BB diz que inadimplência deve cair mais; presidente critica visão dos analistas

"Se projetássemos o banco de acordo com a visão dos analistas, teríamos quebrado faz tempo", afirmou o presidente do banco, Aldemir Bendine

Reuters

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SÃO PAULO – O Banco do Brasil (BBAS3) está confiante em sua estratégia de expansão da oferta de crédito e que não há risco de deterioração da qualidade da sua carteira, embora os concorrentes privados tenham assumido uma postura mais conservadora.

Em entrevista a jornalistas, o presidente do maior banco do País, Aldemir Bendine, rebateu críticas de analistas de mercado sobre a estratégia do BB de expandir fortemente o crédito num momento de fraco crescimento da economia.

“Se projetássemos o banco de acordo com a visão dos analistas, teríamos quebrado o banco faz tempo”, disse Bendine nesta terça-feira (13).

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Segundo ele, o mercado tem traçado há anos um prognóstico de que a carteira do BB vai se deteriorar, mas isso não acontecerá. “É um prognóstico absurdo, errado, basta ver o comportamento da nossa inadimplência”, afirmou.

Para Bendine, a economia brasileira deve seguir crescer mais que a média mundial em 2013 e 2014, e a inadimplência do banco deve seguir caindo. No segundo trimestre, a inadimplência acima de 90 dias do BB foi de 1,87%, ante índice de 2,19% um ano antes.

Além disso, o BB prevê queda da inadimplência no Banco Votorantim, do qual detém 49,9%. Sem o Votorantim, a inadimplência teria sido de 1,65% no segundo trimestre, afirmou o vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores do BB, Ivan Monteiro.

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Mesmo com inadimplência menor, as despesas com provisões para calotes aumentaram 14,8 por cento ante o mesmo intervalo de 2012 e 28,7% na comparação com o trimestre anterior.

Segundo Bendine, a provisão cresceu devido a maiores volumes de empréstimos, e isso não significa que o banco esteja temeroso sobre a qualidade do crédito.

“A provisão está maior pelos volumes e não por deterioração, o crédito é bom e saudável”. No segundo trimestre, a carteira de crédito do banco cresceu 25,7% em bases anuais.

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Ao divulgar o resultado trimestral pela manhã, o BB elevou a previsão de crescimento da carteira de crédito para 2013, de 16% a 20% para 17% a 21%, impulsionada pelo crédito imobiliário e para empresas. Mas previu também que o crédito para pessoa física deve crescer menos, devido à fraca demanda.

O BB prevê que os juros praticados não devem cair mais, depois de uma forte queda iniciada em meados do ano passado, liderada por ele mesmo pela Caixa Econômica Federal. “Não vemos espaços para novas quedas, até porque nosso spread já está adequado aos níveis mundiais”, disse.

Na visão de Bendine, o maior desafio da instituição é elevar sua eficiência. Neste sentido, o banco prevê reduzir despesas em R$ 1,8 bilhão neste ano em relação ao orçamento original.

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Às 14h52, a ação do BB na Bovespa subia 0,96%, a R$ 23,17. No mesmo instante, o Ibovespa avançava 0,16%.