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Carteira recomendada

O investidor que aloca os seus recursos nos ativos que compõem as carteiras recomendadas das corretoras, não possui garantia de retorno.
Por  Eli Borochovicius -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

As corretoras têm uma equipe de especialistas que analisam o mercado acionário e apresentam uma sugestão de como os seus clientes podem distribuir os seus investimentos para aproveitarem as oportunidades com o maior potencial de valorização e assim, atingirem os seus objetivos.

As recomendações geralmente são mensais e contém dez ativos, distribuídos não necessariamente na mesma proporção (10% cada ativo na composição de 100% da carteira). Existem carteiras com periodicidade diferente, a exemplo das semanais, assim como recomendações com quantidades distintas de ativos, encontrando-se facilmente carteiras com cinco ativos. As corretoras não apresentam apenas uma única carteira recomendada, é comum encontrar carteiras com ações de maior risco, voltadas ao recebimento de dividendos, Small Caps, BDR’s e outras variações.

Um levantamento realizado em 18 carteiras recomendadas com 10 ativos cada, no início do mês de janeiro, revelou que a ação com o maior número de recomendações foi da B3, aparecendo em 12 (66,66%) carteiras. A segunda foi a ação da Vale, recebendo a recomendação de 11 corretoras e a terceira posição ficou com duas empresas, Petrobras e Via Varejo, com oito recomendações cada.

Dois ativos apareceram na recomendação de seis corretoras, seis figuraram como recomendados por quatro corretoras, cinco por três corretoras, 16 apareceram simultaneamente em duas carteiras recomendadas e 56 apareceram na recomendação de uma única corretora, totalizando 89 diferentes ativos recomendados nas 18 corretoras.

Em função dessa pulverização de ativos recomendados é possível inferir que cada analista possui as suas convicções e não há um consenso sobre o potencial de valorização dos ativos no mercado acionário.

Os quatro ativos que tinham maior potencial de ganho, de acordo com as 18 corretoras, apresentaram queda no preço. A ação da B3, mais recomendada, teve a menor queda, iniciando o mês de janeiro de 2021 com o preço de R$60,98 e encerrando em R$59,80, portanto, queda de 1,94% no mês. A Vale apresentou queda de 3,84%, a Petrobras queda de 7,68% e a Via Varejo queda de 9,15%.

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É preciso ressaltar, no entanto, que o índice Ibovespa começou o ano com 118.854 pontos, chegou em 125.076 no dia 8 de janeiro, mas fechou o mês com 115.067 pontos, portanto, queda de 3,18% no mês.

As carteiras recomendadas são disponibilizadas aos investidores pelas corretoras como uma sugestão do analista com base em suas projeções, considerando o potencial de valorização dos ativos, portanto, não devem ser consideradas como promessa de valorização ou garantia de rentabilidade.

Cabe ao investidor analisar e decidir sobre os ativos que deseja negociar.

Eli Borochovicius Eli Borochovicius é docente de finanças na PUC-Campinas. Doutor e Mestre em Educação pela PUC-Campinas, com estágio doutoral na Macquarie University (Austrália). Possui MBA em gestão pela FGV/Babson College (Estados Unidos), Pós-Graduação na USP em Política e Estratégia, graduado em Administração com linha de formação em Comércio Exterior e diplomado pela ADESG. Acumulou mais de 20 anos de experiência na área financeira, tendo ocupado o cargo de CFO no exterior. Possui artigos científicos em Qualis Capes A1 e A2 e é colunista do quadro Descomplicando a Economia da Rádio Brasil Campinas

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