Catho é acusada de roubar informações de concorrentes

Empresa, uma das maiores na área de recolocação profissional, desenvolveu software para retirar informações do banco de dados de seus competidores

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Diante do crescimento da internet e da maior dificuldade de se encontrar empregos, o número de sites especializados no recrutamento de profissionais aumentou sensivelmente. Diante da entrada de novos competidores no mercado, a briga por um maior número de cadastros se acirrou, e, segundo denúncias, pode ter levado uma das maiores empresas do setor, a Catho, a adotar práticas irregulares.

Concorrência desleal

As denúncias contra a Catho vieram de outra empresa que atua neste segmento, a Curriculum. Segundo informações do principal executivo da Curriculum, Marcelo Abrileri, a Catho teria entrado de forma irregular na base de dados de seus competidores para furtar informações, adotando com isto uma concorrência desleal. No caso da Curriculum, a Catho teria furtado cerca de 100 mil currículos da base de dados, o que pode ser considerado pirataria.

O mais surpreendente é que o dono da Catho, Thomas Case, confirma as informações, mas alega ter feito tudo dentro da lei, afirmando inclusive ter pareceres jurídicos confirmando esta posição. Apesar da notícia ter vazado apenas nesta sexta-feira, o processo judicial já corre desde abril, mas somente na semana passada é que o juiz Luís Mário Galbetti recebeu um relatório dos peritos sobre a situação.

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Peritos confirmam acusações

O relatório, contendo cinco mil páginas, confirma as acusações do executivo da Cuuriculum e confirmam que a Catho usou um software de fabricação própria que teria ajudado a empresa a obter mais de um milhão de CVs e endereços eletrônicos de pessoas que buscam recolocação profissional.O software teria sido informalmente batizado pelos próprios funcionários da Catho de “rouba.phtml”.

O relatório também inclui inúmeros e-mails e ICQs de funcionários da Catho discutindo formas de como entrar nas páginas de seus concorrentes. Os endereços seriam então usados para enviar material publicitário da Catho, assim como para aumentar o banco de dados da empresa. O personagem central da história seria o webmaster da Catho, Adriano Meirinho, que, com 21 anos de idade, confirma em vários e-mails que sua função é roubar CVs.

Pelo menos há dois anos

Segundo constatação dos peritos, a Catho estaria adotando esta prática há pelo menos dois anos. Em documento de novembro de 2000, executivos da Catho teriam autorizado o webmaster a roubar informações sobre códigos telefônicos de DDD e DDI existente em site da Embratel, assim como os dados do Guia OESP.

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No caso da Curriculum o profissional teria pago R$ 150 pelo serviço de uso da base de dados da Curriculum por 15 dias. O serviço teria sido contratado por uma empresa em nome do próprio Meirinho. Em média, as empresas que contratam este serviço acessam de 20 a 500 CVs por dia, mas no caso da empresa de Meirinho o número de consultas teria chegado a 63 mil, levantando suspeitas entre os executivos da Curriculum. Ao conseguirem rastrear a trilha eletrônica até o computador de Meirinho, a Curriculum entrou com ação na Justiça contra a Catho.