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Aposte na retomada, invista nos grandes bancos! Mas, afinal, qual deles é o melhor?

Para quem acredita na recuperação da economia brasileira, as ações dos bancos são uma boa opção - mas os analistas divergem sobre qual escolher
Por  Lara Rizério
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – Símbolos de resiliência, os bancos brasileiros passaram por maus momentos durante a crise econômica, em meio à alta da inadimplência e alta provisão para devedores duvidosos, tanto no segmento corporativo quanto para pessoa física. Porém, se este setor sofreu na crise, ele também é uma das apostas do mercado para o cenário de retomada da atividade econômica. 

A expectativa do mercado e também de boa parte dos analistas é de uma melhora da lucratividade em 2017, em meio à queda das despesas de provisão e expectativa de que o crédito se reacelere ainda no segundo semestre deste ano, conforme ressalta o Bradesco BBI.

Contudo, muitas dúvidas ficam no ar quando o assunto é o setor bancário. Após a alta nos últimos doze meses para as ações do setor (Itaú subiu 42%, BB avançou 82% e Bradesco saltou 39% no período), o mercado passou a se questionar: as ações já estão totalmente precificadas? E, afinal, qual papel escolher dentro do setor? 

As respostas de analistas de mercado são bastante divergentes, mas na Carteira InfoMoney sempre tivemos a nossa preferência: o Banco do Brasil. Segundo o Thiago Salomão (analista responsável pela Carteira InfoMoney), embora no quesito “qualidade” o Itaú Unibanco seja o melhor do setor, o BB ganhou muita atratividade desde março do ano passado, período em que foi iniciado o “rali do impeachment” de Dilma Rousseff. Isso porque, com a provável mudança de direção do País, empresas públicas poderiam sofrer um choque de gestão e melhorar os resultados operacionais e financeiros em busca de maior eficiência – e nesse quesito BB tem muito mais a melhorar do que Itaú.

Vale mencionar que neste momento a Carteira InfoMoney não possui ação de “grande banco”, mas o BB estava na Carteira de janeiro, mês que a ação subiu 13%. Thiago Salomão explicou que, pela forte alta que a ação teve, preferiu expor em outros ativos “atrasados” e que poderiam ter um resultado melhor em fevereiro. (acesse a Carteira InfoMoney de março clicando aqui Caso queira participar do curso “Como Montar Uma Carteira de Ações Vencedora“. clique aqui).

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Para os analistas do Santander, Henrique Navarro, Olavo Arthurzo e Bruno Mendonça, as ações de bancos ainda não estão precificando totalmente o cenário mais benigno: “ainda há algum potencial de valorização, apesar de ser de uma maneira mais seletiva, e uma abordagem sobre lucratividade deve ser levada em consideração, levando os investidores a escolherem nomes de melhor qualidade”. 

Já o Bradesco BBI aponta: o valuation atual da maior parte dos bancos parece já precificar esse cenário, sendo que qualquer potencial de alta adicional dependeria de melhor visibilidade em cima de efeito líquido de NIMs (margem financeira) e provisões mais baixas. Para os analistas Rafael Frade, Alain Nicolau e Gabriel Gusan, isso é difícil de acontecer no curto prazo. 

Desta forma, os analistas elegeram as suas ações preferidas para operar neste setor e quais papéis dão sinais de que o rali já acabou para eles. Nós já falamos no Insight do dia 6 que o Banco do Brasil (BBAS3) passou a ser visto com otimismo pelos analistas, ainda mais após o encontro do sell-side com a administração da instituição (veja mais clicando aqui). 

E o BB continua sendo uma das queridinhas deles. O Bradesco BBI reiterou a preferência pelas ações BBAS3, apontando que a instituição está no caminho para lucros mais altos e recuperação do ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) de 16% em 2018, não só por conta de menores provisões para perdas, mas também pela reprecificação do portfólio com uma expansão menor de despesas gerais e administrativas. Com isso, os ativos BBAS3 são o top pick do setor para o Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 39 e recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado).

Por outro lado, o Santander destacou, em relatório do início do mês, a sua nova top pick para o setor, que desbancou justamente o Banco do Brasil: o Itaú Unibanco (ITUB4). “O Itaú deve ser o primeiro a apresentar tendência de recuperação sólida na rentabilidade nos próximos anos. O banco pode desbloquear forte potencial de valorização se usar excedente de capital de R$ 67,2 bilhões em outra rodada de aumento de proventos, recompras de ações adicionais ou para fusões e aquisições”, afirmam os analistas.

Desta forma, muitos analistas apontam que o Itaú e o BB são os preferidos para investir nessa retomada do setor, com ambos os nomes apresentando balanços mais “limpos que seus pares”, conforme aponta o Santander, e mais preparados para o ciclo de recuperação do crédito.

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A reviravolta…

Tal preferência pelos dois bancos mostra a reviravolta que o setor bancário sofreu nos últimos doze meses, principalmente com relação à preferência de gestores e analistas para o setor. 

Em carta de estratégia do mês de fevereiro, os gestores da Rio Bravo Investimentos apontam que, um ano atrás, as ações do Itaú estavam a patamares extremamente baixos, “enquanto o Brasil caminhava a passos largos rumo à bancarrota”. “Um ano depois, apesar de muitas dificuldades nas contas públicas, há concreta perspectiva de crescimento do PIB, inflação sob absoluto controle e inequívoca tendência de queda de juros. Não por acaso, as ações do Itaú subiram tanto nesse curto período”, afirma a gestora, ressaltando que a grande questão de um ano atrás foi respondida com tranquilidade com o resultado do quarto trimestre. 

Os gestores ainda apontam que a indicação para 2017 foi melhor ainda, com a previsão de recuo de perdas de cerca de 30%. De acordo com a Rio Bravo, uma indicação dessas é “impressionante”. “Ainda que não se vislumbre uma retomada do crescimento do crédito e das receitas, a redução das perdas e o já costumeiro controle das despesas deverão permitir uma expansão de lucro de dois dígitos para 2017 e, provavelmente, um ritmo de expansão tão ou mais forte para 2018”, destacam os gestores. 

Em meio a essas notícias, os múltiplos de lucro hoje situam-se acima das médias recentes, apontam. “Acreditamos, no entanto, que o favorável cenário macroeconômico e concorrencial, aproveitado por este time executivo, deva ainda permitir revisões de lucro para cima. Particularmente para 2018, cremos que o consenso de mercado ainda seja conservador e que, portanto, o múltiplo de lucro permaneça atrativo mesmo após forte apreciação das ações. Nesse contexto, Itaú segue como uma das nossas principais posições do Fundo. O banco continua a construir uma história de bons resultados, boa adaptabilidade às condições macro, elevada rentabilidade e competentes decisões de alocação de capital”, avalia a Rio Bravo. 

Tudo pode mudar…

 Assim como a Rio Bravo, o Santander, como já destacado antes, prefere o Itaú. Porém, nada indica que esse seja um cenário estático. Os analistas passaram a preferir o banco após o resultado do quarto trimestre, mas ressaltam que o mercado já precificou boa parte dessa preferência e que pode .voltar para o Bradesco (BBDC4)  “Dito isto, acreditamos que as rotações entre as duas ações poderiam se tornar mais frequentes já que o mercado parece estar em um modo de escolha de ações entre os três grandes bancos brasileiros”.  

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E se a questão é escolher quais são os grandes bancos. o Credit Suisse tem a outra opção: além de Banco do Brasil, os analistas Marcelo Telles, Lucas Lopes e Alonso Garcia têm preferência justamente pelo Bradesco, conforme relatório de recomendação da última segunda-feira. Para o Itaú Unibanco, o preço-alvo foi elevado de R$ 40 para R$ 42, mas os analistas mantêm recomendação neutra, destacando ver pouco espaço para um “re-rating”. 

Já para o setor em geral, os analistas continuam enxergando um momento positivo para os lucros, com crescimento de 23% em 2017, com melhora do custo de risco e gestão de custo. Os principais riscos para o setor são uma piora do cenário político e aumento de imposto no médio prazo. 

Sobre o Bradesco, os analistas esperam crescimento de margem financeira de 0.7% no ano, ainda acima da perspectiva mais positiva do guidance. “As sinergias de custo com a integração do HSBC ainda devem ter impactos positivos, mesmo com volumes fracos. Acreditamos que o banco ainda deve se beneficiar de uma queda na taxa de juros”. Já sobre o BB, apesar das perspectivas de crescimento de crédito ainda é baixo para os próximos anos, mas a margem financeira deve registrar ganhos. 

Desta forma, a maior parte dos analistas aponta preferência em Itaú e Banco do Brasil. Contudo, o Credit “corre por fora” e aponta o Bradesco, por conta do seu desempenho um pouco pior em relação aos seus pares. De qualquer maneira, o otimismo continua para o setor, em meio à aposta de retomada econômica. Conclussão: entre esses três bancos, os analistas destacam visão positiva: a questão agora é escolher qual é a melhor.

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Lara Rizério Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.

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