Tesouro IPCA+ 2019 vence e paga R$ 9 bi; Veja onde reinvestir

Recursos serão disponibilizados pelo Tesouro para as instituições financeiras nesta quarta-feira e já devem estar na conta dos clientes

Beatriz Cutait

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SÃO PAULO – Desde o último dia 15 de maio, cerca de 122 mil investidores do Tesouro Direto receberam mais dinheiro na conta. Isso porque venceram R$ 9 bilhões em recursos aplicados por meio do programa no título público Tesouro IPCA+ de 2019.

Com isso, o Tesouro vai devolver o investimento corrigido pela taxa que foi contratada no momento da aplicação no maior vencimento da história do programa. 

Os recursos foram disponibilizados pelo Tesouro para as instituições financeiras nesta quarta-feira e já devem estar na conta dos clientes. 

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Dos R$ 9 bilhões, a maior parte se refere a aplicações de até R$ 10 mil, fatia que abrange 52,3 mil investidores. Mais da metade (58%) dos investidores do papel têm entre 26 e 45 anos, a maioria (69%) é homem e 47% das pessoas são do Estado de São Paulo.

Se você faz parte desse grupo de investidores, já pensou no que pretende aplicar o dinheiro que irá receber?

Considerando que a ideia seja manter o perfil previdenciário do papel Tesouro IPCA+, dado que o título preserva o poder de compra do investidor por ser remunerado em parte pela inflação, a opção natural seria reaplicar em outros produtos do Tesouro com as mesmas características. Ou seja, com o pagamento da remuneração total apenas no vencimento, sem a distribuição de juros semestrais.

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Hoje, há três alternativas que se encaixam nesse perfil: o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2024, 2035 e 2045. Problema: todos têm taxas de retorno na casa dos 4% ao ano, além da variação da inflação, bem distantes dos 8% que o papel com vencimento em 2019 chegou a pagar em seu ápice, em setembro de 2015.

A queda da taxa básica de juros nos últimos anos diminuiu a atratividade dos títulos públicos, mas o juro real de 4% ainda é considerado interessante, principalmente para investidores que pretendem permanecer com os papéis até seu vencimento.

A equipe de renda fixa da XP tem sugerido aos clientes a destinação dos recursos ao Tesouro IPCA+ com vencimento mais curto, em meio à percepção de relação risco-retorno atrativa no prêmio real do Tesouro IPCA+ 2024. Quanto menor o prazo de vencimento, mais baixo o risco.

“Nos últimos três anos os juros estiveram em queda, o que valorizou os títulos. 2024 é um prazo intermediário, que expõe o investidor à curva, porém de maneira mais moderada. Por esta razão escolhemos este vencimento para a realocação do Tesouro IPCA+ 2019”, diz a XP.

Rafael Lopes, da equipe de renda fixa da XP, diz que ainda há espaço para os juros reais caírem mais e assinala que os prêmios atuais são interessantes para o investidor carregar os papéis.

Diante da expectativa de aprovação da reforma da Previdência até o fim do ano de 2019, somada à visão de juros estáveis nos Estados Unidos, a XP avalia que as taxas de juros serão mantidas em níveis baixos no Brasil por um período mais longo.

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Evolução do Tesouro IPCA+ 2019

O Tesouro IPCA+ 2019 começou a ser negociado em janeiro de 2013, quando a taxa de retorno era de 2,88% ao ano, mais a inflação. Naquela época, a taxa básica de juros, a Selic, estava em 7,25% ao ano e a inflação estava em 5,91%. O papel deixou de ser ofertado em fevereiro de 2017, quando pagava um juro real de 5,61% ao ano ao investidor.

No melhor momento em termos de rentabilidade, que ocorreu quando o mercado estressou e os prêmios dispararam, o Tesouro IPCA+ 2019 chegou a pagar um retorno de nada menos que 8,03%.

O feito ocorreu em setembro de 2015, quando a Selic estava em 14,25% ao ano. O Brasil havia acabado de perder o grau de investimento, com nota rebaixada pela Standard & Poor’s, e o mercado vivia momentos de tensão, com receio de que outras agências de classificação de risco adotassem a mesma postura – o que de fato ocorreu, meses depois.

Numa simulação feita por Lopes, da XP, um investidor que tivesse aplicado R$ 10 mil no Tesouro IPCA+ 2019 naquela ocasião, de taxa de retorno anual de 8% (mais a variação do IPCA), receberia hoje um total aproximado de R$ 15 mil, descontados Imposto de Renda e taxa de custódia.

O valor seria cerca de 20% superior do que o da poupança, caso o investidor tivesse optado pela caderneta para destinar os R$ 10 mil no mesmo período.

 

Títulos à venda no Tesouro

O Tesouro Direto oferece hoje a possibilidade de compra de nove títulos públicos, dentre os quais cinco com retorno vinculado à inflação. Em março, o estoque total do Tesouro Direto correspondia a R$ 57,6 bilhões e os títulos remunerados por índices de preços respondiam pelo maior volume, com 56,3% do total.

O programa ainda não divulgou o balanço de abril, mas já informou que ultrapassou seu primeiro milhão de investidores ativos, fechando o mês com 1.006.547 CPFs. Apenas nos quatro primeiros meses de 2019, o número total de pessoas físicas cresceu em 220 mil.

Por conta do vencimento do Tesouro IPCA+ 2019, o limite máximo de aplicação por investidor ao mês, de R$ 1 milhão, foi elevado. Detentores do papel podem somar ao limite o volume financeiro detido no papel para reinvestir os recursos no Tesouro Direto até o fim de maio.

De acordo com os dados do programa, apenas 905 investidores têm mais de R$ 1 milhão aplicado no Tesouro IPCA+ 2019.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.