo: Gostou desta análise? Clique aqui e receba-as direto em seu e-mail!
Custos mais altos podem pressionar balanço