Petróleo à parte, ingresso da Venezuela no Mercosul pode afetar a indústrial local

Representantes da indústria venezuelana queixam-se de falta de competitividade frente a empresas de Brasil e Argentina

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – A indústria venezuelana alheia ao petróleo mostra insatisfação frente ao ingresso do país no Mercosul. Se a adesão ao bloco é vista como estratégica sob o ponto de vista energético, demais ramos de atividade podem ser comprimidos pelas economias de Brasil e Argentina.

Na Venezuela, representantes da manufatura protestam que não há meios de competir com as companhias brasileiras e argentinas, dada sua modernização tecnológica e seus ganhos de escala. Nos mercados doméstico ou externo, os produtos venezuelanos seriam sempre mais caros.

Decisão ideológica?

O presidente da Venezuela Hugo Chávez está aderindo ao Mercosul depois de ter deixado a Comunidade Andina, graças a acordos da Colômbia e do Peru – antigos parceiros – com os Estados Unidos.

GRATUITO

CNPJ DE FIIS E AÇÕES

Para informar FIIs e ações no IR 2024 é preciso incluir o CNPJ do administrador; baixe a lista completa para facilitar a sua declaração

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Dada a manifesta antipatia de Chávez pelos norte-americanos, analistas avaliam que a decisão de integrar o Mercosul tem forte embasamento político e ideológico, mas pouca razão econômica.

Bom para Brasil e Argentina

Asdrubal Oliveros, analista do banco de investimentos Santander, avalia os reais beneficiados pela decisão da Venezuela: “os grandes vencedores são Brasil e Argentina, cujas indústrias superam as da Venezuela”, Oliveros disse à Bloomberg.

Levando em conta as exportações sem o setor de petróleo, o Brasil vendeu US$ 569 milhões para a Venezuela no primeiro trimestre de 2006. Já o país de Hugo Chávez exportou US$ 43 milhões para o Brasil no mesmo período.