Credit Suisse vê tempos díficeis para Banco do Brasil e corta estimativas

Estatal pode precisar capitalizar Banco Votorantim e aumentar provisões de créditos; rentabilidade pode ter sofrido

Felipe Moreno

Publicidade

SÃO PAULO – As ações do Banco do Brasil (BBAS3) tiveram seu preço-alvo reduzido em 25% pelo Credit Suisse, nesta sexta-feira (22). A estimativa anterior, de R$ 28,00 deu espaço para a nova projeção de R$ 21,00 – patamar 4,01% acima do fechamento da última quinta-feira (22). A recomendação para o papel continua de underperform (performance abaixo do mercado). 

É válido destacar que a redução do preço-alvo do Banco do Brasil pelos analistas foi a mais agressiva entre os principais bancos de capital aberto brasileiro, como Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4) e Santander Brasil (SANB11). “A despeito da significativa performance ruim nos últimos tempos, permanecemos pessimistas em relação às ações do Banco do Brasil, já que vemos uma série de catalisadores negativos pela frente”, escrevem em relatório Marcelo Telles, Daniel Sasson e Vitor Schabbel. 

Estatal pode ter problemas
Na avaliação da equipe de análise, alguns eventos podem prejudicar o desempenho das ações. A primeira é a queda de rentabilidade após a redução dos juros bancários. O Banco do Brasil deve ser o primeiro banco a sentir os efeitos da redução, justamente por ter sido o banco que iniciou os cortes. Além disso, a estatal precisa elevar a sua provisão para créditos inadimplentes, o que deve impactar diretamente nos resultados dos próximos trimestres. 

Continua depois da publicidade

A provisão também tem de ser feita no Banco Votorantim, do qual o Banco do Brasil é um dos maiores acionistas. Telles, Sasson e Schabbel estimam que o banco precisaria de cerca de R$ 4 bilhões em novas provisões. Por fim, eles destacam que é possível que o Banco do Brasil tenha que fazer uma nova oferta de ações em 2013 para fortalecer sua posição de capital, algo que deve demandar R$ 25 bilhões. A equipe de análise destaca que, com as taxas de juros mais baixas, fica difícil para o banco se recapitalizar através dos resultados futuros.