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Petrobras “acorda” na Bolsa após cair mais de 20% em 5 meses: a oportunidade de compra chegou?

Analistas destacam que, além do resultado do quarto trimestre positivo, a forte queda dos papéis nos últimos meses abre uma boa oportunidade de compra para os ativos
Por  Lara Rizério
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – Em meio a uma queda superior a 20% de sua ação desde novembro de 2016, a Petrobras (PETR3;PETR4) foi desbancada por diversos outros papéis em 2017, após um ano anterior bastante memorável. No acumulado deste ano, enquanto o Ibovespa subiu 5%, as ações PN da companhia caíram quase 10%; para os papéis ON, as baixas foram ainda mais acentuadas, sendo superiores a 17%

O forte cenário de volatilidade dos preços do petróleo, a decisão do TCU de suspender o plano de venda de ativos da companhia e a determinação da CVM de refazer o balanço de 2013 a 2015 sem levar em conta a contabilidade de hedge foram alguns dos fatores que aumentaram a aversão ao risco do mercado neste período.

Porém, o balanço da Petrobras, divulgado na noite da última terça-feira, fez o mercado lembrar o por que há um cenário tão otimista para a estatal. E, mais do que isso, fez o mercado avaliar que a atual fraqueza dos papéis é uma boa oportunidade de compra para as ações da companhia. 

A companhia fechou o quarto trimestre de 2016 com um lucro abaixo do esperado, de R$ 2,51 bilhões, encerrando o ano com um prejuízo de R$ 14,8 bilhões, o sexto maior resultado da história. Contudo, ressalta o analista da WhatsCall, Flávio Conde, este dado não é o mais importante, ainda mais porque já havia sido precificado quando foi divulgado o resultado do terceiro trimestre, com prejuízo de R$ 16,5 bilhões.

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“Os destaques foram para o Ebitda em R$ 24,8 bilhões, 5% acima do projetado, a redução do endividamento líquido para R$ 314 bilhões, passando de 5,11 vezes para 3,54 vezes a relação entre dívida líquida e o Ebitda graças a geração de fluxo de caixa livre de R$ 11,9 bilhões no trimestre”, ressalta o analista. A XP Investimentos ressalta a forte redução do endividamento destacando acreditar “que ninguém no mercado trabalhava com queda tão acentuada, mesmo os mais otimistas”.

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“A empresa segue a passos largos para entregar os 2,5 vezes de alavancagem no final de 2018, devendo entregar esse índice até mesmo antes do final do próximo ano. Aliado a isso, as exportações ajudaram a empresa com preços maiores e custos operacionais menores, que deverão ser capturados este ano todo, com a queda no número de profissionais, quadro efetivo da empresa. Outro ponto positivo foi a margem Ebitda de 35%, bem acima da margem operacional esperada pelo mercado”, destaca a equipe de análise da XP.

Entre outros elogios, o BTG Pactual destacou um resultado muito sólido, com a companhia realmente mostrando maior foco. Por outro lado, o segmento de refinaria foi o principal baixo desempenho devido a volumes piores, enquanto parte de distribuição também não apresentou bons números, sendo compensados pela área de exploração e produção, além de gás e energia. A desalavancagem segue sendo vista como um destaque-chave, aponta o Santander, enquanto o Bradesco BBI apontou que a empresa encerrou um ano bastante turbulento com sinais positivos à frente. 

Oportunidade de compra?

Com tantas visões positivas sobre a companhia em um cenário de forte queda dos papéis, as ações reagiram em alta nesta quarta-feira pós-balanço, com os papéis chegando a avançar quase 5% a despeito do dia de queda do petróleo.

Isso porque, além do balanço positivo, a visão é de que a forte queda das ações levou a uma oportunidade de compra para os ativos.

Neste cenário, os analistas do Credit Suisse elevaram a recomendação das ações da companhia de neutra para outperform (desempenho acima da média do mercado).  Conforme apontaram os analistas André Natal e Regis Cardoso, as ações caíram significativamente nas últimas duas semanas e o movimento criou um potencial de valorização de 25% em relação ao preço-alvo (de US$ 11 para o ADR da estatal), o que abre oportunidade compra. 

O UBS foi além, destacando que há uma assimetria bastante significativa no desempenho dos papéis e nos fundamentos, com os motivos para a Petrobras terem caído nos últimos meses terem sido dirimidos nos últimos tempos: i) desde novembro de 2016, os preços do petróleo subiram 8% na verdade, diz o UBS; ii) o TCU já liberou a empresa para reiniciar seu plano de alienação; iii) há um risco de queda limitada com o pedido da CVM de refazer os balanços sem levar em conta a contabilidade de hedge; conforme aponta o UBS, mesmo que a empresa precise refazer os seus relatórios financeiros, a mudança contábil não trará impacto nos resultados operacionais e iv) além disso, o real se valorizou 5% no período de queda dos papéis da estatal. 

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“Portanto, vemos o preço atual das ações como uma oportunidade de compra atraente”, afirmam os analistas do UBS. Vale ressaltar que, em relação ao fechamento da última terça-feira (21), os analistas do banco preveem um potencial de alta de 73% para as ações PN da Petrobras e de 62% para os ativos ON.

Por outro lado, o Credit Suisse faz algumas advertências. “Destacamos que o comportamento do petróleo ainda é um risco-chave no caso de investimento. A alavancagem da empresa para o petróleo é maior do que a maior parte dos seus pares e os preços do petróleo podem se deteriorar ainda mais no curto prazo”, avaliam os analistas, apontando que os fundamentos para o petróleo permanecem os mesmos. 

Os possíveis catalisadores

Por outro lado, há muitos catalisadores pela frente, como ressalta o próprio Credit Suisse. “Um catalisador óbvio é o petróleo. Nós acreditamos que qualquer aumento dos preços no curto prazo pode levar a uma alta dos ativos”, apontam os analistas. 

Além do petróleo, as casas de análise mostram pontos em comum sobre quais serão os catalisadores para a Petrobras nos próximos meses. O UBS, por sinal, foi bastante contundente, destacando que há um “iceberg” de fatores positivos para a estatal, enquanto a maior parte do mercado está precificando apenas os desinvestimentos que a companhia irá fazer. 

Um dos grandes destaques apontados por analistas é a cessão onerosa, que deve ter desdobramentos ainda no segundo trimestre. O regime de cessão onerosa foi criado em 2010 quando o governo concedeu à Petrobras o direito de explorar 5 bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal, como parte da operação de capitalização da estatal realizada em 2010. Naquele ano, a Petrobras levantou US$ 69 bilhões, enquanto o governo recebeu um valor de US$ 42,5 bilhões em ações da companhia. A discussão sobre a reavaliação do contrato é um dos temas mais interessantes para este ano, apontam analistas, com a estatal podendo receber do governo um valor bilionário como compensação pela queda dos preços do petróleo desde a assinatura do contrato. Para o Itaú BBA, esse será o principal catalisador de médio prazo para os papéis. 

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A expectativa de uma forte geração de caixa também é aponta como positiva para os papéis mais à frente.  “Acreditamos que este será o novo padrão para a empresa. Com paridade de preços, produção forte, corte de capex e queda da dívida, vemos R$ 16 bilhões de geração de caixa pré-venda de ativos, ou R$ 46 bilhões considerando ganhos de venda de ativos”, destaca o UBS. O Bradesco BBI também aponta que a geração de caixa sustentou os esforços de desalavancagem em 2016 e “essa tendência deve continuar em 2017”. 

Outro possível catalisador para os papéis é a venda de refinarias. Os analistas do UBS apontam que o processo parece mais complicado do que o anteriormente esperado; contudo, os principais pontos dele estão presentes e os investidores devem começar a precificar o cenário. “Nós esperamos medidas concretas no segundo trimestre. Com uma política de preços mais clara e expectativa de retomada na economia nós acreditamos que, se a companhia colocar os esforços corretos e liderar o processo de discussão como o principal player do setor, nós poderemos ter boas notícias no final do ano”. 

Desta forma, em meio a tantos catalisadores positivos e a forte queda dos papéis nos últimos meses, a “esmagadora” maioria do mercado possui recomendação equivalente a compra para os ativos. O Itaú BBA tem preço-alvo de R$ 22,50 para os ativos PN (mesmo target do UBS), enquanto o Credit Suisse e o BTG Pactual têm preços-alvos respectivos de US$ 11,00 e US$ 12,00 para os ADRs da estatal. O Bradesco BBI também recomenda compra para os ativos com preço-alvo de R$ 20,00, enquanto o BB Investimentos possui preço-alvo de R$ 17,80, com recomendação outperform. Vale destacar que, após o resultado, as ações da Petrobras, que estão na carteira do InfoMoney, devem seguir no portfólio recomendado (acesse a Carteira InfoMoney de março clicando aqui). 

Assim, os analistas estão bastante otimistas com Petrobras, mas também apontam: o preço do petróleo será um fator bastante importante para o desempenho dos papéis – e que a companhia não poderá controlar. 

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Lara Rizério Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.

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