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Empreendedorismo (2)

Em outubro do ano passado abordei a questão do empreendedorismo e a sua importância como ingrediente estratégico na dinamização da nossa economia e na busca de patamares mais elevados de tecnologia para o país. Mais do que nunca precisamos disso. Por isso volto a esse tema, focando outros aspectos que julgo relevantes nessa conjuntura econômica desfavorável que estamos enfrentando.
Por  Rubens Menin
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Em outubro do ano passado abordei a questão do empreendedorismo e a sua importância como ingrediente estratégico na dinamização da nossa economia e na busca de patamares mais elevados de tecnologia para o país. Mais do que nunca precisamos disso. Por isso volto a esse tema, focando outros aspectos que julgo relevantes nessa conjuntura econômica desfavorável que estamos enfrentando.

O Instituto Empreender Endeavor, organização internacional de estímulo ao empreendedorismo e que vem atuando no Brasil desde 2000, onde já ajudou a criar mais de dez mil postos de trabalho com características especialmente sustentáveis, tem centrado o seu foco na viabilização de empresas de alto impacto. Segundo o conceito do Instituto, as empresas de alto impacto caracterizam-se pela busca incessante da inovação (tecnológica, gerencial, nos produtos, etc.) e pelo ritmo acelerado de desenvolvimento e crescimento. Os estudos do Instituto Endeavor, calibrados pela observação de sua própria rede de iniciativas empresariais apoiadas, mostram que as empresas de alto impacto são capazes de gerar até cem vezes mais postos de trabalho do que as empresas convencionais, em um mesmo período de tempo. E, o mais importante, os postos de trabalho criados nas empresas de alto impacto costumam ser menos voláteis e muito melhor remunerados do que os existentes nas demais empresas. Não fossem todos os demais benefícios do espírito empreendedor, essas últimas características bastariam para justificar um esforço especial de apoio ao surgimento e à consolidação, na nossa economia, de um número crescente de empresas de alto impacto.

Os conceitos abordados resumida e simplificadamente no parágrafo anterior ganham mais importância ainda quando examinados em cotejo com as informações divulgadas pelo IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, segundo as quais existem atualmente no Brasil pouco mais de onze milhões e meio de empresas privadas, sendo que apenas cerca de 33 mil delas podem ser classificadas como de alto impacto pelo nível de inovação e crescimento, sendo a maioria surgida no âmbito de redes semelhantes à apoiada pelo Instituto Endeavor ou de outras iniciativas de estímulo ao empreendedorismo. 

Para acelerarmos o surgimento de um número maior de empresas de alto impacto, temos que estar conscientizados, antes de tudo, de que o nosso país apresenta um ambiente econômico, político, jurídico e organizacional ainda muito hostil ao empreendedorismo. Em uma lista mais simplificada, merecem ser lembrados: o excesso de burocracia e regulamentação, a elevada carga tributária, a dificuldade de crédito, a carência de investimentos em inovação e pesquisa científica, a presença disseminada de forte preconceito antiempresarial no meio acadêmico, os pesados encargos sobre os salários, as deficiências de infraestrutura e do sistema educacional e a falta de estímulo governamental para as pequenas iniciativas. É esse o ambiente que teríamos que desembaraçar rapidamente, se pretendemos aproveitar as vantagens desse perfil especial de atividade. O resto correria por conta do próprio espírito empreendedor, com o qual o Brasil conta em quantidade. 

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