Sinergias com a aquisição da Casas Bahia terminaram em 2011, diz Pão de Açúcar

Grupo não planeja se desfazer do modelo de crediário da varejista adquirida e acredita que aumento do salário mínimo será positivo

Graziele Oliveira

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SÃO PAULO – Em teleconferência sobre o resultado do quarto trimestre de 2011, o Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) manteve o suspense sobre o futuro e pouco revelou para os investidores e analistas, alegando que as projeções serão dadas no GPADay. O evento ainda está sem data definida mas, segundo a assessoria de imprensa, poderá acontecer em abril.

Apesar de frustrar boa parte das perguntas que buscavam novidades para este ano, o presidente do conselho de administração do Grupo, Abílio Diniz, demonstrou, logo no início, o clima de otimismo que toma conta da empresa em 2012. “As perspectivas para 2012 serão melhores do que do ano passado, com o crescimento do Brasil ao redor de 4%. Podemos prever um ano bom, com performance melhor ainda do que do ano passado”, destacou.

Na véspera a empresa informou um lucro líquido de R$ 361 milhões no quarto trimestre de 2011, alta de 43,1% em relação ao mesmo período de 2010. No ano, a empresa acumulou ganhos de R$ 718 milhões, crescimento de 16,1% na comparação com um ano antes.

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Assim, em relação ao início deste ano a companhia disse que está alinhada com os objetivos no segmento varejo. “Estamos satisfeitos com o mês de janeiro”, disse Roberto Fulcherberguer, diretor vice-presidente comercial da Globex.

Despesa e crédito
No que se refere aos dados de despesas que, segundo os analistas apresentaram melhora, o Grupo atribuiu os resultados à integração de processos. “Ao processo de integração de logística, em TI (tecnologia da informação) e também ao impacto positivo do efeito sazonal do período, que tem mais vendas. Boa parte dos resultados dessas sinergias já vieram nesse resultado, e o que teremos em 2012 serão ajustes finos, o grosso já foi em 2011”, disse a empresa.

A empresa também esclareceu que não está trabalhando com a possibilidade de venda ou mudança do modelo de crédito das Casas Bahia. “Acreditamos que é parte do modelo de negócio desta bandeira. Nós nunca abrimos mão dessa modalidade”, reforçou Fulcherberguer.

O executivo ainda ressaltou que um possível aumento do salário mínimo trará efeitos positivo para a empresa, com crescimento do consumo. Já quanto à pressão do lado de despesas, mostrou-se pouco preocupado. “O ganho real dos funcionários vem sendo de 1% a 2%, e sem pressionar os resultados da empresa”, finalizou.