Bolha? Aluguel de ações da OGX estoura (de novo) limite da Bovespa

Na última terça-feira, empréstimos com ações da petrolífera alcançaram 40,7% do free float; demanda por aluguel disparou 58% em setembro

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em meio ao cenário de quase “quebra” da OGX Petróleo (OGXP3), os empréstimos das ações da petrolífera de Eike Batista dispararam este mês e ultrapassaram na última terça-feira (10) o limite estabelecido pela BM&FBovespa, de cerca de 40% do free float (ações em circulação no mercado). 

O aluguel atingiu na última terça-feira (10) 627.284.316 ações, contra 396.053.137 papéis registrados no fim do mês passado, o que configura um crescimento de 58,38% no período. Nesse patamar, os empréstimos representam 40,7% do free float, considerando as recentes vendas das ações em poder de Eike Batista no mercado na semana passada. A taxa para “tomar” o papel também disparou, indo para 98,01% ao ano. 

Somente neste ano, a BM&FBovespa precisou elevar duas vezes o limite das ações da OGX, em meio às incertezas com o futuro da empresa. Em 18 de março, a bolsa ampliou o limite de risco de empréstimo do ativo de 20% para 30%. E, em 9 de maio, a BM&FBovespa precisou subir o parâmetro para 45% – deixando uma margem de manobra de apenas 5 pontos percentuais para cima, uma vez que o aluguel de um ativo não pode ultrapassar 50% do free float pelas regras da BMF&Bovespa. Vale mencionar que esse limite caiu para 40% recentemente em função das vendas de ações por Eike, o que contribuiu para aumentar o número de ações disponíveis no mercado. 

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No início do mês de setembro, o grande propulsor dos aluguéis foi a mudança da carteira do Ibovespa, uma vez que os fundos passivos tiveram que comprar um grande volume de ações da OGX para ajustar ao aumento de peso do papel (que passou de 1,537% para 4,263%) na nova carteira do índice, que entrou em vigor dia 2. Ou seja, como muitos vendedores vinham encontrando dificuldades em alugar o ativo nos últimos meses, a enxurrada de papéis disponíveis no mercado ajudaram a impulsionar a estratégia dos “vendidos”. E com a situação da empresa parece se complicar a cada dia, a demanda para operar na ponta vendedora vem ganhando cada vez mais força nas operações com o papel. 

Por isso, operadores acreditam que, pelo ritmo em que está a demanda pelo aluguel em OGX, é provável que o papel alcance o limite máximo permitido pela BM&FBovespa, de 50% do free float. Entreanto, não é apenas a número de ações que preocupa, lembrando que o sistema BTC só permite lançar taxas de empréstimo até 99,9% ao ano. Até o momento, a Bovespa ainda não se posicionou sobre o caso.