Nike fecha em queda de 6,3% na Nasdaq após relatar problemas em cadeia de suprimentos e impacta ação da SBF na B3

As medidas de restrição à circulação das pessoas, além de problemas de logística na Ásia, prejudicaram o resultado, apontou a companhia americana

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os resultados do primeiro trimestre fiscal de 2022 (encerrado em 31 de agosto) divulgados pela Nike e as declarações posteriores da empresa não agradaram os investidores – e já impactam a ação de uma empresa negociada na B3.

Os papéis da Nike negociados na Nasdaq fecharam a sessão desta sexta-feira (24) em queda de 6,33%, a US$ 149,48. Isso porque, apesar de haver crescimento de receita e expansão de margens, o resultado veio abaixo das expectativas. Já na B3, as ações do Grupo SBF (SBFG3), dono da operação comercial da Nike no Brasil, tiveram baixa de 5,61%, a R$ 31,78, além dos pares do setor.

As medidas de restrição à circulação das pessoas, além de problemas de logística na Ásia, prejudicaram o resultado, apontou a companhia americana. A Nike reportou um lucro líquido de US$ 1,8 bilhão, ou US$ 1,16 por ação, crescimento de 23% quando comparado ao primeiro trimestre fiscal de 2021, o que ficou dentro do esperado.

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A receita líquida, por sua vez, foi de US$ 12,2 bilhões, um crescimento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado e 12% considerando a moeda constante. Contudo, conforme destaca a Levante Ideias de Investimentos, o consenso de mercado apontava para uma receita líquida um pouco maior, de aproximadamente R$ 12,5 bilhões.

A companhia teve um aumento de 12% nos custos no período, o que resultou em um crescimento de 20% no lucro bruto. Com isso, foi observada uma expansão na margem bruta de 1,7 ponto percentual. As despesas operacionais tiveram um crescimento de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, principalmente pelo maior gasto em despesas de marketing, algo comum durante a pandemia em diversas empresas.

A  empresa ainda destacou não ter alcançado as metas de vendas para o período, revisando para baixo sua projeção de receitas, apontando problemas na cadeia de suprimentos causadas ​​pela pandemia de Covid-19.

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Esses problemas provavelmente afetarão a produção e a entrega de seus produtos em todo o mundo até o próximo ano. Com a companhia esperando que todas as regiões de fábricas sejam afetadas por esses problemas, revisou sua projeção para a receita líquida do ano fiscal de 2022 para um crescimento de um dígito ( versus crescimento de dois dígitos “baixo” anteriormente).

Na avaliação do Itaú BBA, contudo, essas informações ainda são neutras para a brasileira SBF, mas serão monitoradas de perto pelos investidores.

“De acordo com a empresa, ela possui um estoque confortável de produtos Nike, o que reduz o risco de quebra e compensa parcialmente o impacto dos atrasos na cadeia de suprimentos”, avaliam os analistas.

Além disso, uma parte relevante do sortimento da Fisia é produzida localmente, o que é outra vantagem nesta situação. Por esse motivo, a empresa não vê risco de ruptura que possa afetar as receitas e / ou margens brutas.

“Observamos, no entanto, que as incertezas em relação aos problemas da cadeia de suprimentos da Nike são significativas. A Nike afirmou que todas as suas regiões podem ser duramente atingidas, portanto, monitoraremos de perto como a situação evolui no curto prazo”, ressaltam.

A recomendação do BBA para as ações é marketperform (desempenho em linha com a média do mercado) e preço-alvo de R$ 40, ou um potencial de valorização de 18,80% em relação ao fechamento da véspera.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.