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“Imparável”: como a mudança da Raia Drogasil para RD pode destravar novas altas na Bolsa

Ação da companhia ganhou 350% de valor em 3 anos; reformulação da marca surge no exato momento em que o mercado parecia pedir "algo a mais" para a empresa
Por  Rodrigo Tolotti
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SÃO PAULO – Se tem uma empresa na bolsa que é um exemplo de foco no crescimento é a “extinta” Raia Drogasil (RADL3) – que desde a última semana mudou sua marca corporativa para “RD – Gente, Saúde e Bem-estar”. A rede de farmácias que já ganhou 350% de valor de mercado nos últimos três anos segue mostrando que não está satisfeita e quer continuar crescendo – e a mudança da marca pode servir ser o início de um ciclo para destravar novas altas das ações.

Para se ter uma ideia, a maior rede de farmácias do Brasil viu seu número de lojas saltar de 700 para 1.500 entre 2011 e 2016, com as vendas brutas saindo de R$ 4 bilhões para a casa dos R$ 12 bilhões. Desta vez, com a nova marca, a ideia é ir além da venda de produtos, começando a oferecer serviços para os clientes, como atendimentos com médicos. Mas será que este é o caminho de mais sucesso?

Para Robinson Dantas, gestor da Iporanga Investimentos, esta é uma estratégia com grande potencial para a RD. Por enquanto ainda é muito difícil calcular os impactos, mas o leque de opções para ganhar com estes serviços é bem grande, indo desde pequenos exames médicos, como tirar a pressão, até aplicar vacinas e realizar ultrassom, tudo depende de regulamentação e de uma estratégia certeira na hora de implementar o serviço.

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“A sinergia é gigante. Você não precisará ir ao hospital para ter certos serviços e aproveita que já vai na farmácia comprar medicamento para fazer outras coisas que precisa”, afirma Dantas, reforçando que a margem neste negócio é muito grande. Por outro lado, a companhia precisa avaliar bastante as regras e ver até onde o negócio é lucrativo, já que a necessidade de mais espaço nas lojas pode reduzir a quantidade de locais em que certos serviços serão prestados, tornando a ideia menos lucrativa.

A aplicação de vacinas também é outra opção que está sendo trabalhada. Apesar de ainda precisar de regulamentação, dados da IMS Helath mostram que o mercado privado de vacinas no País movimenta cerca de R$ 250 milhões por ano. Serviços médicos, com a possibilidade de contar com um profissional que possa medicar o paciente, também eleva bastante o potencial de ganho com cada estabelecimento da marca RD.

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Dantas lembra ainda que, além destas possibilidades, o negócio principal da companhia – vender medicamentos – ainda tem muito potencial. “A tese de que a população está envelhecendo e vai precisar de mais medicamentos ainda é válida”, explica o gestor. 

Esta expansão de possibilidades dos serviços prestados pela RD pode ser exatamente o que o mercado estava esperado da companhia. Na ocasião da divulgação do resultado do quarto trimestre, em fevereiro, as ações RADL3 caíram forte apesar de números considerados ótimos, e a explicação foi exatamente porque o mercado esperava algo a mais da empresa diante da expectativa de um balanço forte (como você pode ver em uma análise clicando aqui).

A companhia encerrou os três últimos meses de 2016 com lucro líquido ajustado de R$ 102,9 milhões, alta de 8,5% ante o mesmo período do ano anterior, apoiada no forte crescimento de receitas e abertura de mais de 60 lojas. Mesmo assim, analistas apontavam que o papel estava caro e faltava algo a mais para justificar uma nova arrancada. Talvez estes planos podem ser a resposta que os investidores esperavam.

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Rodrigo Tolotti Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.

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