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“Por que sigo comprado em Sanepar”: os argumentos de quem segue bullish mesmo com a decepcionante revisão

Analistas de mercado mantêm visão positiva sobre Sanepar mesmo após a decepcionante revisão tarifária
Por  Lara Rizério
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – Após uma novela que durou praticamente cinco meses, os investidores da Sanepar (SAPR4) assistiram ao capítulo final da “revisão tarifária” no final da manhã da última quarta-feira (12). E ele não foi nada feliz, pelo menos no primeiro momento.  

O anúncio de um reajuste total de 25,63% em um prazo de oito anos, com reajuste inicial de 8,53% decepcionou os investidores e fez com que as ações fechassem a última sessão em baixa de 6,09%, a R$ 10,80. Essa cotação representou uma desvalorização de cerca de 28% em relação à cotação máxima do papel, de R$ 14,95 no dia 15 de fevereiro. Contudo, vale destacar que, antes do chamado “re-IPO” da companhia, que ocorreu em dezembro do ano passado, os papéis eram negociados abaixo dos R$ 10,00. Em julho, as ações SAPR4 valiam cerca de R$ 5,00, o que mostra a alta valorização das ações da companhia nos últimos meses. 

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E, se para muitos investidores a novela da Sanepar acabou quinta-feira com um final nada satisfatório, para alguns analistas e gestores que o InfoMoney conversou de ontem para hoje esta “história de sucesso” da Sanepar ainda não acabou – aliás, uma nova história está para começar, avaliam. 

Resumidamente, o grande motivo para tal otimismo com SAPR4 está na assimetria “bizarra” entre quanto a empresa vale hoje em Bolsa e quanto ela deveria valer com essa revisão tarifária imposta pela Agepar (Agência Reguladora do Paraná). Nas palavras destes gestores e analistas: mesmo com o veredicto da agência sendo bem pior do que o esperado pelo mercado, a Sanepar ficou ridiculamente descontada, o que aliado ao fato de ser uma companhia de um setor bastante defensivo, faz da ação um belo call de valor e de dividendos.

Nesta quinta-feira (13) às 14h (horário de Brasília) estaremos AO VIVO na InfoMoneyTV com três especialistas do setor que defendem a tese de investimentos em Sanepar: Robinson Dantas (gestor da Iporanga Investimentos), Marcos Peixoto (CEO da XPGestão) e Adeodato Netto (estrategista-chefe da Eleven Financial). O evento será apresentado pelo editor do InfoMoney Thiago Salomão, que também apresentará qual a nova ação que entrou na Carteira Recomendada InfoMoney no lugar de Sanepar na última quinta-feira.

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Confira as análises:

Adeodato Volpi Netto, estrategista-chefe da Eleven Financial

A minha avaliação não considerava reajuste real para a companhia em 2017 e 2018. Então, a decisão foi muito melhor do que meu modelo apontava. Ou seja, a decisão anunciada não é o ideal, mas é muito material. Como está, a empresa é um “colosso de geração de caixa” e continuará sendo a melhor do setor tanto em relação do múltiplo dívida líquida/ebitda quanto em dividend yield (relação entre os dividendos e o preço do papel). Isso sem contar que a ação na banda entre R$ 10,50 e R$ 11 é ridícula de barata. Assim, não apenas mantenho o call, mas recomendei a meus clientes que “raspassem” (expressão de mercado que indica aproveitar a queda para comprar o fundo da ação) hoje [ontem].

O problema foi que o papel saiu de R$ 5 pra R$ 15 numa velocidade astronômica, mudou de liquidez e de patamar de preço. Mas, mesmo assim, o mercado insistiu em querer novos gatilhos para valorização.

Por isso a revisão tarifária foi encarada não como um gatilho de valor, mas um gatilho de preço. Com a decisão de manter o diferimento em 8 anos, a consequência foi uma queda no preço da ação, mesmo que a notícia em si mostre que haverá valor para a empresa no longo prazo. Em qualquer lugar do mundo, ação de utilities não é ação de valorização, é ação pra andar comportada e pagar bons dividendos.

Marcos Peixoto, CEO da XP Gestão

A reação negativa do mercado à revisão tarifária na última sessão já era esperada, ainda mais levando em conta que a ação da companhia teve uma performance boa nas três sessões anteriores, quando os papéis saltaram de R$ 10,70 para R$ 11,50 – ganhos de 7,5%. Assim, a baixa após a confirmação do diferimento em oito anos – algo que não fazia sentido, ainda mais levando em conta os argumentos utilizados na audiência pública realizada em 24 de março – era natural por conta da frustração do mercado.

Contudo, ao olhar para o valuation da companhia, temos que observar melhor se a queda é justa e a resposta seria não. Mesmo com o diferimento de oito anos, o dividend yield é de cerca de 10% para a ação, o que aponta que o papel está muito barato, ainda mais levando em conta que os reajustes estão garantidos neste ano e no próximo, uma vez que o governo será o mesmo. O melhor cenário que estava no radar era a ação a R$ 20,00 – mas o papel chegou no máximo a R$ 14,00.

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A expectativa é de que a ação volte a esse patamar, pagando um dividend yield em torno de 6%. Agora, haverá muitos investidores saindo do papel em meio à frustração, uma vez que muitos entraram no papel por conta da revisão tarifária. Além disso, a perspectiva é de que, mesmo com todo esse ruído, os estrangeiros possam voltar a comprar o papel.

 BTG Pactual

Os investidores da Sanepar ficaram desapontados com a decisão, uma vez que provavelmente esperavam melhores termos da revisão, como um maior aumento inicial em 2017 (provavelmente acima de dois dígitos) ou até mesmo um diferimento de 4 anos. Sob esse novo cenário, devido ao ajuste pela Selic, acreditamos que as tarifas teriam que subir quase 3.5% em termos reais por ano pelos próximos sete anos.

Desta forma, ainda avaliamos que os investidores estão céticos sobre se o diferimento será respeitado pelos próximos governadores do Paraná.

Supondo que o diferimento seja respeitado pelos próximos dois governadores, o nosso preço-alvo não se altera em relação ao valor original, de R$ 19 por ação. No pior cenário possível, se assumirmos que apenas os dois primeiros anos são respeitados (ainda sob o mandato de Beto Richa), e haja apenas um ajuste pela inflação nos próximos 6 anos, nosso preço-alvo cairia para R$ 15 por ação. Assim, em qualquer cenário, parece que o sell-off foi bastante exagerado. No atual cenário, a Sanepar está negociando a um múltiplo baixo, de 6,7 vezes a relação preço sobre lucro para 2017 e uma relação entre o EV/RAB (EV = enterprise value, ou “valor de mercado + dívida líquida”; RAB = base de ativos regulatórios) implícito de 0,6 vez.

Reiteramos a recomendação de compra para a Sanepar, com novo preço-alvo de R$ 17,00, representando uma média ponderada entre os dois cenários (que comportariam o preço-alvo de R$ 15,00 e o preço-alvo de 2017). Estamos atribuindo uma chance de 50% para ambos os cenários.

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Lara Rizério Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.

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