Mercado Aberto: banco destaca recuo na parcela de LFTs sobre a dívida total

Equipe do Credit Suisse também ressalta que a queda na inflação em junho diminuiu o custo médio mensal da DPMFi ante maio

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – A Nota do Mercado Aberto referente ao mês de junho, divulgada pelo Banco Central do Brasil na última quinta-feira (22), teve como principais destaques o recuo da parcela de títulos indexados à taxa Selic na dívida pública mobiliária e o menor custo mensal da DPMFi (Dívida Pública Mobiliária Federal Interna), por conta do recuo do índice de inflação ao consumidor, afirma a equipe do Credit Suisse.

Segundo os analistas Nilson Teixeira, Nilto Calixto, Leonardo Fonseca, Daniel Lavarda e Tales Rabelo, o fato do Tesouro Nacional ter rolado apenas parte dos R$ 50,5 bilhões em títulos atrelados à Selic com vencimento no sexto mês do ano resultou na estabilidade vista na DPF (Dívida Pública Federal), que teve leve redução de 0,1% na passagem mensal, indo de R$ 1,614 trilhão para R$ 1,612 trilhão.

Com o vencimento desses títulos, o time de análise do banco suíço mostra que isso resultou em emissões líquidas negativas de R$ 15,8 bilhões no mês, resultado da diferença entre as emissões de R$ 36,9 bilhões e os resgates de R$ 52,7 bilhões. “As despesas com juros adicionaram R$ 13,6 bilhões ao estoque da dívida no mês”, completam os analistas.

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DPMFi
Um dos principais componentes da DPF, a DPMFi (Dívida Pública Mobiliária Federal Interna) mostrou retração de R$ 1,519 trilhão para R$ 1,316 trilhão entre maio e junho. Segundo os analistas, o resgate líquido de R$ 16,9 bilhões mais do que compensou a despesa de R$ 13,9 bilhões com juros.

Dentre os principais fatores para essa variação, a equipe do Credit destaca o recuo na parcela dos títulos atrelados à Selic na DPMFi, que foi de 35,7% para 33,6%. Essa queda foi reflexo do volume de resgates de LFT’s (Letras Financeiras do Tesouro), que ficou em R$ 50,1 bilhões, superando assim os R$ 12,6 bilhões emitidos pelo Tesouro Nacional ao longo do mês.

Por outro lado, a proporção dos títulos prefixados no total da DPMFi passou de 33,6% para 35,3%. O quinteto de analistas destacou a importância das LTN’s (Letras do Tesouro Nacional) nesse resultado, já que, dos R$ 19,6 bilhões em títulos emitidos com remuneração prefixada, R$ 14,8 bilhões correspondem a esse tipo de título público com vencimentos entre outubro de 2010 e julho de 2012.

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Deflação derruba custo mensal da DPMFi
Por fim, os especialistas do Credit chamam atenção para a retração no custo médio mensal da DPMFi, que foi de 12,2% no anualizado em maio para 10,3% em junho, “reflexo da menor variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no mês ante maio”, afirmam.

O vencimento da dívida também mostrou melhora, já que o percentual da DPF com vencimento em 12 meses reduziu de 27,4% em maio para 25,9% em junho, em linha com os limites estabelecidos pelo PAF (Plano Anual de Financiamento) de 2010, que gira entre 24% e 28%. Dentre as categorias que viram sua dívida de curto prazo diminuir, destaque para os títulos indexados à Selic, cujo percentual de títulos a vencer em 12 meses caiu de 28,6% e 22,6%.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers