BofA reduz recomendação para BB pela 2ª vez em menos de 1 mês e ações caem

Analistas do banco elevaram mais uma vez o tom de cautela sobre o banco, após forte alta das ações da companhia frente a seus pares

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Bank of America Merril Lynch reduziu, pela 2ª vez em menos de um mês, a recomendação para as ações do Banco do Brasil (BBAS3), desta vez para underperform (recomendação equivalente à venda).

Com isso, em um dia bastante positivo para o Ibovespa, que registrava ganhos de 0,54%, às 11h11(horário de Brasília), os ativos BBAS3 observavam uma das maiores quedas do pregão, com baixa de 1,61%, a R$ 26,35, após chegarem a cair 2,09% no intraday – a maior queda do índice. 

Os analistas Jorg Friedemann, Marcus Fadul e Jose Barris, destacam que, após a forte alta das ações da companhia frente aos seus pares em meio ao IPO (Initial Public Offering) do BB Seguridade, eles elevaram mais uma vez o tom de cautela sobre o banco.

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Segundo os analistas, os resultados inflados do BB Seguridade podem trazer riscos para o Banco do Brasil, mas que não são perceptíveis no curto prazo. Em março, eles já haviam reduzido a recomendação dos papéis, avaliando que os catalisadores para o banco já estavam precificados. 

Friedemann, Fadul e Barria ainda reduziram o preço-alvo dos papéis em 10%, para R$ 26,00 – o que configura um downside de 2,91% frente ao fechamento da última terça-feira (23), com base em três fatores: a conclusão do IPO do BB Seguridade nesta semana, a menor capacidade de ganhos devido ao fato dos ganhos do braço de seguros do banco ser desmembrado do balanço e os impactos negativos sobre o superávit do fundo de pensão Previ.

Com fundamentos se deteriorando, conta vai chegar
Os analistas avaliam que, enquanto os catalisadores já estavam precificados na ação, os riscos ainda não estão. Eles apontam, dentre os fatores que podem levar a um cenário negativo para o banco, o crescimento agressivo dos empréstimos de maior risco, a aquisição do BV e as restrições de capital do Previ irão afetar a instituição financeira mais à frente.

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Com um crescimento dos empréstimos – que é visto como insustentável – e o aumento da exposição no varejo, os analistas recomendam cautela para o papel. ”Mesmo com um cenário de recuperação econômica, quem irá comprar este cenário da companhia?”, avaliam os analistas. 

Por fim, com o forte rali de 31% das ações do Banco do Brasil desde o anúncio do IPO do BB Seguridade, no final de novembro, os analistas não descartam a possibilidade de que os investidores utilizem as ações BBAS3 para financiar a alocação nos papéis da seguradora. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.