Classe média: 32% da renda vai para serviços que governo deveria fornecer

O percentual equivale a 117 dias trabalhados. Na década de 70, 25 dias eram suficientes para a aquisição de serviços

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SÃO PAULO – De acordo com estudo realizado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), em 2008, o brasileiro de classe média (rendimentos mensais entre R$ 3.000,00 e R$ 10.000,00) terá 32% de sua renda comprometida com a contratação de serviços privados em substituição àqueles que deveriam ser fornecidos pelo governo.

Em termos de dias trabalhados, o percentual é equivalente a 117 dias, o que significa dizer, ainda segundo a pesquisa, que, neste ano, o cidadão de classe média só começará a trabalhar para comer, se vestir, morar, adquirir bens, gozar férias e poupar no dia 1º de outubro – até 5 de junho, essa população trabalhou para pagar tributos e, de 6 de junho a 30 de setembro, ela trabalha para pagar serviços.

Comparando-se o momento atual com a década de setenta, por exemplo, quando 25 dias e 7% da renda eram suficientes para a aquisição de serviços, este número é 4,68 vezes superior.

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Os mais onerosos

Entre os serviços que deveriam ser oferecidos com qualidade pelo Poder Público, mas que o brasileiro se vê cada vez mais obrigado a contratá-los, e que pesam demasiadamente no bolso do consumidor, estão os relacionados com educação, cujo percentual de gasto equivale a 13,34% dos rendimentos dos trabalhadores.

Em seguida estão os serviços de saúde (10,97%), segurança (4,98%), previdência (2,20%) e pedágios (0,57%).

Outras classes

No geral, 17,31% do rendimento médio do brasileiro é gasto para a aquisição e serviços como educação, saúde, segurança, previdência e pedágios, o que equivale a 63 dias de trabalhos.

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Entre os trabalhadores cujos ganhos são inferiores a R$ 3.000,00, o percentual comprometido é um pouco menor do que a média nacional, 11,85%, ou 43 dias de trabalho. Já, entre os que têm rendimentos superiores a R$ 10.000,00, os números são bem próximos aos da classe média, 32,03% para a renda e 117 dias de trabalho comprometidos.

Em todos os casos, educação foi o item mais oneroso.