Mauricio Macri sofre derrota em eleições primárias e temores sobre Argentina aumentam

Antes mesmo dos números, Macri se antecipou à divulgação dos resultados e reconheceu um desempenho abaixo do esperado. Já Fernández, que é o representante da 'Frente de Todos', falou a seus apoiadores e disse querer criar uma "nova Argentina"  

Equipe InfoMoney

Publicidade

Com 99,37% das urnas apuradas, as eleições primárias na Argentina mostram que a dupla Alberto Fernández e Cristina Kirchner supera os 47% dos votos, alcançando 15 pontos a mais que Mauricio Macri, atual presidente e candidato à reeleição.

Com atraso de mais de uma hora, os números das votações começaram a ser divulgados. A previsão para a divulgação era, inicialmente, às 21h. Alberto Fernández computava 47,66%, enquanto Macri obtinha 32,08%. Roberto Lavagna aparece em 3º lugar com 8,23% dos votos.

A polarização entre Fernández e Macri, visível durante toda a campanha, deve acirrar-se nos próximos meses, que antecedem as eleições gerais, marcadas para o dia 27 de outubro. Um eventual segundo turno será dia 24 de novembro e o novo governo assumirá dia 10 de dezembro.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

As eleições de ontem, conhecidas como PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias) servem apenas para definir os partidos e candidatos habilitados a participar das eleições gerais.

O comparecimento dos argentinos foi de aproximadamente 75%. Cerca de 34 milhões de argentinos estavam habilitados para votar.

Invista melhor seu dinheiro: abra uma conta na XP – é grátis!

Continua depois da publicidade

Antes mesmo dos números, Macri se antecipou à divulgação dos resultados e reconheceu um desempenho abaixo do esperado. Já Fernández, que é o representante da ‘Frente de Todos’, falou a seus apoiadores e disse querer criar uma “nova Argentina”.

“Nós não vamos restaurar um regime, vamos criar uma nova Argentina, que termine com este tempo de mentiras e que dê aos argentinos um horizonte melhor para o futuro. O conceito de vingança, divisão e qualquer outra coisa acabou. Nunca fomos loucos governando. Vamos arrumar os problemas que outros geraram”, afirmou Fernández. 

A forte vitória da oposição gera receio de que a derrota de Macri em outubro seja inevitável. Assim, os investidores esperam sell-off de ativos argentinos com temor de retorno das políticas populistas da vice Cristina Kirchner.

“Não vemos nenhum caminho possível para que Macri possa reverter esse cenário até outubro, o que indica uma vitória de Fernandez e Kirchner”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos em relatório (confira mais clicando aqui). 

A equipe de análise espera reação negativa nos mercados da região, com o CDS (risco-país) esperado para ir para além de 1.500 (ante 900 na sexta-feira), o peso argentino esperado de ir para pelo menos 55, contra 46 na sexta-feira e ações listadas nos EUA operando com 30% de queda no pré-mercado.

(Com Agência Brasil)