Netshoes admite que diversificação deu errado e prejuízo quase triplica

Por outro lado, a receita total teve crescimento líquido de 3,2%, para R$ 417,8 milhões em relação ao mesmo período do ano passado     

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – O Grupo Netshoes divulgou nesta quarta-feira (14) os resultados trimestrais antes do início do pregão. A varejista online quase triplicou as perdas no terceiro trimestre. O prejuízo foi de R$ 140,6 milhões, ante R$ 47,8 milhões no período do ano passado. 

As ações da empresa, que são negociadas na bolsa americana NYSE, abriram o pregão  em queda de 1,25% cotadas a US$ 1,58, mas viraram para alta de 3,80% cotadas a US$ 1,64 por volta de 13h30 (horário de Brasília).

A empresa descontinuou oficialmente as operações B2B para focar em negócios B2C, após um prejuízo de R$ 78 milhões. “Foi uma decisão difícil, mas o passo necessário é o reconhecimento de que essa tentativa de diversificação gerou resultados inferiores aos esperados”, afirmou Marcio Kumruian, CEO da empresa no relatório de resultados.

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Em entrevista ao Valor, o executivo afirmou que esse foi o principal motivo do prejuízo reportado. 

A receita total teve crescimento líquido de 3,2%, para R$ 417,8 milhões em relação ao mesmo período do ano passado. No Brasil, a receita líquida foi de R$ 383,3 milhões, uma queda de 3,5%.

Apesar do prejuízo, o número de clientes ativos aumentou em 11,6%, para mais de 6,7 milhões.

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No relatório, o CEO afirma que a fim de minimizar os resultados negativos, a empresa ajustou as margens de preço dos produtos de suplementos nutricionais, acelerando as vendas através do nosso canal B2C. Isso resultou em uma provisão de R$ 59,3 milhões para a empresa.

“O terceiro trimestre de 2018 marca um importante ponto de virada para a Netshoes, pois tomamos algumas medidas decisivas para agilizar nossas operações e focar no nosso core business B2C em mercados onde estamos melhor posicionados para garantir um crescimento rentável a médio prazo”, afirma o CEO.

A venda bruta total da empresa chegou a R$ 605,1 milhões, aumento de 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado.  

Além disso, o CEO pontua no relatório que o terceiro trimestre ajudou a aumentar a flexibilidade financeira da empresa devido a conclusão bem-sucedida da renegociação com bancos das linhas de capital de giro e debêntures, aumentando o prazo original dos contratos por um ano, até 2021.

Com a renegociação, a varejista R$ 107,7 milhões em amortização de dívidas até o primeiro semestre e a dívida de curto prazo caiu para 5% da dívida total, ante 46% no  segundo trimestre.

“Graças a um forte redução na necessidade de capital de giro, geramos um sólido fluxo de caixa operacional de R$ 72,3 milhões”, afirmou o CEO.

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Venda no México

Em outubro, a empresa concluiu a venda das operações no México para o Grupo Sierra Capital. “Isso nos permitirá ser ainda mais focados em nossas principais operações no Brasil, onde acreditamos que há um significativo potencial de crescimento, como evidenciado pelo desempenho do terceiro trimestre nesses mercados”, disse.

Segundo o CEO disse ao site, a operação no país latino não era produtiva. “No ano passado, a operação do México consumiu R$ 15 milhões em Ebtida [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização]. Essa operação estava restringindo o crescimento sustentável da companhia”, disse.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.